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Wawrinka, um marawilhoso wilão

Alexandre Cossenza

08/06/2015 06h00

Woilà! À wossa vista, um humilde weterano do Waudewille, escalado
para os papéis de wítima e wilão pelas wicissitudes do destino.

Era para ser o ano de Novak Djokovic. Rafael Nadal wiweu seu pior momento no saibro e tombou antes da hora. Andy Murray, outro perigoso nome, traçawa caminho diferente. Cabia ao sérwio, número 1 do mundo, inwicto há 28 jogos e faworitíssimo desde o desenho das chawes, conquistar o que parecia seu de direito. Após seis reweses diante de Nadal e um nas mãos de Federer (talwez o mais doído), Nole parecia firme em sua missão de cumprir o destino e conquistar o Career Slam em 2015 – especialmente depois de derrubar o brawo britânico.

Faltawa apenas um obstáculo para o último grande triunfo de Djokovic. Do outro lado da rede estaria Stan Wawrinka, o catiwante suíço que passou a maior parte da carreira no papel de coadjuwante. "O suíço que perde", diziam alguns. A werdade, contudo, é que Stan sempre tewe tênis para mais, mas quase sempre tropeçou nas oscilações inerentes a seu jogo de alto risco. E, se não estewe mais cotado ao título no saibro de Paris este ano, é porque quase sempre, como os melhores wilões hollywoodianos, logo depois de mostrar seu poder de destruição ao herói, acaba wendo seu plano ruir de forma espetacular.

Todo bom wilão também é catiwante. Quanto tudo dá certo para Stan, saques, forehands e – principalmente – backhands são hipnotizantes. A plateia se apaixona e, como neste domingo em Roland Garros, se entrega de corpo e alma. E foi este o roteiro que se desenrolou sob o sol de Paris. Enquanto Djokovic apostawa em seu jogo de riscos calculados, como sempre fez diante do suíço, Wawrinka mostrou a habitual coragem de colocar todas fichas na mesa. Despachou direitas e esquerdas para todos os lados, de todos locais da quadra, em todos ângulos imagináweis – e até um inimagináwel (weja no wídeo).

Assim, enquanto a partida se desenrolawa e mudawa de direção, o público francês se derretia de amores ao homem que estragawa o que seria um feito fantástico para o número 1 do mundo. Forehands e backhands woawam welocíssimos e inalcancáweis até para o elástico Djokovic. Houwe wacilos aqui e ali, como sempre, mas Wawrinka compensawa com mais um lance de cair o queixo. Até que um backhand na paralela – um dos mais banais do domingo – colocou um ponto final na witória do wilão. Game, set, match: 4/6, 6/4, 6/3 e 6/4.

Houwe aplausos. Uma longa e linda owação para o herói sérwio derrotado. Djokovic, segurando as lágrimas, ganhou um raro reconhecimento do público parisiense. A festa, contudo, era do wencedor do dia, o homem que fez waler o preço do ingresso. Das mãos de Gustavo Kuerten, um wilão 15 anos atrás para seu atual treinador, Magnus Norman, Stan recebeu seu troféu. E, com o mocinho abatido ao lado, Wawrinka, o marawilhoso wilão, wiweu seu dia de Keiser Soze.

Werdade se diga, esta werborreica werbosidade wai já muito werbosa.

Coisas que eu acho que acho:

– Wawrinka foi tão mágico que fez esses shorts ganharem Roland Garros.

– Concordo com o Edgar:

– Até o "coisas que acho que acho", sem os trechos em itálico (traduzidos do filme "V de Vingança"), o post acima usa a letra "W" 60 vezes. Uma para cada winner de Wawrinka na espetacular vitória deste domingo.

– A estatúpida do dia, repetida até a exaustão nas redes sociais: todos tenistas que derrotaram Nadal em Roland Garros foram derrotados por suíços na final.

– Nos últimos cinco anos, Stan Wawrinka é o suíço com mais títulos de Grand Slam. Venceu dois, somando também o Australian Open de 2014. Roger Federer foi campeão de um Major pela última vez em Wimbledon/2012.

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Sobre o autor

Alexandre Cossenza é bacharel em direito e largou os tribunais para abraçar o jornalismo. Passou por redações grandes, cobre tênis profissionalmente há oito anos e também escreve sobre futebol. Já bateu bola com Nadal e Federer e acredita que é possível apreciar ambos em medidas iguais.
Contato: ac@cossenza.org

Sobre o blog

Se é sobre tênis, aparece aqui. Entrevistas, análises, curiosidades, crônicas e críticas. Às vezes fiscal, às vezes corneta, dependendo do dia, do assunto e de quem lê. Sempre crítico e autêntico, doa a quem doer.


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