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Djokovic vence teste de consistência contra Bautista Agut e vai à final em Wimbledon

Alexandre Cossenza

12/07/2019 11h59

Novak Djokovic sabia o risco que corria ao entrar na Quadra Central nesta sexta-feira diante do espanhol Roberto Bautista Agut, atual #22 do mundo, seu algoz nos últimos dois torneios em que eles duelaram. Não por acaso, o sérvio fez sua melhor partida nesta edição de Wimbledon, com uma apresentação incrivelmente sólida do fundo de quadra e que registrou até um rali de 45 bolas. O número 1 do mundo perdeu um set, mas minou o rival ponto a ponto e conquistou uma grande vitória por 6/2, 4/6, 6/3 e 6/2.

Primeiro finalista do torneio, Djokovic agora aguarda vai encarar Roger Federer, que derrotou Rafael Nadal em quatro sets na segunda semifinal. Em busca do pentacampeonato (venceu em 2011, 2014, 2015 e 2018), Nole tem retrospecto favorável. Ele encontrou Federer nas finais de 2014 e 2015 e triunfou em ambas. A única vitória Roger sobre Nole no All England Club foi na semifinal de 2012.

Início fulminante

O começo de jogo foi daqueles para mostrar ao adversário o tamanho da dificuldade que encontraria hoje. Devolvendo todas e levando a melhor nos ralis, Djokovic venceu nove dos 11 primeiros pontos, já anotando uma quebra no segundo game e abrindo 3/0 em seguida. Aos poucos, Bautista Agut foi equilibrando as ações e forçando Nole a games mais longos, mas sem conseguir chances de quebra. No oitavo game, o #1 encaixou outra bela sequência e, após dois erros do espanhol, anotou outra quebra para fazer 6/2.

Seguidas trocas de raquete

O segundo set foi bem diferente, e quem começou afiado foi Bautista Agut. Djokovic, por sua vez, mostrava-se incomodado com suas raquetes. Enquanto Nole tentava se entender com seu próprio material, o espanhol disparava winners e tinha sucesso especialmente com a direita de dentro para fora. Bautista Agut quebrou Djokovic e teve dois break points (15/40) para abrir 4/1. Cometeu um erro e viu Nole se salvar com um ace. Ainda assim, o #1 seguia desconfortável e trocou de raquete pela terceira fez no sétimo game. Bautista Agut, fazendo o seu, seguiu confirmando o serviço e com uma bola na fita que morreu do outro lado da quadra, colada à rede, o espanhol fez 6/4 e deixou tudo igual.

Rali de 45 golpes para salvar o saque

O terceiro set começou equilibrado, com os dois tenistas insistindo em trocas do fundo de quadra. Djokovic subia à rede quando possível, mas a profundidade de golpes do espanhol limitava o poder ofensivo do sérvio. O #1 conseguiu a vantagem em um tenso sexto game, depois de vencer um rali espetacular (veja no tweet abaixo) e ganhar outro ponto longo com um smash. Nole abriu 4/2, mas logo se viu diante de dois break points. O espanhol errou uma direita no primeiro, mas o segundo foi um pontaço que terminou com um winner do sérvio após 45 golpes – o rali mais longo do jogo. Dois games depois, Djokovic confirmou outra vez o serviço e fechou a parcial em 6/3.

Rival mentalmente esgotado

Mesmo em um buraco, Bautista Agut não se entregou. Salvou três break points no primeiro game do quarto set e se manteve vivo, esperando uma chance em um game de saque do favorito. Djokovic, contudo, continuava inabalável e conseguiu quebrar o oponente no terceiro game. Mentalmente esgotado, o espanhol passou a errar mais. Era o que Djokovic precisava disparar na frente rumo à vitória.

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Sobre o autor

Alexandre Cossenza é bacharel em direito e largou os tribunais para abraçar o jornalismo. Passou por redações grandes, cobre tênis profissionalmente há oito anos e também escreve sobre futebol. Já bateu bola com Nadal e Federer e acredita que é possível apreciar ambos em medidas iguais.
Contato: ac@cossenza.org

Sobre o blog

Se é sobre tênis, aparece aqui. Entrevistas, análises, curiosidades, crônicas e críticas. Às vezes fiscal, às vezes corneta, dependendo do dia, do assunto e de quem lê. Sempre crítico e autêntico, doa a quem doer.