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Promotora tentou trazer Federer ao Brasil, mas esbarrou em cachê de quase R$ 10 milhões

Alexandre Cossenza

22/11/2019 04h01

Nesta semana, Roger Federer iniciou uma turnê pela América Latina que teve seu ponto de partida Santiago, passou por Buenos Aires e ainda terá paradas em Bogotá, Cidade do México e Quito. O Brasil ficou fora da turnê, mas não por falta de vontade de promotores.

Em entrevista concedida nesta quinta-feira, em São Paulo, Luis Felipe Tavares, presidente da promotora Koch Tavares e diretor do Brasil Open, contou que tentou trazer o suíço novamente ao país, mas esbarrou em uma série de dificuldades – entre elas, o cachê do suíço e as incertezas econômicas e políticas do Brasil de hoje.

"Nos foi oferecida a primeira oportunidade de fazer o Federer Tour acontecer aqui (este ano). Eu até tinha uma ideia, chegamos a conversar com alguns parceiros, mas os custos envolvidos e o comprometimento econômico que você precisaria fazer para fazer a assinatura dos contratos e estabelecer a data no Brasil, etc. e tal eram praticamente inviáveis. Tem a reforma da previdência, os caras estão pensando não sei aonde, enfim…", contou Tavares, que foi o promotor da Gillette Federer Tour de 2012, quando o suíço jogou três exibições em São Paulo e teve a companhia de nomes como Serena Williams, Maria Sharapova, Victoria Azarenka, Caroline Wozniacki, Jo-Wilfried Tsonga, Tommy Haas e Bob e Mike Bryan.

Indagado sobre os valores necessários para realizar o sonho de muitos fãs do suíço, o executivo afirmou que só o cachê de Federer torna o negócio proibitivo:

"É muito alto, muito alto (o cachê). É de US$ 2,2 milhões por data (cerca de R$ 9,2 milhões). Ainda tem o (Alexander) Zverev, que custa mais US$ 500 mil (cerca de 2,1 milhões). Aí você pega o dólar de R$ 4,20, ao contrário do dólar de R$ 2 lá atrás, e a conta não bate. Não tem quem faça. Então, com a instabilidade econômica e política que existe no país hoje, é inviável. Qualquer promotor que fosse querer fazer isso aí, ao analisar os custos e os prazos, descarta. Como descartaram. O cardápio é esse aí. "

Confira AQUI a entrevista completa de Luis Felipe Tavares, que falou também sobre a briga de poder que provocou o início da derrocada do Brasil Open, colocando o torneio em concorrência direta com dois eventos mais fortes e mais ricos: os ATPs 500 de Acapulco e Dubai.

Tavares também falou sobre como as incertezas políticas do país afetam a promoção de eventos, comentou consequências da Lei de Incentivo, anunciou a realização da Brasil Open Series, com torneios em Olímpia (SP) e Florianópolis (SC) e disse até que a Koch Tavares tem planos para se aproximar mais do beach tennis.

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Sobre o autor

Alexandre Cossenza é bacharel em direito e largou os tribunais para abraçar o jornalismo. Passou por redações grandes, cobre tênis profissionalmente há oito anos e também escreve sobre futebol. Já bateu bola com Nadal e Federer e acredita que é possível apreciar ambos em medidas iguais.
Contato: ac@cossenza.org

Sobre o blog

Se é sobre tênis, aparece aqui. Entrevistas, análises, curiosidades, crônicas e críticas. Às vezes fiscal, às vezes corneta, dependendo do dia, do assunto e de quem lê. Sempre crítico e autêntico, doa a quem doer.


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