Brasil Open confirma mudança e deve virar Challenger
Alexandre Cossenza
17/11/2019 11h33
Uma reunião da ATP em Londres, neste sábado, selou a mudança que já havia sido noticiada um mês atrás. O Brasil Open deixará de ser um torneio ATP 250 e será substituído no calendário por um torneio em Santiago, no Chile. A organização do torneio paulista confirmou a informação pouco depois do encontro, em comunicado enviado à noite para a imprensa.
O texto da Koch Tavares ressalta a dificuldade que o Brasil Open teve por causa do calendário da ATP, que colocou o evento em concorrência direta com os ATPs 500 de Acapulco e Dubai (algo que este blog já enfatizou inúmeras vezes) e frisa que o Brasil Open continuará, mas em "novo formato".
O comunicado diz ainda que o torneio passará a ser realizado na semana de 23 de novembro já em 2020 e ainda em São Paulo, mas não dá detalhes sobre o citado "novo formato". A Koch informa apenas que o novo Brasil Open "trará benefícios diretos para o tênis brasileiro, patrocinadores, parceiros e o público em geral" e que já há um projeto "aprovado junto à Lei Federal de Incentivo ao Esporte e apto a ser captado."
O texto segue, dizendo que "o novo modelo do projeto tem como objetivo dar mais oportunidade aos tenistas brasileiros, visando a democratização dos recursos aplicados bem como uma maior abrangência do projeto readequado a atual conjuntura do tênis nacional."
A Koch não fala oficialmente, mas o cenário mais provável é que o Brasil Open passe a fazer parte do Circuito Challenger, composto por torneios com premiação menor do que os ATPs. Em 2019, o Brasil teve apenas um torneio desse tipo, que foi realizado em Campinas e distribuiu US$ 50 mil em prêmios. Na prática, é como se o Brasil Open continuasse apenas como grife, com a promotora aproveitando a marca que foi usada e desenvolvida em mais de uma década. O evento, no entanto, será outro, muito mais modesto.
Coisa que eu acho que acho:
– De fato, no cenário atual do tênis brasileiro, com apenas um top 100 (Thiago Monteiro) e só mais um outro homem no top 200 (João Menezes), faz todo sentido a declaração da Koch Tavares quando afirma que seu "novo formato" dará mais oportunidade aos tenistas brasileiros. Em um Challenger, principalmente encaixado no fim da sequência latino-americana de torneios desse porte, haverá mais tenistas da casa competindo. Além disso, será um daqueles torneios em que os atletas buscarão pontinhos que podem lhes valer uma vaga no Australian Open.
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Sobre o autor
Alexandre Cossenza é bacharel em direito e largou os tribunais para abraçar o jornalismo. Passou por redações grandes, cobre tênis profissionalmente há oito anos e também escreve sobre futebol. Já bateu bola com Nadal e Federer e acredita que é possível apreciar ambos em medidas iguais.
Contato: ac@cossenza.org
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