Topo

Wimbledon 2019: favoritos, azarões, melhores jogos e como acompanhar a chave masculina

Alexandre Cossenza

29/06/2019 12h00

Roland Garros mal acabou, e Wimbledon já está aí batendo à porta. Novak Djokovic e Rafael Nadal não disputaram torneios oficiais, mas Roger Federer foi a Halle e levantou o troféu pela décima vez. Em um torneio vencido apenas por integrantes do Big Four desde 2003 – e com Andy Murray apenas nas duplas desta vez – é normal que a atenção fique voltada para o trio, pelo menos nas primeiras rodadas.

Mas quem chega com mais chances? Quem se deu bem no sorteio das chaves? Alguém além destes três tem chances reais de surpreender e sair com o troféu? E o que dizer de Sir Andy Murray de volta ao All England Club, pronto e em forma para a chave de duplas? É para jogar luz em algumas destas questões, além de apontar o prêmio em dinheiro, os melhores jogose onde vê-los, que chega aqui mais uma vez o tradicional "guiazão" do Saque e Voleio. Rolem a página, informem-se e curtam o torneio.

O "campeão" do sorteio

Páreo duro entre Djokovic e Roger Federer, mas tendo a dar o "prêmio" ao suíço. Aqui é preciso considerar não só a chave, mas o quanto alguém tem condições de incomodar Roger na grama, e são poucos que podem fazer isso consistentemente. Cabeça 2 do torneio, o suíço estreia contra Lloyd Harris, encara um qualifier (Rubin) ou um wild card (Jay Clarke) na segunda rodada e, possivelmente, Pouille ou Gasquet na sequência.

Coric ou Schwartzman pode aparecer nas oitavas, seguido de quem passar na seção que tem Nishikori, Isner, De Minaur e Berrettini. A semifinal pode ser contra Rafael Nadal, o que tende a complicar seriamente o caminho do suíço, mas para que isso aconteça de fato é preciso que o espanhol chegue até lá – e isso não é tão simples assim (entraremos nessa questão daqui a pouco).

O caminho de Novak Djokovic tem a vantagem de evitar um duelo em potencial com Rafa, mas entre bons sacadores e jogadores versáteis, o sérvio tem algumas cascas de banana a considerar. A primeira delas é o PERIGOSO Philipp Kohlschreiber, rival de estreia, que na grande maioria das vezes é tratado como ameaça real, mas tomba sem chegar perto de concretizar uma zebra. O mais provável é que não seja diferente desta vez.

Em seguida, Nole teria pela frente Kudla/Jaziri na segunda rodada e Lajovic/Hurkacz/Gulbis/Mayer na terceira. Nas oitavas, aparece o vencedor de uma seção chatinha que inclui Auger-Aliassime, Monfils, Pospisil, Dimitrov e Moutet. Se chegar às quartas, o número 1 do mundo pode encarar Tsitsipas (ou Edmund, Goffin, Medvedev). A semi seria contra o campeão do quadrante que tem Anderson, Zverev, Wawrinka, Raonic, Khachanov, Paire, Bautista Agut e Pella.

O que esperar de Nadal

Se o sorteio teve um grande perdedor, Rafael Nadal é "o" nome a ser citado. Não bastasse a provável segunda rodada contra Nick Kyrgios, ainda podem aparecer em seu caminho nomes como Denis Shapovalov, Bernard Tomic e Jo-Wilfried Tsonga (um deles na terceira rodada), Marin Cilic (oitavas), Dominic Thiem, Sam Querrey, Frances Tiafoe e Fabio Fognini (quartas), além de, obviamente, Roger Federer (semifinais).

Antes do começo do torneio, é difícil julgar o que Rafa pode fazer. Até o momento em que escrevo este guia, o espanhol jogou duas exibições na grama, em Hurlingham, e perdeu ambas (Pouille e Cilic). Não é tão preocupante assim. A julgar pelos últimos anos, Nadal cresce à medida em que se aproxima da segunda semana, só que ele não deve ter margem para dias mais ou menos no começo do torneio desta vez. Hoje, sem ver Nadal em um jogo oficial na grama em 2019, acho bem difícil que essa suposta semifinal com Federer aconteça.

Quem corre por fora (seção também conhecida como "insira um sacador")

Em Wimbledon, especialmente nas primeiras rodadas, tudo pode acontecer. Enquanto uns ainda se acostumam com o piso, outros chegam disparando aces como se não houvesse amanhã. Isso tende a provocar alguns resultados diferentes dos habituais – embora não tão inesperados assim para quem conhece as peculiaridades do circuito.

É por isso que Sam Querrey, finalista em Eastbourne (escrevo este guia antes da final) pode muito bem eliminar Dominic Thiem na primeira rodada; Vasek Pospisil tem potencial para despachar o compatriota Auger-Aliassime; Ruben Bemelmans pode dar trabalho a Stan Wawrinka; e Vesely pode aprontar para cima de Sascha Zverev. Além disso, não vai ser grade surpresa se Nick Kyrgios mandar Nadal de volta para Maiorca já, já.

Também vale ficar de olho nos nomes mais óbvios. Kevin Anderson é sempre um candidato – embora tenha aqui uma estreia contra Pierre-Hugues Herbert que tende a ser bem chata – assim como Milos Raonic, que pode encontrar o sul-africano já nas oitavas. John Isner seria favorito absoluto para encontrar Federer nas quartas, mas a falta de jogos desde a lesão sofrida em Miami deve ser um obstáculo.

O perigo que quase ninguém está vendo

Além dos nomes citados acima, a chave tem gente "escondida" entre os outros em negrito (cabeças de chave). É o caso de Feliciano López, wild card, que vem de um título de respeito em Queen's. Numa seção encabeçada por Khachanov e Bautista Agut, o espanhol não corre tão por fora assim.

Jo-Wilfried Tsonga, que semana passada esquentou a vida de Federer em Halle, também pode ser incluído aqui, embora esteja na seção mais dura de toda a chave. Estreia contra Tomic, pega Shapovalov/Berankis em seguida e, quem sabe, Nadal ou Kyrgios na terceira rodada. Será?

E o que dizer de Tomas Berdych, atual #112 do mundo e que não joga desde Indian Wells? Dono de um saque de respeito e finalista de Wimbledon em 2010, o tcheco está "camuflado" numa seção em que pode duelar com Berrettini na segunda rodada e Isner na terceira. Como Isner também volta de lesão, Berdych tem chance aqui se (e é um grande "se", admito) passar por Taylor Fritz na primeira rodada. O americano, lembremos, está na final de Eastbourne contra Querrey. Resta saber se a boa campanha na semana anterior ao slam vai jogar a favor ou contra os finalistas.

O brasileiro

Apenas Thiago Monteiro e Rogério Dutra Silva conseguiram disputar o qualifying de Wimbledon. O paulista perdeu na segunda rodada, mas o cearense, atual número 1 do Brasil e 115 do mundo, venceu seus três jogos (Marcora, Eubanks e Watanuki) e avançou à chave principal.

Monteiro, contudo, não deu sorte e vai estrear contra Kei Nishikori, número 7 do planeta. Se serve de consolo, o japonês vai a Wimbledon sem fazer uma partida oficial na grama este ano. Ele vem, contudo, treinando normalmente no All England Club.

Os melhores jogos nos primeiros dias

Qualquer lista precisa incluir Djokovic x Kohlschreiber, já que existe a possibilidade de o PERIGOSO alemão fazer tornar esse encontro realmente competitivo. Falando sério agora, vale lembrar que Kohli bateu Nole por 6/4 e 6/4 em Indian Wells. Djokovic, porém, venceu o último encontro por 6/3 e 6/0 nas oitavas de final do Masters de Roma.

Outros duelos de primeira rodada interessantes são Thiem x Querrey, Auger-Aliassime x Pospisil, Anderson x Herbert, Zverev x Vesely, Fognini x Tiafoe, Fritz x Berdych e Pouille x Gasquet. Em todos eles, há uma chance (maior ou menor) de zebra. É, de fato, uma fase inicial bem interessante.

Onde ver

Os direitos de transmissão de TV para o Brasil são exclusivos do SporTV, que até o ano passado apenas reproduzia o sinal mundial, o que significa poucas partidas por dia.

Uma opção alternativa – e com câmeras em todas as quadras – é a transmissão de casas de apostas como a bet365. Quem tem conta ativa pode escolher o que ver por lá.

O dinheiro

O prêmio total distribuído pelo torneio é de £ 38 milhões (Cerca de R$ 185 milhões). Os campeões de simples faturam £ 2.350.000 cada. Os perdedores de primeira rodada levam para casa £ 45 mil. Confira mais números aqui.

Nas casas de apostas

O atual campeão lidera as listas, seguido por Roger Federer, que levantou o troféu em 2017. Rafael Nadal vem em terceiro, com muita folga diante do quarto, que é Stefanos Tsitsipas. Parecem cotações justas, levando em consideração os resultados recentes (Nole campeão no ano passado, Federer em 2017) e somando o fato de que desde 2003 apenas o Big Four triunfou na grama do All England Club.

Aviso:

Como sempre, o guia da chave feminina vem no dia seguinte. Aguardem!

Acompanhe o Saque e Voleio no Twitter, no Facebook e no Instagram.

Torne-se um apoiador do blog e tenha acesso a conteúdo exclusivo (posts, podcasts e newsletters semanais) e promoções imperdíveis.

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Wimbledon 2019: favoritos, azarões, melhores jogos e como acompanhar a chave masculina - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade

Sobre o autor

Alexandre Cossenza é bacharel em direito e largou os tribunais para abraçar o jornalismo. Passou por redações grandes, cobre tênis profissionalmente há oito anos e também escreve sobre futebol. Já bateu bola com Nadal e Federer e acredita que é possível apreciar ambos em medidas iguais.
Contato: ac@cossenza.org

Sobre o blog

Se é sobre tênis, aparece aqui. Entrevistas, análises, curiosidades, crônicas e críticas. Às vezes fiscal, às vezes corneta, dependendo do dia, do assunto e de quem lê. Sempre crítico e autêntico, doa a quem doer.


Saque e Voleio