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Wawrinka wolta às quartas: 5 motiwos para a witória memoráwel sobre Tsitsipas em Roland Garros

Alexandre Cossenza

02/06/2019 15h55

Foram 5h09min de jogo, com direito a quinto set longo, tie-break dramático, set points perdidos, catimba, reclamações com árbitro, participação intensa da torcida na Quadra Suzanne Lenglen e, principalmente, tênis de altíssimo nível do começo ao fim. No melhor jogo da chave masculina até agora em Roland Garros, Stan Wawrinka derrubou Stefanos Tsitsipas por 3 sets a 2, com parciais de 7/6(6), 5/7, 6/4, 3/6 e 8/6, com direito inclusive a um match point memorável – uma espetacular passada de slice na paralela.

É a primeira vez de Stan nas quartas de final de um slam desde sua campanha de 2017 no saibro parisiense, que terminou com uma derrota para Rafael Nadal na final. Desde então, o suíço dono de três títulos em torneios do Grand Slam sofreu com uma lesão no joelho, falta de ritmo e, claro, rivais de alto nível. Só agora, depois de deixar até o top 200 no ano passado, é que o veterano de 34 anos voltará a figurar no top 20.

Mas como Wawrinka anotou esse triunfo sobre Tsitsipas? Listo abaixo alguns dos elementos-chave do jogo válido pelas oitavas de final.

1) Coragem

Do primeiro ao último ponto, Stan confiou em seu jogo agressivo – até por não ser um defensor nato, não se sentir muito à vontade correndo atrás da bolinha. Jogou pontos longos quando precisou, é verdade, mas sempre com o objetivo de atacar a bola certa, fosse com seu forehand pesado ou seu backhand magnífico – o mais apaixonante do tênis atual. Se Tsitsipas deixou de converter tantos break points (o grego teve 5/28 de aproveitamento), é porque deixou muito na raquete de Wawrinka, e o suíço, além de corajoso, foi…

2) Precisão

…preciso! Toda coragem do mundo faz pouquíssima diferença se o dia é ruim, se o tenista está sem confiança. No tênis, a fronteira entre a coragem e a insanidade é uma linha desenhada com giz numa estrada sem policiamento. Então sim, Stan foi bravo, mas também foi preciso. Quando foi mais necessário, contou com winners, aces, voleios vencedores.

3) Experiência

No tênis, maturidade não significa apenas jogar o ponto certo da maneira certa. Significa também controlar e interagir com a maioria possível de elementos que afetam uma partida. Wawrinka fez isso em todos momentos cruciais, fosse gritando "come on" ao salvar break points, chamando a torcida repetidas vezes nos pontos bonitos ou debatendo com o árbitro se Tsitsipas deveria ter recebido um point penalty por abuso de bola em um dos últimos games do segundo set. Stan controlou a arena, levantou o público e fez tudo jogar a seu favor, o que indubitavelmente mexeu com a cabeça de Tsitsipas.

4) Físico

Talvez Tsitsipas, 20 anos de idade (quase 14 anos inteiros a menos que Wawrinka!), fosse o tenista mais capacitado para um quinto set sem limite de tempo ou games, mas não dava para sentir uma queda brusca de nível no tênis do suíço, mesmo depois de cinco horas de partida. Para quem veio de uma lesão séria e não é exatamente o mais leve dos tenistas, Wawrinka tem muito mérito ao sair de quadra inteiro – ou quase isso.

5) O slice

Nada do que foi citado acima teria adiantado não fosse por um slice, aquele slice que entrou limpando a pontinha da linha na hora mais importante (veja no tweet acima). No match point, no 6/7 do quinto set, com Tsitsipas subindo à rede na esquerda do suíço, Stan tirou do cinto de utilidades um slice de fora para dentro, que deixou o grego rezando para os deuses do tênis. Tsitsipas chegou a marcar bola fora, mas o árbitro de cadeira, encarnação metafórica de Zeus naquele momento, desceu do Olimpo e sinalizou bola boa. Jeu, set et match, Wawrinka.

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Sobre o autor

Alexandre Cossenza é bacharel em direito e largou os tribunais para abraçar o jornalismo. Passou por redações grandes, cobre tênis profissionalmente há oito anos e também escreve sobre futebol. Já bateu bola com Nadal e Federer e acredita que é possível apreciar ambos em medidas iguais.
Contato: ac@cossenza.org

Sobre o blog

Se é sobre tênis, aparece aqui. Entrevistas, análises, curiosidades, crônicas e críticas. Às vezes fiscal, às vezes corneta, dependendo do dia, do assunto e de quem lê. Sempre crítico e autêntico, doa a quem doer.


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