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Bruno Soares: vida e obra em documentário com cinco episódios

Alexandre Cossenza

29/03/2019 10h05

Ele está bem no ranking, nas finanças e curte cada vez mais a vida em família com os filhos Noah, de 4 anos, e Maya, de 10 meses. Aos 37, Bruno Soares, duplista número 9 do mundo, dono de mais de US$ 5 milhões arrecadados ao longo da carreira (além da maior lista de patrocínios do tênis brasileiro), poderia estar preparando-se para a reta final da carreira. Não é o caso, e o mineiro enfatiza estar bem longe disso.

Além disso, enquanto segue competitivo e brigando por títulos com o parceiro escocês Jamie Murray, o mineiro encontra tempo para celebrar sua trajetória em quadra e fora dela. O resultado disso é um documentário em cinco episódios que conta a vida do tenista e pode aparecer em breve numa telinha perto de você. Em um bate-papo aqui em Miami, Soares falou com entusiasmo sobre o doc, produzido pelo Grupo LX, que atualmente negocia o filme com alguns veículos.

Na conversa, o mineiro também falou sobre seu momento na carreira – mais motivado do que nunca; o dilema político na ATP, que pode acabar colocando abaixo a atual estrutura do tênis masculino; a chegada de Jaime Oncins como novo capitão brasileiro na Copa Davis; e a mudança do Miami Open para o Hard Rock Stadium, do Miami Dolphins, da NFL. Clique abaixo para ver um trecho do doc e role a página para ver a íntegra da entrevista!

Você tem postado algumas fotos e vídeos bem produzidos, parece um projeto especial. Pode dizer o que é?

A gente fez um documentário. São cinco episódios… Esse é o formato que a gente tem e está correndo atrás para vender.

Sobre o quê?

A minha vida. Minha vida junto com o presente. Eles [Grupo LX, que produziu o doc] estiveram em Uberlândia, Belo Horizonte e Rio, gravando. Cara, tem muita coisa legal. O Grupo LX já fez vários documentários sensacionais. Eles fizeram do Willian, do Chelsea. O negócio é imagem de cinema. Mas a gente pode formatar de várias maneiras. Depende do interesse de algum canal. A ideia é estar finalizando por agora…

Como aconteceu isso? Você procurou ou eles te procuraram?

A Mari [Mariana Britto], que trabalha no Grupo LX, ela já jogou tênis, a gente se conhece há algum tempo, e eles estavam gravando o do Willian em Londres e foram lá no ATP Finals. Papo vai, papo vem, falamos "vamos fazer um de tênis", "vamos fazer com o Bruno", "acho que tem tudo a ver"… Desenrolou, animamos e vamos!

Quanto tempo vocês levaram filmando?

Nós filmamos Uberlândia inteiro [confronto entre Brasil e Bélgica pela Copa Davis], uma semana em BH e uma semana no Rio. Três semanas de filmagem. Tem muita coisa legal. Eles já mandaram alguns clipes, que eu não posso mostrar, é só teaser (risos), mas ficou muito legal! [após a entrevista, Mariana Britto enviou ao blog o vídeo acima com trechos do documentário]

Falando de tênis, como anda sua motivação?

Tenisticamente falando, estou super motivado. Não penso nem perto de aposentar no momento.

Tóquio já não é a linha de chegada?

Não, não.

Nunca foi?

Nunca foi. Tóquio é um objetivo e passa a ser um objetivo porque você precisa estar ranqueado, então não é uma situação normal, mas não é tipo "vou me aposentar em Tóquio." Nunca pensei. Quero seguir e tenho bem claro que, na idade que eu tenho, para valer a pena continuar viajando e jogando tênis, eu tenho que estar bem. Tenho que estar bem ranqueado e estar motivado porque uma vez que você cai, é difícil. Você sabe como é a dinâmica da dupla, principalmente a parte econômica disso aí. Começa a ficar inviável. Uma coisa é você investir na carreira quando você está novo, outra coisa é no estágio que eu estou. Estou super motivado.

Eu pergunto porque você tem dois filhos pequenos, está bem financeiramente, bem de ranking… Seria normal até.

Normal, normal. Nada de errado alguém da minha idade estar pensando nisso, mas vou te falar que é ao contrário. Ano passado foi um ano complicado porque a família não viajou nada pelo nascimento da Maya. Agora eles estão até aqui [em Miami] e vão começar a viajar comigo. Então estou em motivado para isso. O Noah está começando a entender, ele viu os dois jogos aqui. Quando eu perdi, ele falou comigo, então está num momento bem legal e quero esticar isso ao máximo porque vou ter condição de voltar a viajar com eles. Para mim, sempre foi um sonho poder fazer isso aqui com os meus filhos. Acho que a Maya, se eu jogar mais uns quatro anos, ela vai começar a entender também, mas o Noah está numa idade legal, já está entendendo. Foi nos treinos comigo, participa do aquecimento, pergunta muita coisa. Para mim, foi muito legal essa viagem aqui com ele. A semana que eu estou no Rio, que ele foi, é mais loucura, é mais agitada. Aqui foi um torneio mais normal e foi muito bacana.

Que tipo de coisa que ele pergunta?

Ele fala da rotina, se vai aquecer… Ele já sabe o nome de todo mundo. Ele fala "você vai jogar com o Jamie?", "O que você vai fazer agora?". Eu falo "vou para a academia", "preciso aquecer", esse tipo de coisa. A gente joga um pouco de futebol ali no gramado antes de eu ir para a quadra… Então é esse tipo de coisa legal. Ele já está grande o bastante para entender boa parte das coisas.

Eu ouvi de uma pessoa que você andava desanimado.

Cara, acho que as pessoas – e é normal – associam um pouco com resultado. A gente veio de semanas ruins. A gente começou o ano super bem porque a gente jogou Sydney [campeões] e o Australian Open [quartas de final] super bem e agora tivemos uma baixa. Jogamos Acapulco [primeira rodada] e Indian Wells [primeira rodada] bem mal. Aqui [Miami, derrota na segunda rodada por 6/3, 4/6 e 10/7 diante de Tsitsipas e Koolhof] a gente não jogou mal, a gente fez uma primeira rodada super sólida, e…

O match tie-break do Jamie!

o tie-breakão que, infelizmente, o Jamie… É difícil, né? Não é culpar o parceiro, mas obviamente, quem viu o jogo… É nítido que aqueles pontos custaram o momento [Murray, parceiro de Bruno, cometeu duas duplas faltas – uma delas no match point – e errou um voleio que custou um mini-break]. Em Indian Wells eu também joguei mal. E na verdade, o Jamie foi mais o tie-break. Teve aquele game do primeiro set, que ele começou ruim, mas ele jogou dois sets bem e, infelizmente, no tie-break aconteceu isso, mas jogamos bem. Swings acontecem. É se preparar. Tenho bem claro na minha cabeça que a gente está indo para nossa pior temporada, que é a de saibro, onde nossos resultados são os piores, mas depois vêm lugares onde a gente joga super bem até o fim do ano. Então estamos tranquilos, treinando bem e super motivados.

Eu li a entrevista que você deu para o Globoesporte.com sobre a votação que determinou a saída do Chris Kermode, atual presidente da ATP. Existia mesmo essa impressão de que o Kermode não fazia tanto pelos jogadores quanto poderia-deveria?

Olha, isso ficou bem dividido [no Conselho dos Jogadores]. Eu acho que ele fez um grande trabalho. Sem dúvida nenhuma, ele melhorou bastante o tour. O que acontece é que as pessoas que estavam lá dentro, que estavam participando do dia a dia, dos debates… Porque de fora é muito fácil você dar uma opinião. O cara te manda os números, "estava aqui, agora está assim". Pô, fantástico, né? Quem está lá dentro está participando do processo, e uma parte da turma não gostou muito de como a forma – não só isso, mas muitos assuntos – como a coisa foi conduzida. Então – não é segredo – o Conselho ficou dividido, e a gente passou a decisão [para o Board]. Na verdade, a decisão já é deles. Eles escutam a gente, existe um diálogo, a gente dá uma direção, mas a decisão final é sempre dos três do Board [o ex-jogador Justin Gimelstob, o executivo de TV David Eagles e o advogado britânico Alex Inglot]. Como o Conselho estava totalmente dividido, a gente passou, e eles optaram por esse caminho. Em algumas outras coisas, poderíamos estar numa melhor situação ainda. Na opinião deles – são as pessoas que a gente votou para nos representar.

Não seria mais fácil o Djokovic falar "minha opinião é essa por isso, isso e isso"? Porque a impressão que eu tive é que a coisa ganhou uma dimensão maior e até especulação justamente por causa desse silêncio…

Eu acho que não. Eu acho que o grande – não é trunfo – mas o que os jogadores mais precisam é estar unidos. A gente, começando num assunto como esse, que é delicado, se a gente ficar "fulano falou isso", "fulano votou isso", eu acho que você quebra. Tem um grupo pró-Chris, tem um grupo que é contra, tem um grupo que é isso… Se a gente começa a abrir demais isso, você começa a criar grupinhos, e os jogadores caem em desvantagem.

Mas mesmo ele [Djokovic] sendo o presidente?

Eu acho que, na verdade, é irrelevante porque ele tem o mesmo voto. Ele não decidiu nada. Ele tem muito mais atenção porque é número 1 do mundo, é o presidente do Conselho e tudo, mas o voto dele vale o mesmo que o meu e os de todos que têm uma cadeira lá. Não foi aquilo que foi a decisão. É isso que a gente está tentando passar: a gente senta, passa 7h dialogando isso aí… Este ano, vou te falar: já tive 30 reuniões a respeito de – não só de Conselho – coisas extras, caras que iam entrar no Board, diretores de torneios, então a gente dedica um tempo muito grande a isso aí. Não é que a gente está lá chutando coisa. E, como eu falei, a gente não decide nada. A gente dá um direcionamento para o Conselho. E acho que o mas importante que a gente precisa é união. Até nesses diálogos com os grand slams, é o que eles mais sabem: os jogadores não são unidos, cada um está olhando os interesses próprios, eles vêm e saem. Então daqui a pouco sai uma geração, vem uma nova, e o torneio está sempre ali. A gente está batendo muito na tecla da união. É a gente estar junto em prol das coisas que a gente acha justo. De 10-12 anos para cá, o Conselho está muito ativo. Você cobre tênis há muito tempo, acho que você nunca ouviu falar tanto nisso.

Não, não.

É porque a gente está realmente presente, querendo participar. E não só isso: a gente está conseguindo conquistar muita coisa legal com os torneios. Antes era muito afastado. Já tem um diálogo muito mais próximo. Esse é que é o objetivo porque no fim das contas todo mundo quer o tour muito melhor. Os torneios fazem mais dinheiro, os jogadores fazem mais dinheiro. Se os torneios são melhores, melhor para os jogadores. Mais jogadores, melhor para os torneios. No fim das contas, o business é o mesmo, só que ficava aquela separação, por isso é importante a gente manter essa união.

Pra que direção caminha essa decisão por um novo presidente? Que perfil de cara é o ideal para o cargo?

A minha opinião foi até parecida com a da maioria das pessoas, que é o seguinte: o sistema da ATP é um sistema bastante complicado. Você tem o CEO cuidando dos dois lados, muita vezes com conflito de interesse, e cara tem que estar ali, comandando essa "confusão", esse dilema. O que a gente falou agora é que está no mo momento de trazer alguém de fora, uma empresa capacitada, e analisar todo o sistema que a gente tem. Esse é o melhor sistema para o tênis? O tênis é um esporte muito particular, todo mundo sabe. Esse é o melhor sistema? A gente precisa de um CEO e um Chairman? A gente precisa de mais gente no Board? Um Board externo? Uma vez que a gente tiver um estudo desse e um direcionamento, a gente corre atrás.

O que você está falando é mais ou menos o que o Djokovic disse em Indian Wells [o sérvio afirmou acreditar que a estrutura do tênis é falha e coloca o presidente da ATP em uma posição difícil, por isso é preciso trabalhar a estrutura de governo do tênis e fazer mudanças até para proteger o presidente]…

O formato impede muita coisa e acaba caindo muita coisa na mão do presidente por conta do formato. Essa é a minha opinião. Não vi que ele [Djokovic] falou isso. Quanto ao CEO, a gente já teve bons CEOs. O Chris [Kermode] veio do meio do tênis, foi jogador, diretor de torneio e um grande CEO. A gente já teve Adam Helfant e vários outros. Agora cabe aos headhunters procurar o que eles acham melhor. Eu não me sinto capacitado para escolher um CEO para a ATP.

Não me diz que o [Justin] Gimelstob vai ficar com esse cargo…

O Gimel, cara, é o seguinte: todo mundo acha que ele faz isso para ser o presidente da ATP. Eu acho que ele quer ser o presidente da ATP um dia, ele tem essa vontade. Só que ele é um cara muito pró-jogador. Para ele ser presidente da ATP, tem que ser político porque a turma de lá [torneios] vota também. E a turma de lá muitas vezes fica p… da vida porque ele pega pesado a favor dos jogadores. Ele nunca vai ser votado pelo lado de lá. Obviamente, ele é um cara polêmico, está tendo alguns problemas [Gimelstob responde na Justiça americana em um caso de agressão e lesão corporal], mas sempre foi um cara muito bom para os jogadores, sempre defendeu muito a bandeira dos jogadores. E ele é um cara muito inteligente, tem um conhecimento profundo disso aqui, tanto do esporte quanto do business. Então não vejo ele como CEO agora. Ele teria que ser um pouco mais político.

O quanto pesa o prize money nessa equação?

Olha, não acho que foi… Obviamente, o prize money é sempre um tópico, e um tópico difícil porque entra na parte de jogadores contra torneios. Eu acho que não foi isso [que causou o voto contra Kermode]. Acho que foi uma combinação de coisas que as pessoas não estavam tão satisfeitas como ele conduziu. Eu não apontaria nada específico, do tipo "isso aqui foi o estopim". Acho que não. Acho que ao longo do processo, algumas pessoas ficaram insatisfeitas com a maneira dele de conduzir.

Tem margem para aumentar o prêmio em dinheiro?

Cara…

Porque uma coisa que sempre se levanta é a relação entre a porcentagem de lucro dos torneios e o que é passado para os jogadores. Falam que nos slams, é uma porcentagem minúscula. Mas e nos ATPs e Masters?

São maiores [as porcentagens]. A gente quer, na verdade, chegar em um número que seja justo para todo mundo, que o business funcione e que a gente acabe essa briga contínua. Porque toda vez é "vocês estão faturando isso, a gente quer isso." Então põe mais um pouquinho para lá. A última negociação de prize money foi uma loucura. Para te explicar, eu preciso de uma hora. Subsídio de cá, ATP põe de cá, torneio põe de cá…. A gente quer acabar com isso. A gente quer uma fórmula. Os torneios estão indo bem…

Os torneios estão indo bem mesmo?

Depende. Os Masters 1000, super bem. Grand slams, nem se fala.

E os 500 e 250?

Os 500, a grande maioria está indo bem a super bem, e nos 250 é dividido. Depende muito de onde você está, o momento do ano, piso…. Eu acho que a gente tem muito torneio, e 250 é um business bem mais difícil. O que os jogadores querem é acabar essa constante briga de chegar ao número do prize money e ter um negócio estabelecido que seja preto no branco.

E essa mudança do Miami Open para o Hard Rock Stadium? O que achou da casa nova?

Eu gostei muito. Achei muito melhor. A estrutura nem se compara. A parte dos jogadores, vestiário, academia, área de aquecimento…

Você ganhou suíte também?

Não, não. Eu fiquei aqui embaixo mesmo nos vestiários.

Ontem fiz uma "backstage tour" e vi as suítes individuais que o torneio deu para os oito melhores de cada ranking.

Cara, aqui tem muito espaço, dá para fazer muita coisa. Sobre essas suítes, eu perguntei. Um dia eles estavam caminhando, viram essas suítes vazias, falaram "nós não vamos usar isso aqui? Então vamos dar esse espaço para os jogadores". É mais uma coisa que, pelo fato de você estar num lugar com espaço e estrutura, te permite fazer. Mais um mimo que, com certeza, os jogadores gostaram bastante. Agora… 18 quadras de treino, 12 quadras de jogo, muito mais espaço… A gente tinha um problema grande com logística e outras coisas lá no outro [Crandon Park]. Era um saco para sair e treinar fora. Ter que ficar andando de carro para cima e para baixo, engarrafamento… O mais engraçado é que de todo mundo que fala "ah, eu preferia o outro torneio", não tem ninguém que fala do torneio em si. Falam da chegada na ilha [Key Biscayne], que é muito bonito… Ninguém fala "as quadras lá eram melhores", "o público era melhor", então você vê que aqui está muito melhor. A área, a fan zone aqui está muito maior, com mais espaço, super bacana, super agradável…

E você nem sente que é um estacionamento…

Tem um monte de palmeira, fonte de água, é super agradável, então, para mim é muito melhor.

Nada pior do que lá?

Só a vista (risos). O visual da ponte, vendo a ilha e a praia. Só. Mas uma vez que você está aqui dentro, nada. Vestiário enorme, estrutura gigante.

O que você tem programado para as próximas semanas?

Vou para casa, depois jogo Monte Carlo e Barcelona, Madri e Roma. Vou ficar na Europa porque agora, com chave de 32 em todos os Masters 1000, a gente não sai adiantado, já pode jogar domingo em Madri, então optei por ficar treinando na Europa, me preparando melhor para Madri independentemente do resultado de Barcelona. De repente, de acordo com os resultados ali, encaixo Munique.

O Jamie jogou o Challenger de Phoenix sem você. Foi pra pegar ritmo?

Pra pegar ritmo. Ele me chamou, eu falei "honestamente, cara…" O Chris [Bastos, preparador físico do brasileiro] estava comigo. Eu falei "cara, prefiro usar esse bloco para fazer uma baita semana" e foi o que aconteceu. Para mim, foi muito bom. A gente fez duas semanas, foi uma mini-pré-temporada. A gente conseguiu treinar muito, fazer muita coisa, então prefiro fazer isso às vezes do que jogar.

Foi bom você ter falado no Chris porque eu quase esqueço de perguntar: não sei se é porque você está de braço cruzado, mas seu braço parece maior. Foi malhação isso?

Cara, eu malhei muito nessas duas semanas pré-Miami, então eu devo estar um pouco mais forte. O Chris chegou, a gente treinou a semana inteira de Indian Wells e os primeiros dias aqui. Foram 17 dias de muito treino. Até no dia que eu perdi lá em Indian Wells a gente treinou. A gente conseguiu coisa que eu não tive nessa pré-temporada. Não tive um tempo assim, sem nenhum compromisso, sem nada. Foi muito bom, estou me sentindo super bem fisicamente, e eu não tenho muito esse problema da falta de ritmo, acho que eu consigo administrar bem meus swings para baixo. Acho que eu seguro legal a cabeça, na confiança. Por isso que eu optei por não jogar Phoenix e ralar.

Para terminar: Jaime Oncins como capitão da Davis…

Eu acho muito legal! Primeiro, como pessoa, adoro o Jaime. É um baita cara. Vasta experiência em Copa Davis, jogou muitos anos, tinha um espírito de Copa Davis gigantesco quando jogava. Todo mundo amava o Jaime na Davis. E já se mostrou um grande treinador. Está fazendo um grande trabalho nos EUA e continua ligado de certa forma com o profissional, fazendo algumas semanas com o Gastão [Elias, tenista português]. Acho legal que não está envolvido diretamente com ninguém. Não vou falar que sou a favor ou contra, mas tira a margem para as pessoas pensarem qualquer coisa. O João [Zwetsch] teve várias vezes com o Thomaz [Zwetsch também treinou Guilherme Clezar, Thiago Wild e outros], e eu sempre achei o João super neutro em relação às suas decisões quanto a isso, mas, querendo ou não, abre margem para as pessoas falarem "ah, fez isso por causa disso", então eu acho que o Jaime não estando envolvido diretamente com ninguém, é super legal.

Que qualidade ele traz acima de tudo para o time?

Cara, eu acho que o que o Jaime traz é a personalidade dele. Ele é um cara muito positivo, muito bacana e é isso que ele vai trazer. Formar equipe, todo mundo abraçar a causa que ele propuser, e isso é importante na Copa Davis. É um time. Não adianta você trazer jogadores e não ter um time, então acho que é isso que o Jaime tem como positivo.

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Sobre o autor

Alexandre Cossenza é bacharel em direito e largou os tribunais para abraçar o jornalismo. Passou por redações grandes, cobre tênis profissionalmente há oito anos e também escreve sobre futebol. Já bateu bola com Nadal e Federer e acredita que é possível apreciar ambos em medidas iguais.
Contato: ac@cossenza.org

Sobre o blog

Se é sobre tênis, aparece aqui. Entrevistas, análises, curiosidades, crônicas e críticas. Às vezes fiscal, às vezes corneta, dependendo do dia, do assunto e de quem lê. Sempre crítico e autêntico, doa a quem doer.


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