Com sequência impecável, Nadal desmontou Pospisil
Alexandre Cossenza
30/08/2018 00h35
No primeiro set, o saque fez toda diferença. Rafael Nadal encaixou 87% dos primeiros serviços e ganhou 19 dos 20 pontos com o fundamento. Na segunda parcial, quando o serviço entrou com menos frequência, o número 1 do mundo desequilibrou do fundo de quadra. E não seria uma atuação típica do espanhol sem uma sequência incrível em um momento de fragilidade do rival. Foi assim que Rafa Nadal desmontou a ameaça do canadense Vasek Pospisil, #88 do mundo, para fazer 6/3, 6/4 e 6/2 e avançar à terceira rodada do US Open.
De certo modo, foi uma apresentação bem com a cara do Nadal de quadras rápidas. Saques eficientes combinados com subidas à rede e curtinhas, além dos costumeiros golpes dominantes do fundo de quadra: o forehand cheio de spin e um backhand cruzado mortal. O atual campeão do US Open respondeu sempre que foi exigido, embora a verdade é que Pospisil fraquejou no momento em que mais precisava se mostrar um rival à altura.
O canadense não esteve nem perto de uma quebra na primeira parcial, enquanto o número 1 do mundo converteu seu break point logo no segundo game da partida. Foi no segundo set, porém, que tudo começou a se definir. Pospisil esboçou uma reação e, aproveitando-se de subidas à rede precipitadas do espanhol, encaixou boas passadas – uma delas, de slice (veja abaixo) – e conseguiu a quebra para abrir 4/2.
O azarão, contudo, desfez praticamente sozinho sua vantagem, cometendo seguidos erros não forçados e perdendo o saque com uma dupla falta no break point. Nadal, um especialista em aproveitar momentos de fragilidade dos oponentes, ganhou 23 dos 25 pontos jogados desde que perdeu o saque e não só fechou o segundo set em 6/4 como abriu a terceira parcial com uma quebra de serviço.
Quando voltou a confirmar, Pospisil já parecia mentalmente derrotado. O número 1 não deu mais chances e avançou para encarar o russo Karen Khachanov, 22 anos, #26 da ATP, na terceira rodada.
Sobre o autor
Alexandre Cossenza é bacharel em direito e largou os tribunais para abraçar o jornalismo. Passou por redações grandes, cobre tênis profissionalmente há oito anos e também escreve sobre futebol. Já bateu bola com Nadal e Federer e acredita que é possível apreciar ambos em medidas iguais.
Contato: ac@cossenza.org
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