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Djokovic veio afiado para a segunda rodada, mas ainda mostra fragilidades

Alexandre Cossenza

30/05/2018 10h13

Não que o Novak Djokovic da estreia, aquele que derrotou Rogerinho em três sets, tenha sido decepcionante. Na segunda-feira, porém, o sérvio foi um tanto irregular. Havia margem, porém. O ex-número 1 do mundo é, afinal, muito superior ao brasileiro. Só que nesta quarta, diante de um Jaume Munar que vinha de eliminar David Ferrer, Nole fez 7/6(1), 6/4 e 6/4, mostrando um tênis mais afiado do que o de dois dias atrás.

De certo modo, era um jogo bom para Djokovic ganhar ritmo. Munar, espanhol de 21 anos e atual #155 do mundo, não tem golpes dominantes. É um jogador consistente do fundo de quadra e vinha um belo momento, após furar o qualifying e bater um ex-top 10. E poderia ter dado mais trabalho a Djokovic nesta quarta-feira, tivesse aproveitado melhor os altos e baixos do oponente.

Nole, é bom que se diga, esteve mais preciso. Arriscou mais, buscou mais as linhas e mandou nos pontos. Terminou o primeiro set com 17 winners (contra seis de Munar). As paralelas apareceram com mais frequências, as subidas à rede foram eficientes, as devoluções cumpriram sua função. Seu nível no tie-break foi estupendo. De modo geral, durante boa parte do jogo, deu para lembrar do campeão de RG/2016.

Até aí, tudo bem. O problema é que todos esses elogios não "casam" com o placar apertado do primeiro set nem com as três quebras de saque sofridas ao longo do jogo. É aí que entram os altos e baixos do sérvio. Desde a quebra sofrida no primeiro game do jogo, incluindo a chance perdida ao sacar para o primeiro set e a vantagem desperdiçada no início da segunda parcial.

E não é algo que aparece nos números – embora as seis quebras de saque em duas partidas registrem as oscilações como número final. Nole teve 69% de aproveitamento de primeiro serviço, ganhou 60% com o segundo saque, somou 39 winners e 33 erros não forçados. Nada que indique, de modo geral, um buraco específico em seu jogo. Mas o vacilos vieram, e a partida contra Munar foi menos simples do que poderia.

Em momentos, Djokovic errou por arriscar demais – e tudo bem para quem está na primeira semana de um slam, calibrando golpes. Em outros, perdeu o controle de ralis – o que deve preocupar mais. Na terceira rodada, o sérvio vai encarar outro espanhol: Roberto Bautista Agut, 30 anos, #13 do mundo. Se Munar foi um teste mais duro do que Rogerinho, Bautista Agut deve exigir ainda mais de Nole. Não vai ter margem para apagões.

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Sobre o autor

Alexandre Cossenza é bacharel em direito e largou os tribunais para abraçar o jornalismo. Passou por redações grandes, cobre tênis profissionalmente há oito anos e também escreve sobre futebol. Já bateu bola com Nadal e Federer e acredita que é possível apreciar ambos em medidas iguais.
Contato: ac@cossenza.org

Sobre o blog

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