A bronca que resolve
Alexandre Cossenza
22/08/2015 16h36
Semifinal do Masters 1.000 de Cincinnati, jogo duro entre Novak Djokovic e Alexandr Dolgopolov, e o torcedor chato estava se manifestando em momentos nada adequados – interrompendo os jogadores.
O brasileiro Carlos Bernardes, árbitro de cadeira do jogão, então pegou o microfone e disse, para encerrar de vez o assunto: "Cavalheiro, é a segunda ou terceira vez. Está atrapalhando a partida inteira. As pessoas estão aqui para ver tênis, não para ouvir você. Por favor, veja o tênis."
A atitude do brasileiro resolveu o problema. Quem também solucionou seu drama foi Novak Djokovic, que perdeu o primeiro set e viu Dolgopolov sacar para o jogo antes de quebrar o serviço do ucraniano e virar um jogo quase perdido. Por 4/6, 7/6(5) e 6/2, o número 1 do mundo se garantiu na final do torneio.
Coisas que eu acho que acho:
– Quem acompanha tênis há mais tempo (uns dez anos pelo menos) deve sentir falta de árbitros de cadeira com mais personalidade (e coragem) dentro de quadra. Bernardes, um dos mais experientes do circuito, é também um dos últimos com esse perfil. A turma mais nova, a "Geração Hawk-Eye", é bem diferente. Pura questão de opinião/gosto, mas acho que o perfil do brasileiro (e de gente como Cedric Mourier, Pascal Maria e Mohamed Lahyani) faz muito bem ao esporte.
Sobre o autor
Alexandre Cossenza é bacharel em direito e largou os tribunais para abraçar o jornalismo. Passou por redações grandes, cobre tênis profissionalmente há oito anos e também escreve sobre futebol. Já bateu bola com Nadal e Federer e acredita que é possível apreciar ambos em medidas iguais.
Contato: ac@cossenza.org
Sobre o blog
Se é sobre tênis, aparece aqui. Entrevistas, análises, curiosidades, crônicas e críticas. Às vezes fiscal, às vezes corneta, dependendo do dia, do assunto e de quem lê. Sempre crítico e autêntico, doa a quem doer.