Copa Davis: Orsanic, Del Potro e o pior dos cenários
Alexandre Cossenza
16/12/2014 09h00
A notícia não recebeu a devida atenção aqui no Brasil, então é bom reforçar, até pelo que isso pode vir a significar. Na última quarta-feira, Daniel Orsanic foi anunciado oficialmente como novo capitão argentino da Copa Davis. Não é nada bom para o Brasil, e não só porque Orsanic foi técnico de Thomaz Bellucci e sabe bem os pontos fracos do número 1 brasileiro. O grande ponto da questão é que Orsanic é visto na imprensa argentina como o homem que vai colocar em prática o retorno de Juan Martín del Potro à Copa Davis.
A imprensa argentina já fala sobre isso desde o mês passado, quando o anúncio ainda não havia sido feito (leia aqui e aqui). Houve reuniões, conversas e até uma conveniente licença de quatro meses do vice-presidente da AAT (Associação Argentina de Tênis) Héctor Romani, com quem Del Potro não mantém boa relação, conta o jornal "La Nación".
O "Olé", por sua vez, conta que Del Potro também pedia um plano que envolvesse o desenvolvimento do tênis argentino. Isso também foi prometido ao campeão do US Open de 2009. Na AAT, fala-se até no nome de Marcelo Gómez, responsável por formar tenistas em Tandil – Juan Mónaco, Mariano Zabaleta, Máximo González e Diego Junqueira, além do próprio Juan Martín.
Ninguém ousa garantir o retorno de Del Potro ao time da Copa Davis, mas é um bom sinal para a Argentina que seu melhor tenista tenha optado por jogar em Acapulco (e não em Dubai) na semana anterior ao confronto com o Brasil, marcado para 6 a 8 de março. Não se sabe como o tenista de Tandil retornará após um ano de inatividade por causa de uma lesão séria e que exigiu uma cirurgia no punho esquerdo. Ainda assim, já se fala que há boas chances de o confronto acontecer no parque Tecnopolis, em Buenos Aires, com quadra coberta e piso duro. Nada, nada bom para o Brasil.
Sobre o autor
Alexandre Cossenza é bacharel em direito e largou os tribunais para abraçar o jornalismo. Passou por redações grandes, cobre tênis profissionalmente há oito anos e também escreve sobre futebol. Já bateu bola com Nadal e Federer e acredita que é possível apreciar ambos em medidas iguais.
Contato: ac@cossenza.org
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