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Coincidência recorde

Alexandre Cossenza

02/09/2014 09h58

Começou como um joguinho chato, amarrado, com poucas trocas de bola. Milos Raonic soltava seus costumeiros mísseis no saque, e Kei Nishikori tentava impor seu jogo do fundo de quadra. O público, que pouco se empolgava, parecia ainda de ressaca pela emocionante partida anterior, entre Victoria Azarenka e a qualifier sérvia Aleksandra Krunic, número 145 do mundo, que venceu um set e deu trabalho à ex-número 1 no Estádio Arthur Ashe.

O último jogo da jornada passava da meia-noite local (1h em Brasília), e Raonic e Nishikori seguiam duelando. Um tie-break pra cá, outro pra lá, uma longa pausa do japonês para ir ao banheiro, outra pausa para refazer a atadura em um dos pés de Nishikori, até que Raonic, sacando em 5/5 e 30/0, levou a virada no game e permitiu que o rival sacasse para o quinto set. Mais tensão.

A essa altura, quase lá pelas 2h, a partida estava boa. Jogadas bonitas, todos pontos valendo muito, o público (que restou) vibrando, mais drama… Foi quando o assunto também passou a ser o recorde de partida a terminar mais tarde no US Open. Nishikori e Raonic quebrariam a marca se ficassem em quadra até pelo menos 2h27 da madrugada. Pois o canadense perdeu o saque, o japonês jogou dois games fantásticos em sequência e abriu vantagem. Raonic não teve mais chances. O japonês fechou a fatura por 4/6, 7/6(4), 6/7(6), 7/5 e 6/4. Durou 4h19.

E que horas terminou o jogo? O recorde foi quebrado? Sim e não. O match point aconteceu precisamente às 2h26min, mesmo horário da marca que já era compartilhada por duas partidas. Em 2012, John Isner x Philipp Kohlschreiber. Em 1993, Mats Wilander x Mikael Pernfors. Agora, três jogos agora dividem a "honra". E mais: os três confrontos terminaram com o placar de 6/4 no quinto set. Só pode ser algum tipo de coincidência recorde…

Coisas que eu acho que acho:

– A dúvida que fica depois de uma partida longa assim é sobre as condições físicas de Nishikori. Com um histórico de muitas lesões, o japonês tem menos de dois dias para estar inteiro e enfrentar Stan Wawrinka, que lhe exigirá um bocado. As trocas de bola serão mais longas, e Nishikori precisará se movimentar mais no fundo de quadra. Eu apostaria em triunfo do suíço, que fez um ótimo jogo contra Robredo.

– Ainda nesta metade da chave, o duelo mais esperado das quartas de final será uma reedição da final do US Open de 2012 (e das finais de Wimbledon/2013 e do Australian Open em 2011 e 2013). Pelo que Novak Djokovic e Andy Murray mostraram até agora, o sérvio é o mais cotado. O britânico entra como azarão pela inconsistência que mostrou esporadicamente no torneio. Nole vai exigir ainda mais foco do escocês. Em melhor de cinco sets, o número 1 deve, sim, ser considerado favorito para alcançar as semifinais.

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Sobre o autor

Alexandre Cossenza é bacharel em direito e largou os tribunais para abraçar o jornalismo. Passou por redações grandes, cobre tênis profissionalmente há oito anos e também escreve sobre futebol. Já bateu bola com Nadal e Federer e acredita que é possível apreciar ambos em medidas iguais.
Contato: ac@cossenza.org

Sobre o blog

Se é sobre tênis, aparece aqui. Entrevistas, análises, curiosidades, crônicas e críticas. Às vezes fiscal, às vezes corneta, dependendo do dia, do assunto e de quem lê. Sempre crítico e autêntico, doa a quem doer.


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