Bencic, 17 anos depois de Hingis
Alexandre Cossenza
01/09/2014 06h30
Simona Halep foi a primeira a dar adeus. Quando Petra Kvitova foi eliminada, garantiu Serena Williams como número 1 do mundo. Neste domingo, foi a vez de Maria Sharapova despedir-se do US Open. Só terminou metade das oitavas de final, mas restam apenas duas das oito principais cabeças de chave. Enquanto Serena e Eugenie Bouchard (cabeça 7) seguem em busca do título, o torneio feminino já parece ter seu nome preferido: Belinda Bencic. A suíça de 17 anos, atual número 58 do mundo, derrotou a ex-número 1 Jelena Jankovic, neste domingo, e tornou-se a mais jovem atleta nas quartas de final desde … Martina Hingis, sua compatriota, em 1997.
A comparação é inevitável e compreensível. Quando a pequena Belinda tinha 4 anos, seu pai telefonou para Melanie Molitor, mãe e técnica de Hingis, pedindo uma avaliação. Molitor gosto do que viu. Aos 7 anos, Bencic já treinava na academia da mãe de Hingis, onde era monitorada diariamente por Molitor. Hoje, Bencic orgulha-se de possuir uma das características mais marcantes do tênis de Martina. A possibilidade de variar seu tênis e jogar de forma inteligente, dependendo menos da potência de seus golpes. A história é contada de forma resumida no vídeo abaixo. Assistam!
A ascensão de Bencic é assustadoramente rápida. Um ano atrás, quando ainda liderava o ranking mundial juvenil, a jovem suíça figurava apenas na 331ª posição entre as profissionais. Começou 2014 furando o qualifying do Australian Open e avançando até a segunda rodada. Bencic também passou por qualis em Charleston, Madri, Roma, Eastbourne e New Haven. Em Wimbledon, alcançou a terceira rodada. Chegou ao US Open no melhor ranking de sua carreira: 58.
Em Nova York, derrubou a ex-top 20 Yanina Wickmayer (atual 64ª da WTA); a alemã Angelique Kerber, cabeça 6 do torneio; e Jelena Jankovic, ex-número 1 e décima do ranking corrente. E sempre em sets diretos. Sua única partida de três sets em Flushing Meadows veio diante da japonesa Kurimi Nara, 33ª do mundo.
Nas quartas, Bencic vai encarar a chinesa Shuai Peng, número 39 do ranking. Se vencer, saltará para o top 30. E, mesmo que perca, já estará entre as 40 melhores. No grande cenário, contudo, o que importa mesmo é que a jovem suíça já deixa sua marca no circuito. E com o tênis muito, muito legal de ver.
Sobre o autor
Alexandre Cossenza é bacharel em direito e largou os tribunais para abraçar o jornalismo. Passou por redações grandes, cobre tênis profissionalmente há oito anos e também escreve sobre futebol. Já bateu bola com Nadal e Federer e acredita que é possível apreciar ambos em medidas iguais.
Contato: ac@cossenza.org
Sobre o blog
Se é sobre tênis, aparece aqui. Entrevistas, análises, curiosidades, crônicas e críticas. Às vezes fiscal, às vezes corneta, dependendo do dia, do assunto e de quem lê. Sempre crítico e autêntico, doa a quem doer.