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Fed Cup: Brasil aposta em união e experiência

Alexandre Cossenza

07/02/2014 06h00

Demorou, mas o blog finalmente fala de Fed Cup. Com atraso, mas sempre com relevância. E falemos de Brasil, que cumpriu brilhantemente seu dever de casa até agora no Zonal I das Américas (espécie de terceira divisão). Aplicou 3 a 0 em cima do Equador no primeiro dia e, nesta quinta, repetiu a dose diante a fraca equipe de Bahamas. Até agora, nenhum set perdido. Nem por Teliana Pereira e Paula Gonçalves nas simples, nem por Gabriela Cé e Laura Pigossi nas duplas.

É hora, então, do confronto mais duro do Grupo B. Valendo vaga na final do Zonal, a equipe da capitã Carla Tiene encara a Colômbia, que tem Mariana Duque-Marino (número 101 do mundo), Catalina Castaño (197), Maria Fernanda Herazo González e Paula Andrea Perez-García. Uma derrota acaba com as chances brasileiras. Uma vitória coloca a equipe diante de Paraguai ou Venzuela.

Para avaliar a situação brasileira até agora, conversei por telefone com Laura Pigossi, e o bate-papo, embora curto, foi bastante legal. Deu para ver o quanto a equipe está confiante em um resultado melhor este ano (ano passado, acabou derrotada pelo Canadá na final do Zonal). E não é daquelas confianças puramente otimistas. No diálogo, Laura conta que o time deste ano é mais forte do que o de 2013 e estará mentalmente mais preparado para uma nova decisão. Leiam!

Até agora, foram duas vitórias por 3 a 0, sem grandes problemas. Era o que vocês estavam esperando? Até agora, corre tudo como planejado?
Ah, sim. Os dois confrontos a gente ganhou de 3/0, e todas conseguiram jogar. A gente deu descanso para a Paula e a Teliana também. Está fazendo calor, e isso (descanso) é muito bom. Até agora, saiu tudo perfeito. Não podia ser melhor.

Desde o começo, todos sabiam que a Colômbia seria o adversário mais duro na fase de grupos. O que esperar do confronto agora?
Sempre dá para ganhar. Nossa equipe é bem forte e também é bem unida, o que faz diferença na Fed. É todo mundo muito junto dentro e fora da quadra. Isso vai fazer muita diferença contra a Colômbia. É um adversário bem difícil, mas a gente tem completa confiança que pode ganhar.

Quando você diz que o time é unido, é porque vocês também se dão bem fora da quadra? E como isso ajuda na hora do jogo?
A gente não fica junta porque precisa. A gente fica assim porque quer mesmo. A gente se sente muito bem quando estamos juntas, somos bem amigas mesmo. Tanto os técnicos quanto as jogadoras. É bem rara essa união. Em várias equipes, enquanto uma está jogando, a outra está comendo. A gente, aqui, tenta comer o mais rápido possível para ver a outra em quadra.

Até pelo resultado do ano passado, é compreensível que todo mundo pense um pouco na final, em ganhar a final e chegar aos playoffs do Grupo Mundial II. Como se consegue isso sem deixar de lado o próximo confronto?
Sempre é um confronto de cada vez que a gente pensa. Ano passado, todo mundo ficou com gostinho de querer passar da final. Este ano, a gente veio bem decidido, mas a gente está indo jogo a jogo, ponto por ponto, todo mundo querendo muito.

Não só pelo momento da Teliana, mas você sente a equipe deste ano mais forte do que a de 2013? Ou é injusto comparar?
A equipe deste ano está mais forte, sim, mas não que ano passado não estivesse. A gente jogou de igual pra igual com o Canadá. Foi bem duro, mas as não dá para comparar com este ano. A Teliana está jogando muito bem, a Paula também, a Gabi também, está todo mundo querendo essa final. Ano passado, a gente chegou e foi "Meu deus, a gente está na final!" Agora a gente vai mais preparada, com mais experiência, para chegar na final e ganhar.

Já ter disputado uma final, então, faz muita diferença?
Ah, sim. A gente chega com mais experiência.

—fim—

Coisas que eu acho que acho:

– No papel, o Brasil é favorito para derrotar a Colômbia. Aliás, a Colômbia parece o adversário mais forte que o time de Teliana Pereira e companhia tem para encarar no Zonal. Quem vencer nesta sexta-feira será favorito contra Paraguai ou Venezuela. Só aí, então, saberemos se o Brasil terá a chance de jogar os playoffs do Grupo Mundial II.

– Vale a pena lembrar. O Grupo Mundial II tem os seguintes confrontos: Canadá x Sérvia, Suécia x Polônia, França x Suíça e Argentina x Japão (países citados primeiro jogam em casa). Os quatro perdedores se juntam a um time do Zonal das Américas, outro do Zonal Ásia/Oceania e dois do Zonal Europa/África.

– O Grupo Mundial, disputado sábado e domingo, tem EUA x Itália, Espanha x República Tcheca, Eslováquia x Alemanha e Austrália x Rússia. Meus palpites são EUA, República Tcheca, Alemanha e Austrália.

– Foi uma semana com pouco tempo para escrever. Parte por pendências pessoais a resolver, parte pelas comemorações do aniversário da @maedocossenza. Fiquei devendo um post pós-Davis e outro pré-Fed Cup. O blog volta desde já a sua programação normal.

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Sobre o autor

Alexandre Cossenza é bacharel em direito e largou os tribunais para abraçar o jornalismo. Passou por redações grandes, cobre tênis profissionalmente há oito anos e também escreve sobre futebol. Já bateu bola com Nadal e Federer e acredita que é possível apreciar ambos em medidas iguais.
Contato: ac@cossenza.org

Sobre o blog

Se é sobre tênis, aparece aqui. Entrevistas, análises, curiosidades, crônicas e críticas. Às vezes fiscal, às vezes corneta, dependendo do dia, do assunto e de quem lê. Sempre crítico e autêntico, doa a quem doer.


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