Saque e Voleio http://saqueevoleio.blogosfera.uol.com.br Se é sobre tênis, aparece aqui. Wed, 05 Feb 2020 15:13:26 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Quadra 18: S06E02 http://saqueevoleio.blogosfera.uol.com.br/2020/02/05/quadra-18-s06e02/ Wed, 05 Feb 2020 05:40:50 +0000 http://saqueevoleio.blogosfera.uol.com.br/?p=11099

Para ouvir, é simples. basta clicar neste link. Episódio especial pós-Australian Open. Apoio Órama Investimentos. Saiba mais sobre a Órama em bit.ly/SaqueEVoleio.

Fim de slam é aquele período que sempre vem acompanhado de um episódio do podcast Quadra 18, e o desta semana é mais do que especial. Sheila Vieira, Aliny Calejon e eu comentamos tudo que aconteceu no Australian Open, com os títulos de Novak Djokovic e Sofia Kenin, mas desta vez contamos com as análises especiais de Marcelo Melo, Thiago Monteiro e Luisa Stefani.

Também comentamos as atuações de Rafa Nadal e Roger Federer, as decepções com Ash Barty e Serena Williams, a aposentadoria e o legado de Caroline Wozniacki, o intrigante torneio de duplas masculinas, as campanhas dos brasileiros, os títulos recentes de Luisa Stefani e Thiago Monteiro e até o curioso caso do doping do chileno Nicolás Jarry, que teria tomado suplementos produzidos por uma farmácia de manipulação no Brasil.

Se preferir baixar o em mp3 para ouvir mais tarde, clique com o botão direito no link do alto deste post e, em seguida, escolha a opção “salvar como”. Depois disso, e só escutar, ficar por dentro de tudo e, claro, se divertir junto com a gente.

=> Apoio Órama Investimentos

Os temas

0’00” – Alexandre apresenta os assuntos do dia
2’35” – A polêmica sobre a qualidade do ar em Melbourne
4’09” – Djokovic e a busca pelo recorde de títulos de Federer. É possível?
4’35” – “Federer não vai parar em 20”
6’40” – O quanto a chave colaborou para o título de Djokovic?
8’35” – Com três finais perdidas, Thiem vive cenário parecido com o de Murray?
10’05” – Nadal e Federer: superaram expectativas ou decepcionaram?
12’20” – “Nadal me decepcionou um pouco”
14’20” – O “novo” Zverev e seus méritos no Australian Open
15’50” – Marcelo Melo fala sobre a “recuperação” de Zverev após a ATP Cup
18’45” – Thiago Monteiro e sua ótima apresentação contra John Isner
20’10” – Monteiro fala sobre a confiança de bons resultados que viriam
23’30” – O título de Sofia Kenin. Qual o tamanho da surpresa?
25’30” – A decepção enorme com Ashleigh Barty nas semifinais
26’10” – Halep e a chave tranquila que “atrapalhou”
26’45” – Serena: a decepção e o discurso que tirou os méritos da rival
29’00” – “Eu me decepcionei com a derrota da Wozniacki”
30’02” – “A Wozniacki abriu um caminho” na WTA
30’40” – Homenagem de ATP e WTA mostra a grandeza da Wozniacki
31’30” – “Quem vai falar no vídeo de despedida de Maria Sharapova?”
32’50” – Luisa Stefani nas oitavas em Melbourne
33’40” – Luisa fala sobre a conquista em Newport Beach
36’50” – Ram e Salisbury são campeões de duplas. Aliny analisa o torneio
38’35” – As duplas australianas e o interminável Lleyton Hewitt
40’20” – As campanhas dos brasileiros Soares, Melo e Demoliner
42’50” – Chances de título brasileiro no Rio Open e a possível vinda de Farah
46’05” – O doping de Nicolas Jarry, que tomou um suplemento feito no Brasil

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Quadra 18: S06E01 http://saqueevoleio.blogosfera.uol.com.br/2020/01/19/quadra-18-s06e01/ http://saqueevoleio.blogosfera.uol.com.br/2020/01/19/quadra-18-s06e01/#respond Sun, 19 Jan 2020 16:52:24 +0000 http://saqueevoleio.blogosfera.uol.com.br/?p=11093

É tradição: o primeiro slam do ano significa que o podcast Quadra 18 começa mais uma temporada. Em seu sexto ano de vida, o programa volta para comentar a expectativa em torno do Australian Open (e, por que não, um pouco da recém-criada ATP Cup). Por que Novak Djokovic tem um quadrante tão favorável? Quem são os maiores obstáculos para Serena Williams? Dimitrov e Shapovalov são ameaças reais para Roger Federer?

Sheila Vieira, Aliny Calejon e eu demos nossas respostas para as perguntas acima e muitas outras. Analisamos as chaves quadrante a quadrante, lembrando de quem chega forte no torneio e de quem mostrou pouco nas primeiras semanas de 2020. Também deixamos, obviamente, nossos favoritos para o título, as zebras e as decepções deste Australian Open.

Para ouvir, é simples. basta clicar neste link. Se preferir baixar o em mp3 para ouvir mais tarde, clique com o botão direito e, em seguida, escolha a opção “salvar como”. Depois disso, e só escutar, ficar por dentro de tudo e, claro, se divertir junto com a gente.

Os temas

0’00” – Sheila apresenta os assuntos do dia
3’00” – O momento de Nadal após Davis+ATP Cup
6’30” – As dificuldades de Medvedev + as chances de Rublev
10’40” – A chave de Federer e as ameaças de Dimitrov e Shapovalov
13’00” – O momento “humano” de Federer no Rally for Relief
14’50” – O quadrante favorável para Djokovic
19’40” – Os palpites do podcast para campeão, zebra e decepção do AO
22’40” – ATP Cup: as atrações e os porquês da vitória sobre a Copa Davis
28’15” – A chave feminina, o título de Serena e a chave de Barty
30’00” – Barty e a expectativa de jogar em casa como número 1 do mundo
33’00” – A personalidade de Cori Gauff
35’35” – A chave de Serena e as possíveis rivais duras para a americana
38’10” – A boa chance de Simona Halep em Melbourne
39’10” – “Eu adoraria ver Sabalenka x Sharapova na terceira rodada”
40’50” – Pliskova e a parte mais dura da chave
42’40” – Os palpites do podcast: campeã, zebra e decepção
46’50” – O doping de Robert Farah + as novas e velhas duplas
53’10” – Momento ego: o namoro de Feijão e Sheila Mello

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Frase do dia – Nadal: “Sempre aprendi mais com os êxitos” http://saqueevoleio.blogosfera.uol.com.br/2020/01/03/frase-do-dia-nadal-sempre-aprendi-mais-com-os-exitos/ http://saqueevoleio.blogosfera.uol.com.br/2020/01/03/frase-do-dia-nadal-sempre-aprendi-mais-com-os-exitos/#respond Fri, 03 Jan 2020 21:37:50 +0000 http://saqueevoleio.blogosfera.uol.com.br/?p=11087

Quem acompanha o Saque e Voleio há algum tempo sabe que gosto de destacar o quanto o mérito esportivo tem a ver com muito mais do que técnica. Tênis é um esporte que exige golpes precisos e obediência tática, mas também é uma modalidade que reflete nos resultados quem trabalha bem, com os valores certos, fora de quadra.

Por isso, como uma espécie de resolução de Ano Novo, voltarei a destacar aqui, sempre que julgar interessante, frases que demonstram caráter, profissionalismo e que servem de exemplo para qualquer um de nós, em qualquer que seja nossa área de atuação. Todos estes posts serão facilmente encontrados na categoria Frase do Dia, que pode ser acessada na busca no blog, no canto superior direito.

A primeira “Frase do Dia” deste 2020 vem de Rafael Nadal, em entrevista ao canal IB3, das Ilhas Baleares. Ele fala sobre como, com uma bela dose de autocrítica, podemos aprender mais com nossos acertos do que com os fracassos. A entrevista foi traduzida para espanhol pelo site Punto de Break e publico este trecho aqui, em português.

“Se você não é uma pessoa arrogante, creio que é mais fácil aprender com os êxitos. Se você é coerente e tem uma boa capacidade de autocrítica, os êxitos não te fazem perder essa realidade, você sabe que sempre precisa melhorar. Isso é o que te permite treinar e competir com uma determinação que te leva a colocar em prática tudo isso que precisa melhorar. Quando você perde essa confiança pessoal, é muito mais complicado fazer essas coisas que são mais difíceis de fazer. Com confiança, a falha é mais tolerável do que sem ela. Por isso, sempre aprendi mais com o êxitos do que com meus fracassos. Deste ano (2019), levo o aprendizado de estar sempre alerta, saber que sempre há um pouco de luz quando parece que está tudo escuro, mas é preciso estar ali. Se você tenta e faz tudo que pode, cedo ou tarde o resultado chega.”

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Cossenza Responde: perguntas e respostas no Ano Novo http://saqueevoleio.blogosfera.uol.com.br/2020/01/01/cossenza-responde-perguntas-e-respostas-no-ano-novo/ http://saqueevoleio.blogosfera.uol.com.br/2020/01/01/cossenza-responde-perguntas-e-respostas-no-ano-novo/#respond Wed, 01 Jan 2020 16:22:20 +0000 http://saqueevoleio.blogosfera.uol.com.br/?p=11083

A temporada 2020 começa diferente, com a estreante ATP Cup roubando as atenções dos outros ATPs e até do fortíssimo WTA de Brisbane. E já que é tempo de novidade, também faço diferente aqui no blog”: abro o ano olímpico de 2020 com uma edição do Cossenza Responde, o antigo P&R, com minhas respostas e opiniões para perguntas enviadas por vocês, leitores, no Twitter.

Antes de entrar nas questões, desejo a todos um ano leve, feliz, cheio de conquistas e, principalmente, com mais aces do que erros não forçados. E continuem lendo o blog e interagindo no Twitter, no Facebook e no Instagram.

Mathews, o próprio Federer nega essa teoria de que Tóquio seria uma meta porque lhe falta um ouro em simples. Ele também já disse, inclusive recentemente, que não precisa ganhar algo grande para se aposentar. Em outras palavras, o que ele quer dizer é que ele não tem a necessidade de rumar para a aposentadoria no estilo Sampras, que ganhou um US Open e parou de jogar em seguida. O suíço diz que joga porque gosta do esporte, curte o circuito e ainda se sente competitivo. De fato, são três verdades. Agora… A história do esporte está cheia de exemplos de atletas que adotam um discurso e, na hora, na prática, fazem outra coisa. A gente só vai descobrir se Federer fala sério quanto a isso se ele conquistar o título em Tóquio. Aí vai ficar claro se é verdade ou se é aquele papo maroto para evitar que a imprensa e os fãs se concentrem (e cobrem) demais em um único torneio.

O calendário deste ano é um pouco diferente do de 2016, mas pouco muda em relação aos slams, que devem continuar sendo prioridade máxima para a maioria dos tenistas – especialmente em uma época em que há recordes importantes em jogo e na reta final da carreira do ex-Big Four. A vantagem para os tops é que o torneio de tênis nos Jogos de Tóquio começa no fim de julho, antes dos Masters de Toronto e Cincinnati. O torneio carioca ficou bem no meio dos dois eventos. Logo, ninguém deve se ausentar de Tóquio alegando medo de zika.

Oi, Daniel. Essa questão entra na região do adivinhômetro, não só para mim, mas para toda imprensa que cobre tênis, já que a equipe de Andy Murray não revela nada além do extremamente necessário sobre as condições físicas do escocês. Ele, no momento, se recupera de uma lesão no púbis (essa, pelo menos, é a versão oficial) que surgiu logo em uma sequência de torneios no fim de 2019. Eu apostaria que ele vai manter uma postura cautelosa em relação a seu corpo. Acho até difícil que ele tente disputar muitos torneios em sequência – a não ser que sofra seguidas derrotas.

Matheus, a resposta para isso depende do tema da questão acima. Fisicamente bem, Murray pode voltar a brigar por coisas grandes. Quanto às casas de apostas, elas sabem muito bem cuidar de suas contas bancárias. Colocar Murray como quarto mais cotado em Wimbledon é levar em consideração seu potencial. Como faltam seis meses para o evento, há tempo de sobra para o escocês trabalhar seu tênis e chegar em boas condições lá, onde ele já levantou o troféu duas vezes. Seria ingênuo das casas de apostas colocar Murray como, sei lá, 30º mais cotado e precisar pagar uma bolada seis meses depois.

Antes de mais nada, é preciso reconhecer que o tênis, como modalidade, não tem problemas de patrocínio. As TVs vendem as cotas de publicidade sem drama, o Rio Open tem parceiros fiéis desde a primeira edição e as promotoras que têm projetos aprovados junto ao ex-ministério do Esporte conseguem patrocínios incentivados sem tanto drama. Marcelo Melo e Bruno Soares também não podem reclamar de apoio. Ambos têm resultados e posturas que atraem marcas.

Quem tem problemas com patrocínio é a Confederação Brasileira de Tênis (CBT), mas isso não é de 2019. Há um histórico (intervenção federal na gestão Nastás e Jorge Lacerda condenado a prisão) que pesa contra a entidade, e empresas grandes e sérias cada vez mais têm o cuidado de não associar suas marcas a federações e confederações quando considera-se que há algum risco, ainda que pequeno, de um escândalo surgir e manchar a imagem da empresa. A melhor saída para isso é ser transparente, divulgar números e mostrar que a administração vem sendo feita de maneira correta e honesta. Quando isso não acontece, a primeira coisa que um empresário sério se pergunta é: “Por que não querem mostrar os números?” A resposta costuma explicar quem tem patrocínio ou não.

Foi sondado, sim, Gui, e as negociações caminharam. Dimitrov esteve perto de fechar com o torneio, mas acabou decidindo não se comprometer.

Elaine, se você está falando de 2011, quando ele dominou o circuito e somou mais de 40 vitórias seguidas, terminando o ano com três títulos de slam, minha resposta é sim e não. Calma, eu explico. Não duvido nem um pouco que Djokovic volte a ser dominante e conquiste a maioria dos próximos slams. O que acho é que ele, ciente de que a idade vem chegando, será mais econômico não só na montagem de seu calendário, mas no tênis. Imagino um Nole muito mais focado nos slams do que em vencer todos Masters e somar a maior quantidade possível de pontos. Por isso, não verei drama se ele conquistar o Australian Open mais uma vez e, nos meses seguintes, não mostrar um tênis vistoso em Indian Wells/Miami. Foi, aliás, o que aconteceu em 2019, e ele chegou a Roland Garros em ótimas condições de brigar pelo título.

Entre simplistas, Roger Federer e Taylor Townsend. No caso do feminino, a americana é praticamente a única que consegue fazer o saque-e-voleio funcionar com alguma consistência. Nas duplas, a coisa muda. Todo mundo faz isso muito bem. Eu, particularmente, gosto muito de Marcelo Melo. Poucos fazem o primeiro voleio – principalmente aquele com a bola baixinha, quase no pé – como ele.

Acho que o único brasileiro pronto – e olhe lá – para chegar ao top 50 hoje seria Thiago Monteiro, mas ele já não é uma promessa. João Menezes e Thiago Wild, os próximos da fila, ainda estão no meio de um processo que pode colocá-los lá, mas eu não apostaria que um dos dois vai terminar 2020 entre os 50 do mundo.

É uma questão interessante, Marcos, mas há uma tendência contrária por parte dos torneios. A maioria dos eventos reduziu a velocidade de suas quadras porque ninguém quer ver um festival de aces. A maior parte do público que paga ingresso ainda prefere ver ralis mais trabalhados do que pontos decididos em uma ou duas bolas.

Boa pergunta, Renan. Há até algumas semelhanças entre Brasil e Argentina, mas isso se limita à falta de apoio e estrutura estatais. Lá, porém, há mais quadras públicas e, de modo geral, uma cultura tenística muito maior do que por aqui. Quase todos tenistas com quem conversei afirmam que lá há muito mais professores qualificados – já no primeiro nível, nos clubes, para quem tem o primeiro contato com o esporte. Isso já faz uma diferença grande. Eles também têm mais técnicos de alto nível (não por acaso, Monteiro, Bellucci, Rogerinho e Bia Haddad já tiveram técnicos argentinos), mais intercâmbio, menos panelinhas, etc. Ah, sim: os próprios tenistas afirmam que os argentinos têm muito mais garra para encarar as dificuldades do circuito profissional.

Pedro Paulo, eu acho louvável por parte da Clijsters tentar um retorno ao circuito aos 36 anos, mãe de três filhos. É lindo quando ela diz que quer descobrir o quão boa ela ainda pode ser. O tênis feminino de hoje, contudo, tem um cenário bem diferente do de 2009, quando ela voltou após a primeira gravidez e conquistou o US Open derrotando Venus e Serena. Há mais atletas velozes e que batem forte na bola, há mais versatilidade, e a exigência física é enorme. Kim já teve várias lesões, e tenho aqui minhas dúvidas sobre o quanto seu corpo vai aguentar. Adoraria vê-la ganhar algo grande porque trata-se de uma figura carismática, inteligente e que tem coisas legais para passar ao público, mas não apostaria nisso, não.

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Anoitecer na Terra de Tell http://saqueevoleio.blogosfera.uol.com.br/2019/12/30/anoitecer-na-terra-de-tell/ http://saqueevoleio.blogosfera.uol.com.br/2019/12/30/anoitecer-na-terra-de-tell/#respond Mon, 30 Dec 2019 07:00:06 +0000 http://saqueevoleio.blogosfera.uol.com.br/?p=11074

No sign of life did flicker
In floods of tears she cried
“All hope’s lost it can’t be undone
They’re wasted and gone”

Este é o conto de um soldado que mais de mil batalhas venceu. Mais de 100 territórios conquistou. Da terra da Rainha Calafia até a Terra da Longa Nuvem Branca. Na floresta, na lama e no cascalho ele lutou. Mil e quinhentas suas batalhas, mil e duzentas suas vitórias. Planejou, guerreou e avançou até formar um império extenso de léguas tantas e impossíveis de demarcar.

Figura nobre da linhagem da Terra de Tell, era exímio no uso da besta. Sua precisão assombrava súditos e rivais com igual convicção. Contra guerreiros rivais, foi soberano. De incontáveis posses foi dono. Até que aos alquimistas do império, encomendou um assento forjado no tecido mais raro do condado. E assim, no trono de Luxilon sentou e reinou.

“Save me your speeches
I know (They blinded us all)
What you want
You will take it away from me
Take it and I know for sure
The light she once brought in
Is gone forevermore”

Rei de uma Terra de Tell cada vez mais vasta, regente ele seguiu por décadas. Incontestável e imperturbável, um envolvente encanto provocava nos povos. Conta a História, contudo, que soberania alguma é eterna. Desafiantes donos de armas modernas e manobras mirabolantes eventualmente despontaram nas fronteiras do império.

Primeiro a ameaçar o monarca, o Esquerdista das Astúrias, primeiro de seu nome, mostrou sua aptidão para a batalha no barro, mas derrotas doídas na floresta do reino sofreu. Resiliente, o asturiano estudou, aperfeiçoou a arte militar na mata até que, em um anoitecer na Terra de Tell, fez tombar o tirano. Os súditos, insatisfeitos, tiveram de tolerar o jovem e rústico rei.

Totalmente terminado não era, contudo, o tempo do descendente de Tell. O rei deposto manobrou magistral remontada. Diante de um asturiano falseando com um ferimento de batalha, massacrante foi o mestre da besta. No barro, triunfou sob a tormenta. Na mata, retomou o que lhe havia sido mutilado.

Like sorrowful seaguls they sang
“(We’re) lost in the deep shades
The misty cloud brought
(A wailing when beauty was gone
Come take a look at the sky)
Monstrous it covered the shore
Fearful into the unknown”
Quietly it crept in new horror
Insanity reigned
And spilled the first blood
When the old king was slain

Uma nova e turbulenta era nascia. Novas forças surgiam, e o trono trocaria de mãos seguidas vezes em reinados curtos. Primeiro, com o asturiano retomando o reinado no verão seguinte. Mais tarde, com a ascensão do Esguio Eslavo e suas manobras espartanas no campo de batalha.

O novo monarca expandiu as fronteiras e tomou para si os Quatro Condados, os locais mais abastados da Terra de Tell. A última conquista, um triunfo a galope na Gália, não veio sem extenuante esforço. Era o último desejo do Eslavo. Naquela província de campos barrentos e alaranjados, duras e inesperadas derrotas ele sofrera.

Repousar, então, o lorde eslavo decidiu. Do trono, desceu e galopou mais uma vez. A um retiro, consultar-se com um xamã, ele rumou. Amor e paz pregava o eremita, cujas palavras tornaram o Esguio velozmente vulnerável. O palácio, portanto, foi tomado pelo Bruço Bretão, filho de Judy, a Sábia. O jovem de saias foi o primeiro de sua linhagem a ocupar um trono em mais de 70 verões.

Nightfall
Quietly crept in and changed us all
Nightfall
Quietly crept in and changed us all
Nightfall
Immortal land lies down in agony

O caos, então, reinou na terra. O poder trocava de mãos, a desordem se propagava. Sedição surgiu. Uma nova geração de desafiantes ousou contestar o sistema. De toda parte, apareciam. No Reino do Leste, um soldado mostrava aptidão em combate no lodo. Na Germânia, o Gigante da Grande Glande angariava glórias. Na Terra Gelada, um magnífico e maquiavélico menino maquinava uma virada de mesa.

Da Terra de Zeus, zarpou Stefanos, o sofista. A Grande Cidade Latina também teve seu centurião tentando restaurar a glória de outros tempos. A Vila do Norte produziu um loiro de longas madeixas, e a Terra Australis, famosa por fomentar fanfarrões, também fez uma fornada fascinante de desafiantes. Logo, o que um dia foi a antiga Terra de Tell tornou-se território de todo tipo de tribos e costumes diferentes em conflito.

How long shall we
Mourn in the dark
the bliss and the beauty
Will not return

Diante de diligentes desafiantes, porém determinado a finalmente conquistar os Cinco Anéis, para o Oriente rumou o Helvético. Quando à Terra do Sol Nascente chegou, uma divindade desejou decifrar. À floresta, buscou o Grande Espírito, dotado de imortalidade e invulnerabilidade, senhor da vida e da morte. Sábio e súdito em sintonia entraram. Com Shishigami, surgia uma simbiose sem similar que superpoderes ao Suíço servia.

“Oh I’m heir of the high lord!”
“You better don’t trust him”
The enemy of mine
Isn’t he of your kind and
Finally you may follow me
Farewell
He said

Feroz foi a Batalha dos Cinco Anéis. Fascinante e aterrorizador, o guerreiro da Terra de Tell fez tremer a terra. Sob o último sol, para si tomou a esfera solitária de ouro. Soberano e sagaz, ciente dos poderes que não suportaria sustentar além do Sol Nascente, ali mesmo decidiu sair de cena pela última vez. Do sucesso ao sagrado. Anoiteceu na Terra de Tell.

Nightfall
Quietly crept in and changed us all
Nightfall
Quietly crept in and changed us all
Nightfall
Immortal land lies down in agony

Da vitória para a história para o divino. Daquele dia em diante, descendente de Tell e Grande Espírito vistos nunca mais foram. Sabe-se, somente, que de xoguns e samurais há relatos de aparições e sussurros de um ser superpoderoso no silêncio que antecede batalhas. Metade homem, metade espírito. Um Andarilho Noturno capaz de ver passado, presente e futuro.

Uma única crônica curiosamente contemporânea veio à tona via um aflito ancião. Com longo pelo cinza escorrendo de sua cabeça e paletó negro a protegê-lo, caminhava carregando escritos e pregando o que chamava de tempo subsequente. Detido, trancafiado e silenciado foi o velho. O documento, um colóquio chamado Augúrios do Andarilho, apreendido a apodrecer nos arquivos do novo monarca. “O tempo é o que é”, declarava o Asturiano do alto do Trono de Luxilon.

Não contava o déspota, contudo, que da masmorra, em uma noite de tormenta, desaparecesse o ancião. Da Terra de Tell, foi-se para não mais retornar. À boca pequena, os supostos Augúrios se alastravam. Sobre mais um recorde asturiano eles tratavam. Mais sofrimento do Bretão eles sublinhavam. Do Esguio Eslavo, exacerbavam excelência longeva. Um novo e jovem campeão surgiria na Região das Rainhas.

Pouco restou após a Era Aberta de Terra de Tell, os Augúrios também descreviam. Um só governante os Quatro Condados jamais teriam novamente. E o que viria depois desta terra arrasada? Um domínio de Dominic, do Reino do Leste, o Primeiro Depois dos Quatro, o Devastador de Devoluções, a Besta dos Backhands, a Divindade do Doce de Leite.

Como aconteceu o assalto de Dominic ao posto de déspota? Incompletos e imprecisos eram os relatos. Dizia um escrito sobre um encontro entre o jovem monarca e o ancião, que por duas iniciais Jota atenderia. O documento descrevia o diálogo em que o longevo sábio citava um antigo duque, ancestral do austríaco, como segredo para o sucesso. Em Otto o monarca havia de se inspirar. Otto Patamar.

Para quem não lê o Saque e Voleio há muito tempo, a explicação: eu tinha o hábito de escrever textos fantasiosos todo fim de ano, sempre com alguma espécie de previsão do futuro. Decidi retomar o costume este ano e publico aqui o conto deste ano antes de reproduzir no blog. Os trechos em itálico são da canção Nightfall in Middle-Earth, da banda alemã Blind Guardian, de onde saiu parte da inspiração para o texto deste ano. A ilustração que abre o post é retirada da capa do álbum de mesmo nome.

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Fora do Australian Open, Murray toma caminho cauteloso http://saqueevoleio.blogosfera.uol.com.br/2019/12/29/fora-do-australian-open-murray-toma-caminho-cauteloso/ http://saqueevoleio.blogosfera.uol.com.br/2019/12/29/fora-do-australian-open-murray-toma-caminho-cauteloso/#respond Sun, 29 Dec 2019 18:07:30 +0000 http://saqueevoleio.blogosfera.uol.com.br/?p=11077

Se há quem diga que Andy Murray colocou seu corpo em risco ao tentar voltar a jogar tênis em alto nível – e o próprio britânico admite isso – é preciso reconhecer que o ex-número 1 do mundo adotou o caminho da cautela ao decidir não disputar o Australian Open de 2020.

Depois de uma complicada segunda cirurgia no quadril, Murray fez um retorno com resultados bastante animadores. Venceu o ATP 500 de Queen’s nas duplas logo em seu primeiro torneio, fez uma campanha digna nas mistas ao lado de Serena Williams em Wimbledon e, nas simples, evoluiu lentamente, mas com regularidade. O ápice foi o título do ATP 250 da Antuérpia, que veio com um triunfo sobre Stan Wawrinka na decisão.

Em novembro, porém, Murray começou a sentir dores no púbis. Na Copa Davis, participou apenas do primeiro confronto da Grã-Bretanha. Em seguida, deixou de viajar para Miami, onde faria seus treinos de pré-temporada. Agora, finalmente, veio o anúncio de que o Australian Open está fora dos planos.

“Infelizmente, tive um contratempo e, como precaução, preciso trabalhar nisso antes de competir. Trabalhei tanto para me colocar em uma posição onde posso jogar em alto nível e estou arrasado por não poder jogar”, diz o comunicado do britânico.

A decisão faz todo sentido do mundo. Em 2019, Murray não competiu em nenhum torneio de simples em melhor de cinco sets. O Australian Open seria seu primeiro grande teste – e que viria após uma pré-temporada. Sem o período de preparação nas férias, é completamente compreensível que o escocês retarde seu retorno. O plano agora é voltar no ATP 250 de Montpellier, na França, em fevereiro.

Obviamente, seria fantástico vê-lo em Melbourne. Seria o fechamento de um ciclo que começou na própria Austrália. Foi lá que Murray deu uma coletiva emocionante, admitindo que o fim estava próximo. Foi lá que ele, claramente combalido, fez uma partidaça de cinco sets contra Roberto Bautista Agut. Foi lá, ainda, que ele decidiu passar por uma segunda cirurgia e tentar voltar a competir. Um retorno a Melbourne seria igualmente comovente.

No entanto, se existe uma chance de seguir competindo e de voltar a Melbourne em 2021 e, quem sabem, além disso, ausentar-se agora para tratar uma lesão menos grave faz todo sentido do mundo. Murray faz muito bem ao evitar agravar outro problema. Que sua presença no Australian Open de 2021 seja ainda mais bacana do que teria sido a deste ano.

Coisas que eu acho que acho:

– O problema no púbis, diante de tudo que Murray enfrentou para voltar ao circuito, parece pequeno. E realmente é minúsculo se for realmente essa a questão retardando seu retorno.

– A última coisa que tenistas se recuperando de lesões sérias querem é falar sobre as lesões. Na história do tênis, há casos e casos de atletas que adiam o momento ao máximo – até o ponto em que isso é inevitável. O próprio documentário de Andy Murray mostra um momento assim. Torçamos para que a lesão no púbis seja, de fato, apenas uma lesão no púbis.

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Podcast Saque e Voleio: S01E44 http://saqueevoleio.blogosfera.uol.com.br/2019/12/23/podcast-saque-e-voleio-s01e44/ http://saqueevoleio.blogosfera.uol.com.br/2019/12/23/podcast-saque-e-voleio-s01e44/#respond Mon, 23 Dec 2019 04:19:04 +0000 http://saqueevoleio.blogosfera.uol.com.br/?p=11070

O 44º episódio do podcast Saque e Voleio, no ar para apoiadores do blog, traz comentários sobre o World Tennis Championship, em Abu Dhabi, que terminou com título de Rafael Nadal após uma final de mais de 3h de duração com o grego Stefanos Tsitsipas.

Nos 15 minutos do podcast, falo sobre torneios de exibição em geral, o que eles costumam significar (ou não) e, mais especificamente, sobre o evento de Abu Dhabi. Comento a atuação de Novak Djokovic na semifinal e, em seguida, dou possíveis motivos para a final incomum e brigada entre espanhol e grego. Falo, claro, sobre planejamento, vantagem moral e rivalidades peculiares.

Aproveito o embalo e falo sobre o “calendário de férias”, com o Abudabão recuado para o meio de dezembro, e a introdução da ATP Cup, que muda um bocado o cenário pré-Australian Open. Ressalto ainda que a nova competição da ATP entre países corre riscos justamente por ser um evento pré-slam.

Por fim, falo sobre a programação de fim de ano do blog e do podcast. Quem já apoia o Saque e Voleio pode acessar o link para o episódio lá no Mural do Apoia.se. Quem mais quiser curtir o podcast pode aproveitar a ocasião para começar a apoiar o blog (com R$ 15 mensais, você tem direito a conteúdo exclusivo e newsletter semanal, além de brindes e promoções). Basta visitar o Apoia.se, conhecer melhor o programa de financiamento coletivo recorrente do Saque e Voleio e fazer sua contribuição.

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Tênis exclui ‘live score’: boa intenção, mas risco enorme de fiasco http://saqueevoleio.blogosfera.uol.com.br/2019/12/18/tenis-exclui-live-score-boa-intencao-mas-risco-enorme-de-fiasco/ http://saqueevoleio.blogosfera.uol.com.br/2019/12/18/tenis-exclui-live-score-boa-intencao-mas-risco-enorme-de-fiasco/#respond Wed, 18 Dec 2019 07:00:09 +0000 http://saqueevoleio.blogosfera.uol.com.br/?p=11063

A Federação Internacional de Tênis (ITF, na sigla em inglês) e a Unidade de Integridade do Tênis (TIU) anunciaram, nesta terça-feira, uma grande medida para combater a corrupção no esporte: os torneios com premiação de US$ 15 mil, os menores e mais numerosos do circuito, não terão mais placar em “tempo-real”, o popular live score.

A decisão vai afetar mais de 1000 torneios disputados em mais de 500 lugares, em 80 países do calendário. Foi uma das recomendações do Relatório Final do Painel de Revisão Independente que teve a missão de analisar o cenário da modalidade e o problema de corrupção no tênis.

Formulado após entrevistas com jogadores, representantes de federações, organizadores de torneios, árbitros, funcionários da TIU, casas de apostas, agências reguladoras de apostas e empresas que coletam e vendem dados a casas de apostas (Sportradar, IMG e Perform), o relatório foi publicado em 19 de dezembro de 2018 – leia aqui.

Especificamente sobre o live score, o relatório diz que os contratos de venda de dados permitiram que houvesse a possibilidade de apostas em mais partidas, inclusive “partidas disputadas em níveis que não podem ser descritas como profissionais, e nas quais o risco de quebra de integridade por jogadores, oficiais e outros é maior.” O relatório não especifica, mas está abordando os torneios de US$ 15 mil.

Logo, a lógica do relatório é a seguinte: menos live score significa menos oportunidades para quebra de integridade e manipulação de resultados. E o Painel usa como argumento o aumento no número de alertas de apostas que houve após o contrato de venda de live score assinado pela ITF. Mas por que justamente os torneios de US$ 15 mil? Porque o Painel classifica esse tipo de evento como “o nível em que os jogadores estão entre os mais tentados a quebrar a integridade devido aos desafios da estrutura de incentivo ao jogador.” Traduzindo para uma linguagem do mundo real: é onde existe o maior desequilíbrio financeiro entre ganhos dentro de quadra e o minúsculo prêmio em dinheiro oferecido pelos torneios.

Vai funcionar?

A essa altura, a própria ITF deve saber que está longe de ser uma medida definitiva e que, além de tudo, traz prejuízos para o esporte. O mais evidente deles é que dificulta para a vida do fã de tênis (e de jornalistas), que não poderá mais acompanhar atletas em tempo-real. O argumento contrário a isso é o de que tenistas que jogam esse tipo de torneios não têm fãs. Porém, se as autoridades pensam assim, o processo já começa errado. A entidade responsável não pode tratar torneios de US$ 15 mil como eventos amadores.

Ainda sobre a eficiência, a ITF está certa de que, ao terminar com o live score oficial (e “oficial” é a palavra-chave – já chegaremos lá), diminuirão as oportunidades para apostadores e, consequentemente, para que haja manipulação de resultados. Como já escrevi acima: menos live score, menos apostas, menos tentações.

Outro resultado que se quer atingir com isso é a diminuição dos chamados courtsiders, cidadãos que entram nos torneios e enviam atualizações de placar mais rápidas do que o live score oficial. Esse tipo de “emprego” existe porque existe um atraso de 30 segundos entre o momento em que o árbitro registra o ponto e o instante em que o placar é atualizado no live score oficial. E é esse live score que serve de base para casas de apostas do mundo todo. Logo, se um courtsider envia o placar mais rápido, grupos de apostadores podem tirar vantagem nas casas de apostas virtuais. E a ITF aposta – perdão pelo trocadilho – no fim (ou na diminuição radical) dos courtsiders porque haverá muito menos torneios com live score oficial.

Para que isso tudo dê certo, contudo, existe uma grande condicional – reconhecida, inclusive, no relatório do Painel: “a descontinuação do fornecimento de dados oficiais alcança esses benefícios se impedir tais mercados de apostas. Ela não alcança, contudo, se marcados de apostas baseados em dados oficiais forem simplesmente substituídos por mercados de apostas paralelos, baseados em dados não-oficiais derivados de transmissões ao vivo, obtidas por scouts vendo partidas ao vivo ou na internet.”

A criação desses mercados paralelos, aliás, é uma possibilidade fortemente considerada pelas pessoas consultadas pelo Painel. Há quem diga que o fim do live score oficial vai praticamente forçar as casas de apostas a buscar dados não-oficiais para atender à demanda do público, que vai querer continuar apostando em partidas desse nível. E esses dados não-oficiais podem criar um território sem lei, completamente caótico. Será?

Coisas que eu acho que acho:

– Importante ressaltar: o fim do live score oficial nos torneios de US$ 15 mil é a medida mais relevante do anúncio desta terça. Houve outras ações incluídas num pacotão que prevê US$ 8 milhões em investimentos, segundo a ITF.

– O pacote inclui ainda credenciamento e melhor controle de acesso nos torneios do WTT (US$ 15 mil e US$ 25 mil masculinos e todos não-WTA femininos); gravação de vídeo de segurança; mais segurança para impedir a coleta não oficial de dados; designação de pessoas in loco para proteger a integridade do tênis; e mais canais para que oficiais e atletas possam relatar questões relacionadas à integridade do tênis.

– O anúncio não especifica quando o live score oficial vai terminar definitivamente. A ITF diz apenas que menos partidas estarão disponíveis para os mercados de apostas em 2020 e 2021.

– Obviamente, todas medidas são bem intencionadas, e é preciso acreditar que a ITF pesou os riscos. Ao cortar o live score, afasta parte dos fãs. Ao exigir mais de torneios pequenos (credenciamento, segurança, controle de acesso), encarece a estrutura de eventos que quase sempre operam no limite financeiro. Há um inegável risco de fiasco.

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Querido Papai Noel… http://saqueevoleio.blogosfera.uol.com.br/2019/12/16/querido-papai-noel-2/ http://saqueevoleio.blogosfera.uol.com.br/2019/12/16/querido-papai-noel-2/#respond Mon, 16 Dec 2019 07:00:44 +0000 http://saqueevoleio.blogosfera.uol.com.br/?p=11048

O ano que chega ao fim foi mais do que interessante. Foi intrigante. Se os veteranos seguem dominando o circuito masculino, o feminino viu quatro campeãs de slam diferentes, com direito a mais duas derrotas de Serena em decisões. No meio disso tudo, Andy Murray parou e voltou, Federer chegou ao 100º título, Auger-Aliassime despontou, Andreescu brilhou, Nick Kyrgios atirou uma cadeira na quadra (entre tantas outras coisas), Djokovic liderou a derrubada do presidente da ATP, Gimelstob foi condenado, Djokovic ficou em silêncio, Del Potro se lesionou (sim, outra vez), Nadal conquistou Roland Garros (zzz), Cori Gauff apareceu, Ferrer, Cibulkova e Berdych se aposentaram, os Bryans e Wozniacki anunciaram que vão parar, e a Espanha foi campeã da Copa Davis outra vez. Ah, sim: também teve AQUELE 40/15.

O Brasil ganhou um ouro no Pan, mas perdeu seu ATP de São Paulo, perdeu em casa para o time C da Bélgica na Copa Davis, perdeu para a Eslováquia na Fed Cup, se deu mal nos sorteios da Fed e da Davis de 2020, perdeu o apoio para Meligeni e Orlandinho, perdeu Bia Haddad em um caso de doping e perdeu Feijão em um caso de corrupção. Se serve de consolo, ganhou Jaime Oncins e Roberta Burzagli como como belos capitães e Marcos Daniel como um auxiliar que tem muito a passar adiante. Relatei isso tudo do meu jeito de sempre, com minhas convicções, meu senso crítico e respeitando meu princípio de que não preciso nem posso escrever textos apenas para agradar a pessoas ou interesses específicos (e isso quase me custou uma incrível viagem). Por isso, querido Papai Noel, acredito que fui bonzinho o bastante e escrevo pedindo ao senhor um (ou mais, quem sabe?) dos presentes abaixo – para mim e pessoas que admiro.

Um Andy Murray saudável

Se tem alguém neste mundo tenístico que já passou por um bocado na vida… Do atentado na sua escola na Escócia até a pressão para encerrar um jejum de mais de 70 anos, incluindo uma operação nas costas no melhor momento da carreira e uma lesão seríssima no quadril quando era número 1 do mundo (e nem precisa contar o drama que é jogar tênis na mesma época que Nadal, Djokovic e Federer!), Andy Murray está mais do que escolado em lidar com adversidades. Se alguém merece terminar a carreira sem sentir dor e se divertir competindo, é ele. Que 2020 seja um ano de paz mental – pelo menos fora da quadra, já que dentro parece ser impossível – para o britânico.

Replay confiável no saibro

“Por que não tem Hawk-Eye no saibro?” é uma pergunta recorrente (e que, sejamos sinceros, enche o saco) durante a temporada de terra batida. Obviamente, é muito mais confiável ter o árbitro de cadeira olhando a marca exata da bola em vez de confiar num sistema que usa câmeras para rastrear a bola e calcular o local onde a bola supostamente quicou. Além disso, o Hawk-Eye precisaria ser calibrado a cada jogo no saibro, o que, somado à margem de erro do sistema, torna a coisa inviável. Ano passado, o ATP 500 de Barcelona usou o sistema Foxtenn, que analisa o local exato do quique da bola e mostra o replay do lance real no telão. Por mais disso em 2020. Quem sabe o Rio Open não surfa essa onda, hein?

Mais tênis para mim

Ok, momento de seu um pouco egoísta e pedir algo só para mim. Entre mudanças de casa (três em seis anos), cidade (duas) e trabalhos em horários diferentes, sobrou pouco tempo para entrar, de fato, em quadra. Que o período em São Paulo seja melhor neste sentido. E se alguém tiver uma academia ou quadra para indicar na capital paulista, mande, por favor, um email (endereço no box “sobre o autor”).

Mais beach tennis no blog

A viagem para Aruba foi uma experiência deliciosa, não só pela ilha, mas pelo beach tennis, uma modalidade interessante, em crescimento e com pouca cobertura sobre os profissionais. Que em 2020 eu consiga tempo, entrevistas e histórias interessantes para incluir a modalidade regularmente no Saque e Voleio. E que CBT e ITF também deem mais atenção ao beach tennis.

Ano mais feliz para o tênis brasileiro

Brasil Open, Feijão, Bia Haddad, Bellucci (você leu o primeiro parágrafo, né?)… A temporada de 2019 não foi lá muito simpática com o tênis brasileiro. Que o Papai Noel tenístico, que eu trato quase como um gênio da lâmpada, deixe alguns presentinhos ao longo do ano que vem. Quem sabe não será mais um ano de crescimento para João Menezes e Thiago Wild? Quem sabe Thomaz Bellucci não encontra finalmente o caminho para voltar aos torneios grandes? Quem sabe Bia Haddad não é liberada para voltar a competir ainda em 2020?

Mais tênis e mais qualidade na TV

A WTA migrou do cabo para os streams do DAZN, mas a ATP segue firme, seja com os 250 e 500 na Band ou com os Masters 1000 no SporTV. Os slams, a Fed Cup e a Copa Davis continuam com suas transmissões, o que faz parecer que é possível ver tênis o tempo inteiro na TV brasileira. De fato, o cenário aqui não é dos piores, mas sempre tem aquele jogo que fica fora da TV por causa de videogame, ciclismo, futebol americano ou aquele VT gostoso da Série B. Não tenho muita esperança em um milagre natalino (ou, no caso, pós-natalino), mas seria muito legal se os canais tratassem seus produtos com mais carinho, seja exibindo mais partidas e formando público, seja escalando narradores que realmente se importam com a modalidade. Infelizmente, não é assim hoje em dia…

Menos mentira deles, menos ignorância nossa

Não dá para não mostrar os jogos de um brasileiro relevante em um dos torneios mais importantes do ano e, alguns dias depois, ter um narrador dizendo que seu canal está sempre apoiando o tênis brasileiro. Mentira. Não dá para fingir que um canal – qualquer canal – estaria mostrando um atleta brasileiro se não houvesse aqueles anúncios exaustivamente repetitivos de bancos e montadoras. Nenhum canal de TV – aberto, a cabo ou on-demand – faz favor ao mostrar uma competição qualquer. O telespectador que adota o discurso “não reclamo do canal porque eles já estão mostrando” o faz por ignorância sobre o lado comercial da coisa. Que eles mintam menos, que nós entendamos mais o cenário.

Real mais forte

Nada indica, pelo menos por enquanto, que haverá uma mudança considerável nesse sentido, mas uma quedinha do dólar (e do euro) seria bem-vinda para quem gosta de ver tênis de qualidade e assina serviços como o TennisTV (US$ 199,99 por ano), a WTA TV (US$ 74,99) e as transmissões ao vivo no site da ITF (€ 39,99). Esse pacotão custa cerca de R$ 1.300 por ano.

Frilas pagos

Não é qualquer jornalista que pode ser contratado hoje e começar a escrever decentemente sobre tênis amanhã. O esporte tem suas especificidades e um público peculiar. Logo, se alguém cria um site, revista ou podcast e contrata pessoas para trabalhar nele (seja em regime formal ou informal), que cumpra seu compromisso e pague a pessoa. Especialmente se o contratante vai usar sua conta de Instagram para registrar seus passeios nada baratos por aí. Dever dinheiro é feio. Revela (falta de) caráter. Que em 2020 haja mais gente trabalhando na área e que todos recebam o que foi acordado.

Relógios para todos

Que Papai Noel possa distribuir relógios para quem escreve sobre a modalidade. Será bom para todos. É importante registrar o horário certo de publicação de cada texto. Pega mal quando alguém publica, por exemplo, o relato de uma partida quatro minutos antes de ela acabar…

Neuralizadores

Por fim, para meus amigos que sofreram com AQUELE 40/15 (depois do 15/40 de 2010 e do 40/15 de 2011) só posso pedir de presente uma visitinha de Will Smith e Tommy Lee Jones vestindo ternos pretos…

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Os 5 melhores jogos masculinos de 2019 http://saqueevoleio.blogosfera.uol.com.br/2019/12/13/os-5-melhores-jogos-masculinos-de-2019/ http://saqueevoleio.blogosfera.uol.com.br/2019/12/13/os-5-melhores-jogos-masculinos-de-2019/#respond Fri, 13 Dec 2019 07:00:32 +0000 http://saqueevoleio.blogosfera.uol.com.br/?p=11040

Chegou a hora de lembrar das cinco partidas mais legais de ver em 2019. A lista não foi tão difícil assim de fazer. Afinal, na prática é uma relação de quatro jogos. A final de Wimbledon, com o 40/15, a torcida monotônica, o dedinho, os três tie-breaks e tudo que aquilo evolveu é uma escolha unânime para a primeira posição – ou, pelo menos, deveria ser.

Abaixo, listo meus cinco jogos preferidos de 2019, explicando os motivos pelos quais os encaixei nessa ordem. E, claro, vídeos para viajar e lembrar de momentos espetaculares e cruciais da temporada. Sinta-se à vontade, leitor, para discordar e deixar nos comentários os seus jogos preferidos.

1. Djokovic d. Federer 7/6(5), 1/6, 7/6(4), 4/6 e 13/12(3) – Wimbledon, Final

Não foi um duelo de ralis espetaculares. Foi, contudo, um encontro de nível altíssimo, com margens mínimas para vacilos. Roger Federer sacou magistralmente e foi espetacular até sacar em 8/7 e 40/15 no quinto set. Novak Djokovic não encontrou o serviço do rival durante a maior parte do jogo e teve de lidar com uma torcida maciçamente contra – beirando a hostilidade para os padrões de Wimbledon.

Melhor que isso, só se Wimbledon tivesse abandonado a ideia de terminar, pela primeira vez em sua história, uma final com um tie-break. Se serve de consolo, até isso serviu para mostrar a frieza de Djokovic, que venceu os três games de desempate. O sérvio, aliás, fez menos aces, teve menos break points, disparou 40 winners a menos e, no total, ganhou 14 pontos a menos. Ganhou, contudo, os mais importantes. Vale rever!

2. Nadal d. Medvedev 7/5, 6/3, 5/7, 4/6 e 6/4 – US Open, Final

Por dois sets e meio, o segundo domingo do US Open seguiu fielmente o roteiro manjado do jogo entre entre o veterano multicampeão e o jovem que alcança uma decisão pela primeira vez. Até que Daniil Medvedev salva break point, quebra Rafael Nadal no fim do terceiro set e muda radicalmente a história do jogo. O russo não só venceu também o quarto set como parecia o melhor tenista em quadra no começo do quinto.

E não foi só isso. Quando Rafa parecia ter o jogo decidido, Medvedev ainda tirou energia para devolver uma quebra e conquistar outro break point no quinto set. Foi um duelo tático de altíssimo nível, com o adicional do elemento físico e do drama criado com a hipótese de uma improvável virada crescendo a cada minuto. Em outras temporadas, teria sido o grande jogo do ano. Em 2019, porém… Wimbledon, 40/15, dedinho…

3. Wawrinka d. Tsitsipas 7/6(6), 5/7, 6/4, 3/6 e 8/6 – Roland Garros, Oitavas

Parece impossível fazer uma lista de fim de ano sem incluir uma vitória de Stan Wawrinka. Quando o jogo do suíço encaixa, é apaixonante. Neste caso, a menção vale também pela atuação de Stefanos Tsitsipas. O grego, aliás, parecia o melhor tenista em quadra durante a maior parte do quinto set.

Wawrinka, é bom que se diga, foi perfeitos nos momentos mais delicados. Salvou três break points no primeiro game, mais dois no quinto e outros três no 11º – tudo isso no quinto set. Tsitsipas só foi encarar break points no 14º game da parcial. Outro momento em que Wawrinka foi melhor.

4. Bautista Agut d. Murray 6/4, 6/4, 6/7(5), 6/7(4) e 6/2 – Australian Open, 1ª rodada

Apenas pelo mérito técnico, a partida não entraria em um top 5 de 2019, mas este duelo de primeira rodada do Australian Open tinha um elemento dramático que fez toda a diferença: poderia ser o último jogo da carreira de Andy Murray, que ainda não tinha decidido passar por outra cirurgia no quadril e tinha concedido uma coletiva carregada de emoção e lágrimas poucos dias antes. O duelo ainda ganhou em emoção quando o escocês tirou energia não se sabe de onde para esticar a partida, vencendo tie-breaks no quarto e no quinto sets. Valeu pela emoção, valeu pela luta que caracterizou toda a carreira de Murray, valeu pela homenagem em quadra e valeu pelas lágrimas.

5. Thiem d. Djokovic 6/7(5), 6/3 e 7/6(5) – ATP Finals, Fase de Grupos

O único jogo desta lista que não foi num slam (quase sempre dou preferência a partidas em que há mais em jogo) foi um dos melhores do ano por causa da atuação ofensiva espetacular de Dominic Thiem. O austríaco foi tão assustador que provocou declarações relevantes do sérvio, como “ele foi inacreditável e, em alguns momentos, era simplesmente incrível que ele estava espancando a bola com toda sua força e elas estavam entrando.”

Obviamente, o duelo não seria tão bom e não teria chegado ao tie-break do terceiro set sem uma ótima atuação (não apenas) defensiva de Djokovic. O sérvio, aliás, esteve vencendo o game final por 4/1 – e Thiem conseguiu uma virada memorável. Revejam!

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Podcast Saque e Voleio: S01E43 http://saqueevoleio.blogosfera.uol.com.br/2019/12/13/podcast-saque-e-voleio-s01e43/ http://saqueevoleio.blogosfera.uol.com.br/2019/12/13/podcast-saque-e-voleio-s01e43/#respond Fri, 13 Dec 2019 06:50:30 +0000 http://saqueevoleio.blogosfera.uol.com.br/?p=11044

O 43º episódio do podcast Saque e Voleio, no ar para apoiadores do blog, traz
comentários sobre Carlos Alcaraz Garfia, o espanhol de 16 anos que acaba de receber um wild card para disputar a chave principal do Rio Open. Ele é o segundo convidado do torneio carioca e se junta a Felipe Meligeni, que conquistou seu wild card ao vencer a Maria Esther Bueno Cup.

Além de tecer breves comentários sobre o tênis de Alcaraz, explico o porquê do convite e lembro de casos parecidos de wild cards para estrangeiros nos ATPs disputados em solo brasileiro (e que geraram alguma polêmica na época). Lembro também que em muitos desses casos, o convidado deixa o torneio bem mais interessante.

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Os 5 melhores jogos femininos de 2019 http://saqueevoleio.blogosfera.uol.com.br/2019/12/11/os-5-melhores-jogos-femininos-de-2019/ http://saqueevoleio.blogosfera.uol.com.br/2019/12/11/os-5-melhores-jogos-femininos-de-2019/#respond Wed, 11 Dec 2019 07:00:09 +0000 http://saqueevoleio.blogosfera.uol.com.br/?p=11036

Fim de ano é tempo de retrospectivas, cartinhas para o Papai Noel (já, já publico a minha), listas e tudo mais. Quem me acompanha sabe que vou continuar me recusando a fazer um “top X da década”, afinal o período atual só termina no fim do ano que vem. Deixo aqui, contudo, minha lista dos melhores jogos femininos de 2019 e os motivos pelos quais valorizo certos encontros mais do que outros. O top 5 masculino vem amanhã.

5. Osaka d. Andreescu 5/7, 6/3 e 6/4 – Pequim, Quartas

Um jogo que podia facilmente estar mais alto na lista, mas a situação – “apenas” quartas de final de um WTA – faz diferença. No entanto, por ser o primeiro encontro do que pode vir a ser uma grande e longa rivalidade entre duas campeãs de slam, a partida foi justamente badalada e não decepcionou.

4. Ka Pliskova d. S. Williams 6/4, 4/6 e 7/5 – Australian Open, Quartas

É um jogo fácil de esquecer porque aconteceu no começo do ano, mas memorável para qualquer fã de Karolina Pliskova, que perdia o terceiro set por 5/1 e 40/30 e teve de salvar quatro match points – e jogou muito bem em todos, sem ganhar nada de graça. E se é verdade que o nível de Serena caiu desde que ela pisou em falso, também é preciso destacar o nível de Pliskova na reta final da partida, suportando a pressão e fazendo a rival correr de um lado para o outro da quadra nos momentos mais importantes.

3. Townsend d. Halep 2/6, 6/3 e 7/6(4) – US Open, Segunda Rodada

É impossível não admirar o tênis de Taylor Townsend quando tudo está funcionando. Saques, saque-e-voleio, slices, subidas à rede dos dois lados, winners do fundo de quadra… Em Nova York, a americana brilhou ao mudar seu plano de jogo e ao executar uma blitz que tirou Halep de sua zona de conforto. A romena, ainda assim, fez uma bela partida e levou a decisão para o tie-break do set final. Vale rever.

2. Andreescu d. S. Williams 6/3 e 7/5 – US Open, Final

A consagração de Bianca Andreescu como campeã de slam, coroando uma temporada espetacular, com vitórias importantíssimas e uma lesão que ficou para trás, veio em uma partida que teve drama de sobra. O nível do jogo oscilou, tanto com Serena quanto com a canadense, mas o segundo set foi tensão pura com uma reação da veterana e a expectativa para saber como se comportaria a desafiante, que parecia mergulhar em um processo de aboborização. No fim, Andreescu, que abriu as portas para que a tenista da casa entrasse no jogo, controlou os nervos, lidou bem com o barulho da torcida americana, e levantou o troféu.

1. Osaka d. Kvitova 7/6(2), 5/7 e 6/4 – Australian Open, Final

Uma final de slam entre duas ótimas tenistas com histórias tão diferentes quanto interessantes. De um lado, uma jovem talentosíssima buscando seu segundo slam e, de certo modo, validação. Do outro, a “veterana” (28 anos) que quase precisou parar de jogar quando teve a mão dilacerada em um assalto. Em jogo, além do título do Australian Open, um belo bônus: quem vencesse deixaria Melbourne como número 1 do mundo.

O cenário era o melhor possível, e as duas tenistas fizeram ótimas apresentações. Com as oscilações normais para a situação, mas sempre com alguém mostrando um altíssimo nível de tênis. Kvitova esteve a um game da derrota no segundo set, mas iniciou uma reação furiosa, salvando três match points e levando o jogo para o set decisivo. No fim, Osaka foi melhor, jogando uma parcial final quase perfeita com seu serviço.

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Competição, lazer e Caribe: como Aruba virou destino de tantos brasileiros que jogam beach tennis http://saqueevoleio.blogosfera.uol.com.br/2019/12/10/competicao-lazer-e-caribe-como-aruba-virou-destino-de-tantos-brasileiros-que-jogam-beach-tennis/ http://saqueevoleio.blogosfera.uol.com.br/2019/12/10/competicao-lazer-e-caribe-como-aruba-virou-destino-de-tantos-brasileiros-que-jogam-beach-tennis/#respond Tue, 10 Dec 2019 07:00:10 +0000 http://saqueevoleio.blogosfera.uol.com.br/?p=11030

É noite de sexta-feira em novembro no Caribe, e seria um fim de dia normal a não ser por um evento: o Aruba Beach Tennis Open Championships. O Amstel Bright Stadium, com capacidade para cerca de duas mil pessoas, transborda de gente. O DJ mantém o volume lá em cima, o jogo de luzes faz o seu, e a torcida canta e pula entre os pontos. Aruba ferve com o beach tennis.

Dois telões mostram a partida, replays, placar e adjetivos como epic e dushi ohm (“ótimo” em papiamento, idioma local). Um narrador descreve os lances e comenta a partida ao vivo. Dentro de quadra, duplas batalham por um pedaço do prêmio em dinheiro, que chega a US$ 50 mil. O DJ não alivia. Em um intervalo, Black Eyed Peas. No próximo, Gusttavo Lima. Mais tarde, uma versão de Baby Shark termina com dezenas espectadores espontaneamente fazendo a coreografia que viralizou na internet. O beach tennis segue noite adentro, e Aruba ainda borbulha.

A partida termina e, sem grande demora, o narrador convida quatro pessoas da arquibancada a descerem para a arena. Antes do último jogo da noite, o entretenimento é ver qual dos amadores consegue devolver um saque de um profissional. O quarteto inclui uma brasileira, o que leva o locutor a perguntar pela torcida verde-e-amarela no público. E é aí que o óbvio fica nítido até para quem está vendo beach tennis em Aruba pela primeira vez: durante o torneio, a quantidade de brasileiros na ilha é obscena.

Em 2018, dos cerca de 1.100 atletas profissionais e amadores inscritos no evento, 401 eram brasileiros – sem contar amigos e familiares que aproveitam a ocasião para conhecer uma ilha do Caribe. É fácil entender a relação do país com a modalidade, que não para de crescer. Trata-se de um esporte barato, acessível, simples de praticar e com torneios que, em sua maioria, são jogados apenas no fim de semana – ou seja, ninguém precisa perder um dia de trabalho para manter ativa a carreira amadora.

Além disso, o Brasil sempre teve sucesso com seus profissionais. A ex-tenista Joana Cortez foi uma das pioneiras na areia. Vini Font foi número 1 do mundo, desbancando italianos, os inventores e senhores do beach tennis. Rafaella Miller, outra ex-tenista, também já liderou o ranking e hoje é a número 3 do planeta, e André Baran, que chegou até a jogar duplas na quadra com Gustavo Kuerten, é o sexto homem mais bem ranqueado do planeta.

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O maior evento de beach tennis do mundo começou! De 08 a 16 de novembro acontece, no Caribe, o Aruba Beach Tennis Open 2019! Jogadores e amantes do esporte viajam para competir e acompanhar os jogos profissionais diretamente da paradisíaca Bushiri Beach. São 35 quadras, incluindo um estádio central, é nossa professora Nathy Costa jogará com a atleta da Letônia Natalja Tumsevica. Também vai jogar na Team Cup, na equipe Sopra, com Isadora Simões, Giovanni Cariani e Daniel Mola. Para mais informações, acesse o site oficial do evento: www.arubabeachtennisopen.com ou acompanhe tudo pelos nossos stories! Bora torcer com a gente! #arubaopen2019 #beachtennisaruba #beachtennis #esporte #nathycosta #pierbeachtennis #aruba #btvibe

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Por que Aruba?

Mas como Aruba tornou-se esse destino tão comum para os atletas brasileiros do beach tennis? O evento é um motivo por si só. Trata-se, afinal, de um dos maiores torneios do calendário do beach tennis. Um atrativo extra é a chance de competir no mesmo local que profissionais. O Aruba Open tem chaves para adultos de todos níveis e idades, do infantojuvenil ao sênior. Para os profissionais, é uma data obrigatória. Além disso, Aruba é um dos melhores – se não o melhor – destinos caribenhos para brasileiros. A começar pela proximidade geográfica, já que fica a cerca de 25km da costa venezuelana e há várias opções de voo (a mais rápida é via Bogotá, na Colômbia). Além disso, a ilha tem clima seco, sem temporadas chuvosas, e fica fora da rota dos furacões. Por isso, é possível programar uma viagem em qualquer época do ano sem se preocupar demais com o clima.

“Para a gente, é mais perto, mais barato (do que ir para a Europa). Em termos de atletas de vários países e premiação, acho que é [o melhor evento do mundo]. Aqui você tem o apoio do governo, é um evento de turismo também. Não é só um evento de beach tennis. Na Cervia (Itália), onde era o Mundial, tinha 3-4-5 mil pessoas numa arena, mais do que isso aqui. Impressionante. No Brasil, o torneio do Rio teve bastante público. Mas como este aqui, não tem. O Aruba Open é realmente diferenciado”, explicou Joana Cortez, em uma descontraída entrevista ao lado do bar da quadra central, com o torneio rolando e a caixas de som explodindo.

As histórias são muitas. Há quem faça a viagem até Aruba apenas pela competição. Há quem vá até a ilha para jogar, mas também para curtir o Caribe e as muitas atrações da ilha – praias paradisíacas, opções de mergulho, kitesurfe e windsurf e uma região desértica, ideal para quem curte passeios de 4×4 e visitar sites históricos. Os restaurantes são muitos e muito bons, e a estrutura de lazer é excelente em toda a ilha. E mais: não falar inglês não é impedimento para curtir a viagem. Todos por lá falam espanhol, um dos quatro idiomas ensinados nas escolas – junto com holandês, inglês e papiamento.

Em alguns casos, porém, os interesses se misturam. É o que acontece com a fotógrafa Ana Lidia Borba, que treina forte há cerca de um ano. Moradora de Florianópolis e namorada da atleta profissional Nathalia Costa, atual #51 do mundo, Ana Lidia compete na chave amadora, acompanha as partidas de Nathalia e trabalha quando possível.

“Por enquanto, o beach tennis ainda é mais diversão do que trabalho para mim. Tem alguns eventos em que eu trabalho. Estou desenvolvendo um trabalho que espero que dê frutos com a Confederação, mas por enquanto faço coisas muito pontuais, como produção de conteúdo para alguns atletas profissionais do Brasil. Eu jogo o meu e cubro o pro. Gosto muito de ser um esporte muito democrático, sabe? A gente vai para a praia, às vezes eu jogo dupla com uma pessoa de mais de 60 anos ou com menos de 12 que joga muito mais do que eu. Todo mundo joga! Coloquei meu pai e minha mãe para jogar, eles que nunca fizeram esporte nenhum. Eu não consigo ficar parada, então para curtir Floripa, para mim é uma das melhores formas. Vou, jogo um pouco, bato um papo, dou um mergulho e jogo mais. Isso é bem legal.”

Pista de dança após a final

Domingo, 20h, a final masculina se aproxima. A arena em Bushiri Beach (uma praia revitalizada pelas autoridades locais especialmente para receber o torneio) volta a ferver. Antes da decisão entre os profissionais, uma surpresa: a final amadora do nível avançado é transferida para o Amstel Bright Stadium. Proporcionalmente falando, é como se quatro amadores fossem chamados de última hora para jogar na Quadra Central de Wimbledon. É mais um atrativo do Aruba Open.

Pouco depois, finalmente chega a hora da decisão. É o último jogo da semana, o fim do evento. A entrada dos atletas acontece ao som de Sirius, da banda Alan Parsons Project. É a mesma música que embalava a apresentação do Chicago Bulls de Michael Jordan. Em Aruba, o astro era Alessandro Calbucci, italiano radicado no Brasil, considerado o Roger Federer do beach tennis. O veterano não decepciona. Ao lado do parceiro e compatriota Michele Cappelletti, Calbucci conquista o troféu. É venerado pelo locutor e pelo público, e só deixa a quadra após receber o cheque de US$ 10 mil da dupla campeã.

Fim de evento? Nada disso. O bar, pertinho da quadra central, segue lotado. O restaurante, montado na areia e com mesas estrategicamente instaladas sob uma lona, continua servindo seu extenso cardápio, que oferece desde pipoca e cachorro quente até bowls de massa à carbonara e matriciana, arroz frito com frango, paella e bolo de Nutella. Perto das 22h, a noite ainda seria longa. O DJ convidado assumiu o controle, e a quadra virou pista de dança para o público. Aruba ainda tinha o que oferecer.

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Podcast Saque e Voleio: S01E42 http://saqueevoleio.blogosfera.uol.com.br/2019/12/05/podcast-saque-e-voleio-s01e42/ http://saqueevoleio.blogosfera.uol.com.br/2019/12/05/podcast-saque-e-voleio-s01e42/#respond Thu, 05 Dec 2019 15:24:42 +0000 http://saqueevoleio.blogosfera.uol.com.br/?p=11021

O 42º episódio do podcast Saque e Voleio, no ar para apoiadores do blog, traz
um papo mais aprofundado (do que o post anterior) sobre a Maria Esther Bueno Cup. Além de abordar com mais detalhes as qualidades e os pontos fracos dos tenistas que participaram da competição, enumero motivos para falar sobre a importância de o Rio Open ter realizado a competição aberta para não-sócios do clube que sediou o evento (spoiler: tem muito a ver com um certo preconceito acerca do tênis).

Também conto algumas historinhas que vi e ouvi no Harmonia, durante o torneio, e dou minha opinião sobre João Menezes, atual número 2 do Brasil (que não esteve na MEB Cup), e como o mineiro tem qualidades raras para um jovem nascido e formado no Brasil – e que vão ajudá-lo muito em diferentes momentos da carreira.

Quem já apoia o Saque e Voleio pode acessar o link para o episódio lá no Mural do Apoia.se. Quem mais quiser curtir o podcast pode aproveitar a ocasião para começar a apoiar o blog (com R$ 15 mensais, você tem direito a conteúdo exclusivo e newsletter semanal, além de brindes e promoções). Basta visitar o Apoia.se, conhecer melhor o programa de financiamento coletivo recorrente do Saque e Voleio e fazer sua contribuição.

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‘Ressurgindo’: doc visceral mostra as dores e incertezas de Andy Murray http://saqueevoleio.blogosfera.uol.com.br/2019/12/04/ressurgindo-doc-visceral-mostra-as-dores-e-incertezas-de-andy-murray/ http://saqueevoleio.blogosfera.uol.com.br/2019/12/04/ressurgindo-doc-visceral-mostra-as-dores-e-incertezas-de-andy-murray/#respond Wed, 04 Dec 2019 07:00:38 +0000 http://saqueevoleio.blogosfera.uol.com.br/?p=11010

Melbourne, 10 de janeiro de 2019. O planeta inteiro viu e se emocionou com a entrevista coletiva de Andy Murray no Australian Open. Antes de estrear no torneio, o britânico foi às lágrimas, contemplou aposentadoria e falou sobre a hipótese de passar por uma segunda e mais delicada cirurgia no quadril. Ali, Murray considerou a possibilidade de se aposentar em Wimbledon deste ano, mas frisou que não havia garantia alguma de que isso seria possível.

Duas horas antes daquela coletiva, porém, ninguém viu o mesmo Andy Murray nervoso, ansioso e inseguro sobre o que e quanto deveria revelar aos jornalistas. Seria mais adequado levar anotações? Ele lembraria o que queria dizer? Talvez o melhor fosse não fazer anúncio algum. É em cenas assim que “Andy Murray: Ressurgindo” (do original Andy Murray: Resurfacing) brilha.

O documentário, lançado há pouco pela Amazon e disponibilizado no Prime Video, seu serviço de filmes e séries sob demanda, mostra a luta do britânico contra uma grave lesão no quadril e é, no fim das contas, uma bela e feliz história sobre a garra de um atleta profissional. Ainda assim, que ninguém se engane: é um filme pesado, de emoções fortes e que mergulha nas incertezas e dores de um Andy Murray que perdeu o posto de número 1 do mundo e precisou lidar com a hipótese de deixar o tênis muito antes do que gostaria.

Trata-se de um documentário feito ao longo de quase dois anos e obviamente realizado com a permissão de Murray e sua família. Não é, contudo, altamente filtrado e marqueteiro como filmes recentes lançados por Maria Sharapova e Serena Williams. A equipe de filmagem acompanha o atleta não só em suas sessões de fisioterapia e treino físico, mas nas consultas médicas, no pré-operatório e até na sala da segunda cirurgia. Andy abre o jogo em momentos de solidão, usando o celular para gravar depoimentos e sensações, e nas conversas com o time, quando era preciso colocar as cartas na mesa e pensar nos próximos passos.

“Ressurgindo” mostra Murray em seu pior – em vários momentos diferentes. Do sofrimento antes da primeira operação, passando pela frustração de não se recuperar como o planejado após a cirurgia e chegando ao sofrimento de disputar o Australian Open de 2019 sem saber o que seria de seu futuro. A reação após um telefonema para Lleyton Hewitt, que também operou o quadril, mas voltou a jogar muito mais rápido, é particularmente doída. As lágrimas no ATP de Washington, quando as dores voltaram com força total e o fim da carreira parecia próximo (enquanto o estádio tocava “Closing Time”, do Semisonic), marcam um trecho igualmente forte para o espectador. A sequência ainda inclui um depoimento gravado por Murray, falando para a câmera do celular às 5h da manhã, no quarto do hotel, às lágrimas, dizendo que “estou chegando ao fim e estou muito triste com isso porque queria continuar, mas meu corpo está dizendo ‘não’, então dói.”

O filme é recheado com relatos de Kim, esposa de Andy, e de Judy, mãe do tenista. Jamie, o irmão, também deixa uma mensagem bonita. Durante a 1h48min do documentário, o espectador minimamente sensível é quase forçado a se identificar com o sofrimento de alguém que luta para exercer sua profissão. E, depois de ver tudo que leva o tenista a encarar uma segunda operação – inclusive uma cena com o britânico vendo um vídeo do procedimento, que é altamente invasivo – o fã se sente recompensado com a simples cena de Murray chegando em casa após vencer na primeira rodada de duplas em Queen’s. A emoção de vê-lo andando na direção da câmera, sorriso estampado no rosto e dizendo frases como “sem dor” e “sinto que venci”, é tão forte quanto qualquer momento ruim da história do escocês.

“Ressurgindo” é visceral nos dois extremos, e é isso que faz do documentário um filme excelente e, mais do que isso, relevante – algo em falta nos docs caça-níqueis que vêm entupindo serviços de vídeo sob demanda. E melhor ainda por se tratar de uma jornada com final feliz. “Ressurgindo” é tão imperdível quanto os próximos capítulos da carreira de Andy Murray.

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