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Torcedor do Timão, Gastão Elias passa a seguir o Fla por Jorge Jesus: 'Ele é especial'

Alexandre Cossenza

01/10/2019 04h00

Um dos melhores tenistas da história de Portugal, Gastão Elias tem uma relação forte com o Brasil. Foi treinado por Jaime Oncins, atual capitão do time verde-e-amarelo da Copa Davis, morou um bom tempo em São Paulo e hoje é casado com a brasileira Isabela Miró, filha da ex-tenista e atleta olímpica Gisele Miró. O laço com o país é tão forte que Gastão adotou o Corinthians como time do coração e acompanhou o time várias vezes no Pacaembu, quando ainda residia na capital paulista.

O tenista, entretanto, sempre teve Portugal e seu Sporting no coração. Guarda ótimas lembranças da passagem de Jorge Jesus pelo clube. Tanto que revelou esta semana, durante o torneio ATP Challenger de Campinas, que passou a acompanhar o Flamengo com mais atenção.

"Comecei agora [a acompanhar o Flamengo]. Confesso que quando vim viver no Brasil, comecei a torcer pelo Corinthians. Os dois treinadores brasileiros que eu tive até o momento eram torcedores do Corinthians. Inclusive fui várias vezes no Pacaembu. Posso dizer que sempre fui corintiano e continuo sendo corintiano, mas agora também estou gostando do Flamengo, né? Tento seguir o Flamengo. Gosto do esporte, gosto de ver bom futebol e acho legal o trabalho que ele tem feito."

Na véspera de sua estreia no torneio, marcada para as 10h (de Brasília) desta terça-feira, Elias, que já foi número 57 do mundo e hoje amarga o 363º posto após conviver com uma série de lesões no último ano e meio, só teve elogios ao trabalho de Jorge Jesus e se divertiu ao falar do compatriota.

"O Jorge Jesus é demais, né? O Jorge Jesus é demais! Acho que é o único treinador que faz com que passem jogos de um time brasileiro exclusivamente em Portugal. Mais nenhum time brasileiro passa em Portugal em canal nobre, e o Jorge Jesus chegou nesse patamar. Acho que é uma coisa bem relevante. É um treinador que todo mundo gosta. Foi do Benfica para o Sporting e todos benfiquistas continuaram a adorar o Jorge. Por onde passou, fez um bom trabalho, não tem como não gostar dele. Ele é especial, é diferente, é bem emotivo, grita, gesticula durante o jogo, fica com o chiclete dele e o terno (risos)… É uma pessoa por quem os portugueses têm muito carinho."

Indagado sobre a postura do treinador, que alguns críticos brasileiros classificam como arrogante, Elias foi rápido ao discordar.

"Eu não acho. Acho que ele é autêntico. Ele fala o que talvez todo mundo pensa e todo mundo pode falar, menos o treinador do time porque talvez não fique tão bem. Mas ele fala mesmo. Tem várias histórias dele no Benfica em que, por exemplo, ele falava com o jogador: 'Cara, você não sabe fazer isso, não faz. Você é ruim nisso, então não faz, faz outra coisa.' Todos adoram ele. Ele tem ali uma coisinha que as pessoas gostam, ele é autêntico."

Sobre sua participação no torneio, o português, que foi campeão do mesmo evento campineiro em 2017, entra com expectativas moderadas por não estar no ritmo ideal. Após recuperar-se de uma lesão no cotovelo que o tirou de ação por cerca de dois meses, Elias retornou ao circuito na semana passada, no Challenger de Buenos Aires e não conseguiu chegar ao fim do jogo. Abandonou sentindo dores nas costas quando perdia por 6/4 e 3/0 para o brasileiro Felipe Meligeni. Ele quer um pouco mais de Campinas, onde vai estrear contra o uruguaio Martín Cuevas:

"Espero terminar o jogo (risos). Semana passada era meu primeiro torneio de volta, depois de dois meses e meio sem jogar e não consegui terminar o jogo com dor nas costas. É normal, mas agora estou bem, estou confiante. Joguei com esse meu adversário três meses atrás e correu bem [Elias venceu por 7/5 e 6/0]. Espero que seja mais ou menos igual o resultado, que seja favorável para o meu lado. Neste momento, não dá para pensar muito para a frente."

Sobre o autor

Alexandre Cossenza é bacharel em direito e largou os tribunais para abraçar o jornalismo. Passou por redações grandes, cobre tênis profissionalmente há oito anos e também escreve sobre futebol. Já bateu bola com Nadal e Federer e acredita que é possível apreciar ambos em medidas iguais.
Contato: ac@cossenza.org

Sobre o blog

Se é sobre tênis, aparece aqui. Entrevistas, análises, curiosidades, crônicas e críticas. Às vezes fiscal, às vezes corneta, dependendo do dia, do assunto e de quem lê. Sempre crítico e autêntico, doa a quem doer.