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Revés de Federer marca mais um US Open que fica sem 'Fedal'

Alexandre Cossenza

04/09/2019 04h18

Vinte e seis vitórias e nenhuma derrota (26 e 0!). Até a manhã desta terça-feira, esse era o retrospecto de Roger Federer em quadras duras contra os tenistas restantes em sua metade da chave do US Open. O suíço somava 17 a 0 contra Stan Wawrinka, 6 a 0 contra Grigor Dimitrov e 3 a 0 contra Daniil Medvedev. Era justo dizer que, depois da eliminação de Novak Djokovic, Federer era mais do que favorito para alcançar a final em Nova York.

Do outro lado da chave, o favorito segue sendo Rafael Nadal, mas depois da noite de terça-feira, quando Dimitrov surpreendeu o público do Estádio Arthur Ashe e anotou seu primeiro triunfo sobre Federer, o búlgaro também impediu o primeiro duelo #Fedal no US Open. O jogo era aguardadíssimo, tinha tudo – no papel – para acontecer, e o torneio americano seguirá por pelo menos mais um ano como o único slam sem um Federer x Nadal para chamar de seu.

E embora ambos fossem muito favoritos para alcançarem a final (Nadal ainda é), o cenário de 2019 não foi nem aquele em que espanhol e suíço estiveram mais perto de um encontro em Flushing Meadows. Na verdade, esse duelo esteve a uma vitória de acontecer seis vezes. Porém, algo sempre apareceu no caminho de um dos dois. Lembremos os casos abaixo:

– Em 2008, Federer e Nadal estavam em semifinais disputadas ao mesmo tempo. Roger derrotou Novak Djokovic, mas Rafa foi superado por Andy Murray, que avançava para sua primeira final de slam.

– Em 2009, a história se repetiu. Federer venceu sua semifinal contra Djokovic, enquanto Nadal, jogado com uma lesão abdominal, foi facilmente superado pelo argentino Juan Martín del Potro.

– Em 2010, os papéis se inverteram. Rafa bateu o russo Mikhail Youzhny em sua semifinal, e Federer, que esteve vencendo por 2 sets a 1 e teve dois match points, levou a virada de Novak Djokovic.

– O cenário foi parecido em 2011. Nadal superou Andy Murray em uma das semifinais, mas Roger levou outra virada de Djokovic – novamente, com dois match points perdidos.

– Em 2013, o encontro era ainda mais provável. Federer era o cabeça 7 e cruzaria com Nadal nas quartas de final. Em má fase, porém, o suíço perdeu em sets diretos para o espanhol Tommy Robredo nas oitavas.

– Em 2017, a rota de colisão colocaria Federer e Nadal frente a frente nas semifinais. Nas quartas, o espanhol bateu Andrey Rublev com facilidade. Federer, entretanto, foi superado por Del Potro.

E agora?

O favoritismo, com uma certa dose de pressão, é todo de Rafael Nadal, que ainda tem três jogos a fazer até o título. Primeiro, ele encara o argentino Diego Schwartzman nesta quarta-feira, pelas quartas de final. Se avançar, Rafa vai enfrentar o francês Gael Monfils ou o Matteo Berrettini na semifinal. Caso vença, a decisão será contra Daniil Medvedev ou Grigor Dimitrov.

Sobre o autor

Alexandre Cossenza é bacharel em direito e largou os tribunais para abraçar o jornalismo. Passou por redações grandes, cobre tênis profissionalmente há oito anos e também escreve sobre futebol. Já bateu bola com Nadal e Federer e acredita que é possível apreciar ambos em medidas iguais.
Contato: ac@cossenza.org

Sobre o blog

Se é sobre tênis, aparece aqui. Entrevistas, análises, curiosidades, crônicas e críticas. Às vezes fiscal, às vezes corneta, dependendo do dia, do assunto e de quem lê. Sempre crítico e autêntico, doa a quem doer.