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Halep surpreende, conquista Wimbledon e impede Serena de igualar recorde

Alexandre Cossenza

13/07/2019 11h05

Quando pisou na Quadra Central neste sábado, Simona Halep sabia que o cenário estava todo contra ela. Além do retrospecto de uma vitória e nove derrotas nos confrontos anteriores, a romena ex-número 1 do mundo tinha diante de si uma Serena Williams em grande fase e com um objetivo claro: conquistar seu 24º slam e igualar o recorde de títulos da australiana Margaret Court, estabelecido nas décadas de 1960 e 1970.

Se o script previa um título da americana, Halep não leu o texto. Entrou em quadra concentrada, sólida e dominando a rival. Viu Serena acordar e levantar a torcida, mas administrou o momento, continuou errando pouco e contra-atacando magistralmente. No fim, o placar mostrou 6/2 e 6/2 e as estatísticas registraram apenas três erros não forçados da romena. Depois de apenas 55 minutos de jogo, Simona Halep, contra todos os prognósticos, é a nova campeã de Wimbledon.

Começo arrasador

Como era de se esperar, Serena abriu a partida com um ótimo aproveitamento de primeiro serviço. Só não era tão previsível assim a capacidade de Simona Halep de colocar a bola em jogo e entrar em ralis sem deixar a potência da americana sobressair. Foi assim durante os quatro primeiros games da partida, com a romena acumulando winners e não cometendo nenhum erro não forçado. Serena por sua, vez, chegou a somar sete falhas antes de seu primeiro winner. Enquanto isso acontecia, Halep registrou duas quebras de saque e abriu 4/0.

Aos poucos, a veterana começou a "entrar" no jogo e agredir mais, só que a consistência e os contra-ataques da romena ainda levavam vantagem. Foi assim que Halep salvou um break point para fazer 5/1. Após mais um contra-ataque espetacular, a romena confirmou o serviço mais uma vez e fechou a parcial em 6/2.

Quando o segundo set começou, a partida já estava equilibrada. Serena confirmava seus serviços sem ser ameaçada, mas ainda não conseguia o bastante para quebrar Simona, que até o quarto game do segundo set havia cometido apenas três erros não forçados (e não erraria mais até o fim). No quinto game, após um erro de Serena, Halep venceu dos ralis com defesas espetaculares e, no primeiro break point, contou com um backhand longo da rival, que tinha a quadra aberta para matar o ponto.

Com 6/2, 3/2 e saque, Halep só precisava de seu serviço, mas fez mais do que isso. No sétimo game, contou com mais erros da americana. No segundo break point, soltou uma paralela de esquerda para conseguir mais uma quebra. Restava sacar para o título. Não bobeou. Em quatro pontos, fechou a partida. No último erro de Serena, ajoelhou-se, levantou os braços e celebrou o segundo slam de sua carreira (o primeiro foi Roland Garros 2018).

Terceira chance desperdiçada por Serena

Em busca de terminar a carreira dona do maior número título de slams em simples, Serena já esteve perto do 24º troféu três vezes. Em todas, foi derrotada na decisão. A primeira delas foi também em Wimbledon, no ano passado, quando acabou derrotada pela alemã Angelique Kerber em sets diretos. Mais tarde, no US Open, a americana também era favorita contra a japonesa Naomi Osaka e tombou novamente em dois sets.

No ranking

Com o resultado da final, Simona Halep, atual número 7 do mundo, vai subir para o quarto posto. Serena, décima do ranking, ganhará uma posição e vai aparecer em nono quando a WTA atualizar seu ranking, nesta segunda-feira, dia 14 de julho. O top 10 fica assim:

1. 🇦🇺 Ashleigh Barty
2. 🇯🇵 Naomi Osaka
3. 🇨🇿 Karolina Pliskova
4. 🇷🇴 Simona Halep
5. 🇳🇱 Kiki Bertens
6. 🇨🇿 Petra Kvitova
7. 🇺🇦 Elina Svitolina
8. 🇺🇸 Sloane Stephens
9. 🇺🇸 Serena Williams
10. 🇧🇾 Aryna Sabalenka

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Sobre o autor

Alexandre Cossenza é bacharel em direito e largou os tribunais para abraçar o jornalismo. Passou por redações grandes, cobre tênis profissionalmente há oito anos e também escreve sobre futebol. Já bateu bola com Nadal e Federer e acredita que é possível apreciar ambos em medidas iguais.
Contato: ac@cossenza.org

Sobre o blog

Se é sobre tênis, aparece aqui. Entrevistas, análises, curiosidades, crônicas e críticas. Às vezes fiscal, às vezes corneta, dependendo do dia, do assunto e de quem lê. Sempre crítico e autêntico, doa a quem doer.