Topo

Saque e Voleio

A promessa que foi jogar críquete e voltou agora é campeã de slam: Barty triunfa em Roland Garros

Alexandre Cossenza

08/06/2019 12h15

Aos 15 anos, ela foi campeã juvenil de Wimbledon. Aos 17, enfrentou Serena Williams na quadra central do Australian Open. Aos 18, largou o tênis porque queria viver algumas das experiências de um adolescente normal. Foi jogar críquete profissional e só retornou ao tênis aos 20. Agora, com 23 anos, é campeã de Roland Garros. A australiana Ashleigh Barty escreveu o mais recente capítulo dessa história nada comum neste sábado, ao bater a tcheca Marketa Vondrousova por 6/1 e 6/3 na final do torneio parisiense.

Barty se torna, com a conquista deste sábado, a primeira australiana a triunfar em Roland Garros desde Margaret Court, em 1973. Court é a recordista de títulos de slam em simples, com 24, e considerada por muitos a maior tenista da história. Somando simples, duplas e duplas mistas, Margaret soma 64 títulos. Serena Williams, dona de 23 títulos em simples, tem 39 títulos.

Atual número 8 do mundo, Barty vem em uma temporada belíssima. Foi vice em Sydney; fez quartas de final no Australian Open, onde derrubou Maria Sharapova; foi campeã em Miami, superando Kiki Bertens, Petra Kvitova e Karolina Pliskova; e agora conquista o primeiro slam de sua carreira, o que vai lhe colocar como número 2 do mundo – melhor ranking da vida – na lista que será atualizada na segunda-feira.

Ainda assim, a campanha em Roland Garros foi surpreendente. Sorteada em uma chave com Naomi Osaka, Victoria Azarenka, Serena Williams e Simona Halep, Barty foi vendo as favoritas caírem pelo caminho e aproveitou a chance. Nas oitavas, superou Sofia Kenin, a jovem algoz de Serena. Nas quartas, eliminou Madison Keys, que avançava na seção onde estavam Osaka e Azarenka. Na semi, em vez de encontrar Halep, viu a jovem Amanda Anisimova e triunfou por 6/7(4), 6/3 e 6/3, apesar de deixar escapar o set inicial, que vencia por 5/0. Chegou com moral à decisão.

A final

Diante da adolescente Vondrousova, de 19 anos, que também fazia sua primeira final de slam, Barty era quase uma veterana, e sua maturidade – a australiana já foi número 5 do mundo em duplas e disputou decisões de slam na modalidade – fez a diferença no primeiro set. A australiana rapidamente abriu 4/0 e terminou fechando a parcial de abertura em meia hora: 6/1.

Pouco mudou no começo do segundo set. Nem o saque de canhota de Vondrousova, que incomodou rivais ao longo das duas semanas, incomodava Barty. A australiana, afinal, já treinou muito com a compatriota Casey Dellacqua, também canhota, quando as duas jogavam duplas juntas. Ash abriu a parcial com mais uma quebra e fez logo 2/0. Por mais que tentasse, a tcheca não conseguia incomodar consistentemente. No nono game, distribuindo o jogo do fundo de quadra e usando ótimos slices, Barty viu Vondrousova jogar uma bola na rede e chegou ao match point. A australiana controlou o ponto seguinte e chegou ao título com um smash.

Acompanhe o Saque e Voleio no Twitter, no Facebook e no Instagram.

Torne-se um apoiador do blog e tenha acesso a conteúdo exclusivo (posts, podcasts e newsletters semanais) e promoções imperdíveis.

Sobre o autor

Alexandre Cossenza é bacharel em direito e largou os tribunais para abraçar o jornalismo. Passou por redações grandes, cobre tênis profissionalmente há oito anos e também escreve sobre futebol. Já bateu bola com Nadal e Federer e acredita que é possível apreciar ambos em medidas iguais.
Contato: ac@cossenza.org

Sobre o blog

Se é sobre tênis, aparece aqui. Entrevistas, análises, curiosidades, crônicas e críticas. Às vezes fiscal, às vezes corneta, dependendo do dia, do assunto e de quem lê. Sempre crítico e autêntico, doa a quem doer.