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Saque e Voleio

Djokovic bate Zverev, e semis de Roland Garros terão os quatro primeiros do ranking

Alexandre Cossenza

06/06/2019 11h20

Por cerca de meia hora, Alexander Zverev foi o melhor tenista e parecia uma ameaça real à pretensões de Novak Djokovic em Roland Garros. O alemão de 22 anos, número 5 do mundo, somou break points, quebrou o saque do número 1 do mundo e até esteve a dois pontos de fechar o set inicial. Nole, no entanto, iniciou uma brava reação no fim do primeiro set e tomou as rédeas do jogo até fazer 7/5, 6/2 e 6/2, assegurando seu lugar nas semifinais.

Com a vitória de Djokovic, Roland Garros terá os quatro primeiros do ranking nas semis masculinas. Nesta sexta-feira, a partir das 8h (de Brasília), Rafael Nadal, #2, enfrentará Roger Federer, #3. Em seguida, Nole, #1, vai duelar com o austríaco Dominic Thiem, #4, que superou, também nesta quinta, o russo Karen Khachanov, 23 anos, #11 do mundo, por 6/2, 6/4 e 6/2.

Um encontro dos quatro primeiros do ranking nas semifinais não acontecia em Roland Garros desde 2011, quando o Big Four de Nadal, Federer, Djokovic e Murray disputava o troféu. Os mesmos quatro também estiveram nas semifinais do US Open de 2011 e no Australian Open de 2012 – última vez que isso aconteceu no circuito masculino.

O relato

Com Djokovic adotando uma estratégia conservadora e pouco agressiva, Zverev teve mais liberdade para agredir nos primeiros games. O alemão levava vantagem nas trocas de bola e só não abriu vantagem mais cedo porque cometeu erros quando teve três break points (dois no terceiro game e outro no quinto). No nono game, finalmente veio a quebra, graças a um backhand para fora de Djokovic. Foi aí que a coisa mudou. Com 5/4 e saque, Zverev desandou a errar. O sérvio, mais sólido, quebrou o alemão duas vezes seguidas e fechou a parcial em 7/5.

E não foi só isso. A chance perdida pareceu desestabilizar o desafiante, que continuou errando mais e perdeu os três primeiros games do segundo set. Com a boa vantagem, Djokovic passou a atuar ainda mais à vontade, agredindo mais e não permitindo que Zverev distribuísse suas pancadas o tempo inteiro. Em apenas 35 minutos de set, o número 1 do mundo fez 6/2 e colocou uma distância enorme para o garotão.

Além de mostrar incrível consistência, Djokovic aplicava um plano de jogo bem pensado, usando muitos slices para forçar o alemão de 1,98 a se abaixar e bater bolas perto do chão. A tática deu certo a longo prazo, desgastando o alemão, que raramente conseguia rebater duas bolas na mesma posição. Ainda assim, Zverev teve suas chances, mas novamente falhou. Deixou de converter dois break points no primeiro game e mais dois no sétimo – um deles, com uma curtinha pavorosa. Djokovic não perdoou e, com duas quebras, fez outro 6/2.

Sobre o autor

Alexandre Cossenza é bacharel em direito e largou os tribunais para abraçar o jornalismo. Passou por redações grandes, cobre tênis profissionalmente há oito anos e também escreve sobre futebol. Já bateu bola com Nadal e Federer e acredita que é possível apreciar ambos em medidas iguais.
Contato: ac@cossenza.org

Sobre o blog

Se é sobre tênis, aparece aqui. Entrevistas, análises, curiosidades, crônicas e críticas. Às vezes fiscal, às vezes corneta, dependendo do dia, do assunto e de quem lê. Sempre crítico e autêntico, doa a quem doer.