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Rio Open, dia 2: cabeças rolam e caminho se abre para Thiago Monteiro

Alexandre Cossenza

20/02/2019 05h50

Depois de uma segunda-feira sem uma partida sequer encerrada, o Rio Open teve uma terça que devastou seus principais nomes. Foram seis cabeças de chave dando adeus logo na estreia – inclusive o grande favorito, Dominic Thiem (cabeça 1), e os italianos Fabio Fognini (2) e Marco Cecchinato (3). Também tombaram Dusan Lajovc (6), Malek Jaziri (7) e Nicolas Jarry (8), em partidas que não podem ser consideradas grandes zebras.

Sobreviveram apenas o português João Sousa (5), que derrotou o argentino Guido Pella, e Diego Schwartzman (4), que não terminou seu jogo nesta terça, também por causa da chuva. Peque, aliás, perdia o primeiro set para Pablo Cuevas por 3/0 quando a partida foi transferira para quarta-feira. O mesmo aconteceu com o jogo do brasileiro Thiago Wild, que estava no terceiro set e com o japonês Taro Daniel vencendo por 4/1, com duas quebras de frente.

Um dia assim é desastroso para um torneio que periga ser o ATP 500 mais fraco da temporada. Só que nem tudo é calamitoso no horizonte do Rio Open. Quanto mais fraco o evento, maiores são as chances de brasileiros irem longe. E Thiago Monteiro, que estreou com vitória sobre o português Pedro Sousa, pode ser esse tenista da casa que vai manter o evento "aquecido".

Nas oitavas de final, em vez de encontrar o top 20 Cecchinato na segunda rodada, o número 1 do Brasil terá pela frente Aljaz Bedene, #83 do mundo. Se chegar às quartas, o cearense vai duelar com Hugo Dellien (#113), contra quem nunca jogou em chaves principais, ou Roberto Carballés Baena (#114), que soma três derrotas em três jogos contra Monteiro.

Thiago não precisa, portanto, de nada espetacular para chegar às semifinais no Rio. Bastaria jogar o que sabe, aproveitando condições que naturalmente lhe ajudam (calor, umidade e quadra de saibro ao nível do mar). E, se por acaso, chegar lá, vai encontrar Djere, Wild/Daniel, Ruud ou Sousa. Nada mau, não? Quem sabe Monteiro não salva o Rio Open?

Coisas que eu acho que acho:

– A cena da lona em metade da quadra 1 se repetiu nesta terça.

– O público na quadra central, especialmente enquanto havia luz natural, foi fraquíssimo. Não chega a surpreender, já que se sabia que havia muitos ingressos disponíveis. É apenas lamentável mesmo – como sempre.

Sobre o autor

Alexandre Cossenza é bacharel em direito e largou os tribunais para abraçar o jornalismo. Passou por redações grandes, cobre tênis profissionalmente há oito anos e também escreve sobre futebol. Já bateu bola com Nadal e Federer e acredita que é possível apreciar ambos em medidas iguais.
Contato: ac@cossenza.org

Sobre o blog

Se é sobre tênis, aparece aqui. Entrevistas, análises, curiosidades, crônicas e críticas. Às vezes fiscal, às vezes corneta, dependendo do dia, do assunto e de quem lê. Sempre crítico e autêntico, doa a quem doer.