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Saque e Voleio

Rio Open, dia 1: muita chuva e uma curiosa lona pela metade

Alexandre Cossenza

19/02/2019 05h00

Se todos já sabiam que a chave do Rio Open não trazia nenhuma novidade relevante, o primeiro dia da chave principal do torneio trouxe velhas cenas de volta. A segunda-feira foi de muita chuva – porque, afinal, é fevereiro no Rio de Janeiro – e de lonas em quadra. Quer dizer, quase isso. Meia lona na Quadra 1.

A rodada, que já havia começado atrasada por causa do mau tempo, foi interrompida quando as três partidas em andamento tinham menos de uma hora de duração. A quadra central, onde jogavam Nicolas Jarry e Roberto Carballés Baena, não sofreu alterações. Na quadra 1, uma cena curiosa muito depois que Federico Delbonis e Malek Jaziri tinham voltado ao vestiário: uma lona instalada apenas em metade da quadra.

A chuva entrou pela noite e acabou forçando o Rio Open a cancelar toda a rodada. Carballés Baena sacava em 4/3 na central; Delbonis tinha saque e 5/3 na 1; e na quadra 2, Thiago Monteiro e Fernando Romboli tinham 6/2 e 1/1 de frente sobre os britânicos Luke Bambridge e Jonny O'Mara.

E como não houve nem uma hora de jogo, o torneio será obrigado a ressarcir todos que tinham bilhetes para as sessões diurna e noturna do desta segunda-feira. É possível trocar o ingresso para a rodada desta terça-feira (desde que atendidas as exigências do torneio – vide tweet abaixo) ou pedir a devolução do dinheiro.

Segue a explicação oficial do torneio para o uso de lona em apenas meia quadra. "As quadras 1 e 4 tiveram que passar por alguns reparos e as partes reparadas foram as cobertas." Ou seja, o torneio começou com duas quadras fora das condições ideais e precisou improvisar. Extraoficialmente, há quem diga que a drenagem da Quadra 1 é muito melhor de um lado do que do outro e, por isso, o torneio usou a lona apenas no lado pior.

Cabe lembrar que a quadra 1, o "caldeirãozinho" das duplas, não é unanimidade entre os tenistas. Ano passado, Fabio Fognini reclamou bastante de jogar lá. E adivinha quem foi escalado para atuar lá nesta terça-feira? Ele mesmo. O italiano, inicialmente, jogaria na central, mas a chuva forçou os organizadores a mudarem a programação, e Fabio foi deslocado para a quadra 1. Aguardemos os desdobramentos.

Coisas que eu acho que acho:

– Nunca custa lembrar para quem não visita sempre o blog: o torneio não é em fevereiro porque a organização gosta de fazer evento na chuva. O Rio Open está encaixado numa sequência sul-americana de eventos, e mudar de data (ou de saibro para quadra dura) requer um trabalho de bastidores e passar por um processo burocrático junto à ATP. Não é fácil.

– Para um torneio sem novidades e com fraca venda de ingressos, um primeiro dia com chuva era o pior cenário possível. Resta torcer para que algum brasileiro (quem sabe, uma dupla do país) vá longe e consiga atrair um público que realmente gosta de tênis.

Sobre o autor

Alexandre Cossenza é bacharel em direito e largou os tribunais para abraçar o jornalismo. Passou por redações grandes, cobre tênis profissionalmente há oito anos e também escreve sobre futebol. Já bateu bola com Nadal e Federer e acredita que é possível apreciar ambos em medidas iguais.
Contato: ac@cossenza.org

Sobre o blog

Se é sobre tênis, aparece aqui. Entrevistas, análises, curiosidades, crônicas e críticas. Às vezes fiscal, às vezes corneta, dependendo do dia, do assunto e de quem lê. Sempre crítico e autêntico, doa a quem doer.