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Saque e Voleio

Djokovic 'capota' e conquista vitória convincente sobre Tsonga

Alexandre Cossenza

17/01/2019 11h41

Se é verdade que às vezes um grande favorito joga meio despreocupado e toma alguns sustos nas primeiras rodadas dos slams, também é fato que grandes campeões reconhecem como poucos quando a ameaça é real. Novak Djokovic deu mais uma amostra disso nesta quinta-feira, na segunda rodada do Australian Open. Diante do perigoso Jo-Wilfried Tsonga, contra quem fez a final do torneio em 2008, o sérvio entrou em quadra concentrado e afiado. Impôs seu tênis logo nos primeiros games e, mesmo depois de um tombo feio, saiu de quadra com uma vitória convincente por 6/3, 7/5 e 6/4.

O triunfo coloca o atual número 1 do mundo, campeão de Wimbledon e do US Open, na terceira rodada em Melbourne. Seu próximo adversário será o jovem – e também perigoso – canadense Denis Shapovalov, de 19 anos, #27 do mundo. O canhoto vem de vitória sobre o japonês Taro Daniel por 6/3, 7/6(2) e 6/3 e já faz sua melhor campanha no Australian Open. No ano passado, em sua estreia na competição, perdeu para Tsonga em cinco sets na segunda rodada.

Como aconteceu

Consciente da ameaça do jogo ofensivo de Tsonga, Djokovic decidiu tomar ele mesmo a dianteira na maioria dos pontos. Arriscou, atacou e jogou o francês de um lado para o outro quando pôde. Deu certo. Nole somava winners enquanto Tsonga errava mais, tentando sair da defesa. O set inicial poderia ter até sido mais tranquilo para o número 1, que abriu 3/1 e 40/15. O francês devolveu a quebra, mas Djokovic respondeu rapidamente, convertendo mais um break point no sexto game. Depois disso, Nole só perdeu um ponto com o saque até fazer 6/3.

O maior sobressalto da parcial aconteceu ainda no começo, quando Tsonga deu uma curtinha, e Djokovic, ao tentar alcançá-la, pisou tropeçou e "capotou", indo parar no chão. Não passou, porém de um susto que não afetou o nível de jogo do líder do ranking.

Tsonga, que hoje ocupa apenas o 177º posto no ranking porque ficou sete meses sem jogar no ano passado – consequência de uma operação de joelho – entrou melhor no segundo set, cometendo menos erros e sacando melhor. O francês teve até break points no segundo e no sexto games – todos salvos por Nole. No sétimo game, porém, teve problemas para encaixar o primeiro serviço e pagou o preço. Djokovic forçou ralis e, consequentemente, erros do rival. Com uma direita na rede, Tsonga perdeu o serviço.

O perigo, entretanto, nunca deixou de existir. No game seguinte, Tsonga encaixou um lindo lob e uma bela direita para quebrar Djokovic e recuperar a igualdade na parcial. Só que Nole, assim como fez no set inicial, deu a resposta com outro game impecável e nova quebra. Depois, de zero, confirmou o serviço e fez 7/5.

A dinâmica do jogo não mudou, e as devoluções de Djokovic eram sempre uma ameaça. Mesmo quando abria 40/0, Tsonga não tinha facilidade. Foi em um game assim que veio a última quebra do jogo. O francês cometeu dois erros e tomou uma passada, e o placar rapidamente mudou para "iguais". Depois de perder mais um par de game points, Tsonga novamente cometeu dois erros seguidos e cedeu o serviço.

Sobre o autor

Alexandre Cossenza é bacharel em direito e largou os tribunais para abraçar o jornalismo. Passou por redações grandes, cobre tênis profissionalmente há oito anos e também escreve sobre futebol. Já bateu bola com Nadal e Federer e acredita que é possível apreciar ambos em medidas iguais.
Contato: ac@cossenza.org

Sobre o blog

Se é sobre tênis, aparece aqui. Entrevistas, análises, curiosidades, crônicas e críticas. Às vezes fiscal, às vezes corneta, dependendo do dia, do assunto e de quem lê. Sempre crítico e autêntico, doa a quem doer.