Topo

Saque e Voleio

A ausência de Halep e a vantagem do equilíbrio no circuito feminino

Alexandre Cossenza

19/10/2018 11h06

O WTA Finals começa neste domingo, 21 de outubro, com duas grandes ausências. Serena Williams, que jogou pouco durante o ano e não se classificou para o evento, e Simona Halep, campeã de Roland Garros e número 1 do mundo, que não se recuperou de uma lesão nas costas. Assim, o grupo das oito que vão competir em Singapura tem Angelique Kerber, Caroline Wozniacki, Naomi Osaka, Petra Kvitova, Sloane Stephens, Elina Svitolina, Karolina Pliskova e Kiki Bertens.

Apoie o Saque e Voleio e jogue os Palpitões, escute podcast exclusivo e ganhe descontos e brindes!

É uma lista interessante e parelha. Aliás, está aí um ponto positivo da WTA atual, que não chega a ter um nome dominante. Halep lidera o ranking, mas sua vantagem, que não é tão grande assim, foi erguida com uma base de resultados consistentes, mas não espetaculares. A romena não é a figura dominante que enche estádios e entra como favorita em qualquer torneio. Sim, Halep pode vencer qualquer partida em qualquer dia, mas eliminá-la nem sempre exige uma atuação impecável.

Aliás, o equilíbrio desse grupo é tanto que ao olhar a lista das oito de Singapura, vemos três campeãs de slam e alguns nomes que até decepcionaram (em relação às expectativas, obviamente) em 2018. Pliskova, por exemplo, começou o ano como #4 do mundo, não brilhou de verdade em nenhum slam e chegou ao Finals no oitavo posto. Kvitova, por sua vez, conquistou cinco títulos, mas tombou em duas primeiras rodadas nos slams e não passou da terceira fase em nenhum deles. Svitolina levantou três troféus, mas também deixou a desejar nos quatro maiores torneios do circuito.

Até mesmo as campeãs de slam oscilaram um bocado. Osaka faz um belo fim de temporada, embalado pelo título no US Open, mas só passou das quartas de final uma vez entre Indian Wells e Flushing Meadows. Kerber, campeã de Wimbledon, também teve seus altos e baixos e fez muito pouco desde a conquista no All England Club.

A vantagem desse nivelamento é que o Finals não perde uma figura essencial quando Simona Halep anuncia que não vai competir. Obviamente, seria melhor ter a #1 do mundo, mas a WTA deve ter um evento um tanto interessante a partir de domingo. Previsão? Se você leu os dois parágrafos acima, entende porque não ousarei dar um palpite aqui. Resta acompanhar e ver o que vai rolar.

Coisas que eu acho que acho:

– O outro lado da moeda é que a falta de um grande nome, uma tenista dominante, é que o evento se torna menos atrativo para o público que não é fã hardcore de tênis. Ainda mais quando o torneio é disputado em Singapura, num fuso horário não tão favorável para os maiores mercados do ocidente.

– Falando nisso, é o último ano do torneio em Singapura, que oferece uma estrutura infinitamente melhor do que a vista em Istambul. Maaaaas se você acha que o Finals teria mais relevância em um mercado ocidental, a WTA, aparentemente, discorda. O evento vai para Shenzhen, na China, onde ficará até 2028 (!!!). Isso porque a proposta apresentada inclui a construção de uma arena moderníssima no centro da cidade e um prêmio em dinheiro de US$ 14 milhões a ser distribuído nesse Finals chinês. Boa sorte à WTA.

– Okay, vou dar um palpitezinho depois de ver que o Grupo Vermelho tem Kerber, Osaka, Stephens e Bertens. O Branco ficou com Wozniacki, Kvitova, Svitolina e Pliskova. Minhas semifinalistas seriam Osaka, Kerber, Wozniacki e Kvitova. Mais do que isso, não arrisco.

Sobre o autor

Alexandre Cossenza é bacharel em direito e largou os tribunais para abraçar o jornalismo. Passou por redações grandes, cobre tênis profissionalmente há oito anos e também escreve sobre futebol. Já bateu bola com Nadal e Federer e acredita que é possível apreciar ambos em medidas iguais.
Contato: ac@cossenza.org

Sobre o blog

Se é sobre tênis, aparece aqui. Entrevistas, análises, curiosidades, crônicas e críticas. Às vezes fiscal, às vezes corneta, dependendo do dia, do assunto e de quem lê. Sempre crítico e autêntico, doa a quem doer.