A estreia de Nadal em Roland Garros não foi tão animadora assim
Bolas curtas, tempo demais na defensiva e dois saques quebrados. A primeira aparição de Rafael Nadal em Roland Garros/2018 não foi lá das mais animadoras, mas foi o suficiente para que o decacampeão saísse de Quadra Philippe Chatrier com uma vitória por 6/4, 6/3 e 7/6(9) sobre o italiano Simone Bolelli, #129 no ranking mundial.
Para variar, Nadal sofreu – para seus padrões – com as condições climáticas que são piores para seu tênis: céu nublado, chuva e saibro úmido. Boa parte do segundo set contra Bolelli foi jogada sob pingos finos. Com isso, a quadra fica mais lenta, e Nadal perde uma grande vantagem: o quique alto de sua bola, que empurra os rivais para trás. Quando a bola pica menos, quem quer que esteja do outro lado da rede tem menos dificuldade para atacar. Foi assim com Alexander Zverev na final de Roma e foi assim com Bolelli em Paris – tanto na segunda-feira, antes da interrupção, quanto nesta terça, já que choveu outra vez na capital francesa.
O italiano, aliás, tem muito mérito, embora tenha perdido chances de complicar mais a vida de Nadal. Bolelli entrou em quadra solto, atacando tudo que podia e com bastante precisão. Suas curtinhas foram mortais. Foram muitos os pontos vencidos em drop shots que Nadal nem tentou alcançar. O italiano só não conseguiu capitalizar quando teve quebras de vantagem no segundo e no terceiro sets. No terceiro, ainda teve 5/2 e saque no tie-break e mais quatro set points. Nadal escapou de todos, jogando um belo tênis.
É preciso repetir, também, o comentário de sempre: Bolelli fez uma ótima apresentação, Nadal esteve abaixo de seu melhor e, ainda assim, o espanhol não cedeu nenhum set (agora são 29 parciais vencidas de forma consecutiva em Roland Garros – a última perdida foi em 2015). Ilustra bem o quanto o nível de Rafael Nadal no slam da terra batida está acima dos demais.
O próximo obstáculo para o campeão em Paris será o argentino Guido Pella, que eliminou o português João Sousa em três sets. Pella gosta de longas trocas de bola, o que é bom para Nadal, especialmente depois de tantas bolas curtas contra Bolelli. Será uma chance para o espanhol calibrar os golpes e ganhar um ritmo que será necessário na segunda semana.
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