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Saque e Voleio

Curtinhas cariocas da terça-feira

Alexandre Cossenza

18/02/2015 08h51

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Rafael Nadal derrotou Thomaz Bellucci sem grandes dificuldades, encerrando uma interessante rodada de terça-feira no Rio Open. O jogo, grande atração da rodada, esteve longe de ser o único momento bacana do dia. Por isso, as curtinhas cariocas voltam ao Saque e Voleio. Fiquem por dentro:

– Das coisas que pouca gente vê… Um dos compromissos dos tenistas é, após o encerramento de uma partida na Quadra Central, disputar um ponto com um convidado de um dos patrocinadores. Foi o que fez David Ferrer. Nadal foi mais longe. Ficou uns bons cinco minutos, com um sorriso no rosto o tempo inteiro, jogando com um cliente do Itaú. Impagável. Depois disso, ainda ficou mais alguns longos minutos dando autógrafos aos fãs que se amontoavam no portão de saída.

– Na coletiva, Bellucci reclamou um bocado de seu saque, enquanto Nadal disse que fez uma partida "correta", sem tentar coisas mais complicadas porque sabia que não era o momento para isso. O ex-número 1 do mundo também disse que o brasileiro tem tudo para estar em um ranking mais elevado. "Tem golpes, tem serviço…" Nadal não disse, mas sua expressão tinha uma cara de "não entendo como Bellucci perde alguns jogos." Muitos conhecem essa sensação…

– Aliás, vale lembrar que choveu fraco durante boa parte da partida entre Nadal e Bellucci. A Quadra Central, assim como as menores, vem resistindo bem aos pingos. O torneio segue sem atrasos.

– Feijão também fez uma belíssima partida e derrotou Facundo Arguello (de quem havia perdido todos os quatro jogos anteriores) por 6/1 e 6/1. Feliz com o bom momento – vem de uma semifinal em São Paulo -, evitou mais uma vez falar em Copa Davis (embora sua convocação, extraoficialmente, esteja garantida) e afirmou que está se sentindo à vontade nos ambientes dos torneios ATP. O melhor momento de sua entrevista foi na última pergunta, feita por um jornalista argentino, que indagava sobre o comportamento da torcida brasileira. Em espanhol fluente (já viajou e viaja com treinadores argentinos por um bom tempo) , Feijão respondeu que os brasileiros gostam de gritar, mas que as pessoas não são tão educadas assim na Argentina e no Uruguai, onde já esteve para uma Copa Davis.

– Bethanie Mattek-Sands teve um papo animado com Felipe Priante, do Tenisbrasil. Além da ótima entrevista, que fugiu da mesmice que seria falar apenas sobre moda, Felipe, que vestia uma camisa de Aaron Rodgers, quarterback do Green Bay Packers, ainda ganhou um tweet da americana.

– O jogo mais agitado do dia foi entre Nicolás Almagro e Pablo Cuevas. No caldeirão que é a Quadra 1, com a torcida pertinho dos jogadores, o ambiente é sempre propício para que algum fã exaltado tente provocar um tenista. Não estive na quadra, mas o relato na sala de imprensa era de que Almagro conseguiu fazer todo o público ficar ao lado de Cuevas. O uruguaio acabou vencendo por 4/6, 6/3 e 6/4. O espanhol saiu sem dar autógrafos.

– Ainda sobre a Quadra 1, Bruno Soares disse, como no ano passado, que adora o ambiente para jogar lá. O mineiro até notou que a arquibancada de um dos lados é maior do que em 2014. A capacidade este ano é para pouco mais de mil pessoas. André Sá e Feijão, lembremos, também venceram jogando juntos na Quadra 1.

– O momento mais bacana do dia foi mesmo a coletiva de Bia Haddad. Feliz com a vitória sobre Maria Irigoyen (6/1 e 6/1) e tagarela como sempre, a paulista de 18 anos, considerada há alguns anos a maior esperança do país no tênis feminino, falou sobre o quanto sua vida mudou após passar por uma lesão no ombro e uma delicada cirurgia na coluna – um procedimento errado, e Bia ficaria para sempre sem andar. O relato da brasileira é tão rico em detalhes que inclui até o horário exato em que ela sentiu (3h42 da manhã) o primeiro desconforto. A transcrição da parte mais importante da coletiva está no blog.

Sobre o autor

Alexandre Cossenza é bacharel em direito e largou os tribunais para abraçar o jornalismo. Passou por redações grandes, cobre tênis profissionalmente há oito anos e também escreve sobre futebol. Já bateu bola com Nadal e Federer e acredita que é possível apreciar ambos em medidas iguais.
Contato: ac@cossenza.org

Sobre o blog

Se é sobre tênis, aparece aqui. Entrevistas, análises, curiosidades, crônicas e críticas. Às vezes fiscal, às vezes corneta, dependendo do dia, do assunto e de quem lê. Sempre crítico e autêntico, doa a quem doer.