Murray, Robredo e o jogo do ano
Novak Djokovic e Rafael Nadal, exaustos, agachados ao fim de quase seis horas de jogo. Serena Williams ameaçando uma juíza de linha. As lágrimas de Roger Federer ao perder uma final na Rod Laver. O discurso de aposentadoria de Andre Agassi no Arthur Ashe. O coração desenhado por Guga no saibro da Philippe Chatrier. Os dedos médios de Tommy Robredo em Valência. Simples assim.
Foi "só" uma final de ATP 500, mas talvez tenha sido "a" final masculina de 2014 – um ano atípico, sem decisões espetaculares nos Grand Slams e nos Masters 1.000. E foi um jogaço. Pelo pelo roteiro, que teve suas primeiras linhas escritas em Shenzhen, um mês atrás, pelo nível do tênis e pelo drama do cansaço e dos match points salvos pelos dois tenistas. Tudo isso, claro, multiplicou-se com as demonstrações de respeito e admiração ao fim do encontro.
Só assisti à partida mais tarde, no fim do domingo, quando já sabia do resultado. Mesmo assim, não consegui ver aquilo tudo sem me envolver com a partida. Imagino, então, as reações de quem viu a história se desenvolvendo ao longo do jogo. Desde o set inicial, quando Murray já parecia esgotado, até os últimos games da terceira parcial, com Robredo salvando um match point antes do tie-break, passando pelas cãibras e até pela bolinha caindo do bolso de espanhol.
E, depois disso tudo, ainda houve um tie-break memorável, com três match points salvos por Andy Murray. Até aquele ponto que está no vídeo, lá no alto do post. Não, senhores, 2014 não viu um jogo melhor que este. Ainda não. E a cena com Robredo, apoiado na rede e dirigindo os dois dedos médios ao britânico, no que provou ser uma das mais sinceras e simpáticas demonstrações de fair play, será lembrada para sempre.
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