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Saque e Voleio

Zebra americana de 15 anos rejeita prêmio de US$ 60 mil

Alexandre Cossenza

27/08/2014 06h30

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O segundo dia do US Open foi indubitavelmente mais interessante que o primeiro. Não tanto pela qualidade dos jogos ou pelas combinações de confrontos vistas no papel no início da jornada (a sessão diurna pouco empolgava), mas pelo desenrolar de eventos. Na chave feminina, uma moça em particular roubou atenções: a americana Catherine Collins, mais conhecida como CiCi, de 15 aninhos. A tenista mais jovem do torneio, juvenil número 2 do mundo, fez sua estreia em um torneio de nível WTA e derrubou a vice-campeã do Australian Open, Dominika Cibulkova, com parciais de 6/1, 4/6 e 6/4.

A vitória de CiCi teve marcas relevantes. Ela era a tenista mais jovem na chave principal de um Slam desde Alizé Cornet, em Roland Garros/2005 e a mais jovem no US Open desde 2004. Ao triunfar, a adolescente tornou-se a também a mais jovem desde 1996 (Anna Kournikova) a vencer uma partida no torneio americano. O número mais impressionante, contudo, talvez seja 60 mil. Sim, CiCi tinha direito ao prêmio de US$ 60 mil (pouco mais de R$ 130 mil) no US Open, mas não vai levar o dinheiro para casa porque quer manter seu status de amadora. Assim, ainda pode optar pela carrreira universitária e continuar jogando tênis.

Na próxima fase, CiCi Bellis encara a cazaque Zarina Diyas, que aplicou 6/1 e 6/2 em cima da qualifier Lesia Tsurenko. Será que dá?

No balanço geral, não foi um dia cheio de zebras, só que Cibulkova não foi a única pré-classificada a dar adeus. Svetlana Kuznetsova, cabeça 20, teve o jogo na mão e sacou para a vitória, mas perdeu o serviço e permitiu que a neozelandesa Marina Erakovic protagonizasse uma improvável virada: 3/6, 6/2 e 7/6(3).

No grupo de candidatos (mesmo!) ao título, nenhuma surpresa. Na sessão diurna, Ana Ivanovic, Petra Kvitova e Eugenie Bouchard venceram com folga. À noite, Serena fez o mesmo diante da talentosa e promissora compatriota Taylor Townsend. Poderia ter sido um jogo perigoso, mas a número 1 do mundo entrou em quadra afiada o bastante para impedir que a rival crescesse no jogo. Victoria Azarenka, sem ritmo e correndo por fora, mostrou por que está sem ritmo e correndo por fora. Perdeu o set inicial para a japonesa Misaki Doi e reclamou um bocado de si mesma, mas, meio que na marra, manteve-se na partida o suficiente para encontrar um nível melhor, que lhe permitisse sobreviver no evento.

Por fim, Teliana Pereira venceu apenas dois games. Tombou por 6/2 e 6/0 diante da russa Anastasia Pavlyuchenkova. Não foi o mais inesperado dos resultados. Sem competir há um mês, a brasileira não fez a melhor das preparações para o US Open. Teliana, aliás, não competia em quadras duras desde março. Como consolação, volta para casa com pouco mais de US$ 35 mil.

Sobre o autor

Alexandre Cossenza é bacharel em direito e largou os tribunais para abraçar o jornalismo. Passou por redações grandes, cobre tênis profissionalmente há oito anos e também escreve sobre futebol. Já bateu bola com Nadal e Federer e acredita que é possível apreciar ambos em medidas iguais.
Contato: ac@cossenza.org

Sobre o blog

Se é sobre tênis, aparece aqui. Entrevistas, análises, curiosidades, crônicas e críticas. Às vezes fiscal, às vezes corneta, dependendo do dia, do assunto e de quem lê. Sempre crítico e autêntico, doa a quem doer.