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Saque e Voleio

Fim de férias para a elite

Alexandre Cossenza

04/08/2014 06h00

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Novak Djokovic se casou. Roger Federer lançou uma raquete, jogou hóquei calçando tênis e também bateu bola numa geleira para vender chocolate. Andy Murray deu um banho de gelo em Amélie Mauresmo. As pseudoférias de verão acabaram para os principais nomes do tênis mundial, e o Masters 1.000 de Toronto, que começa nesta semana, marca o retorno ao circuito de Djokovic, Federer, Wawrinka, Dimitrov e Murray.

O último mês foi um período interessante, de resultados nada previsíveis. Pablo Cuevas, 28 anos e duas lesões sérias no histórico, conquistou seus dois primeiros títulos (Bastad e Umag), Bernard Tomic derrotou Ivo Karlovic e foi campeão na altitude de Bogotá, Roberto Bautista Agut triunfou em Stuttgart, e Leonardo Mayer foi campeão em Hamburgo. De previsível mesmo só os troféus de Lleyton Hewitt, que sempre joga bem em Newport, e John Isner, campeão em um torneio americano mais uma vez.

Ah, sim: na última semana, David Goffin bateu Dominic Thiem em uma jovem (e empolgante) final em Kitzbuhel, e Milos Raonic venceu um ATP 500 depois de derrotar Donald Young e Vasek Pospisil nos últimos dois jogos (!) em Washington. E agora é a vez de todo mundo se reunir. Chega de chaves fracas aqui e ali.

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A frase anterior é válida especialmente para o número 1 do mundo, que teve caminhos não tão complicados em Roland Garros e Wimbledon. Em Toronto, Djokovic estreia contra Stepanek ou Monfils e, na sequência, pode ter de enfrentar Tsonga nas oitavas, Murray nas quartas e Dimitrov/Wawrinka na semi. Não é o melhor dos cenários para quem precisa readquirir ritmo de jogo. Em contraste, Federer, cabeça 2, pega Polansky/Janowicz na segunda rodada e, em seguida, pode ter um caminho contra Cilic, Ferrer/Isner e Raonic/Berdych. Não é muito difícil ver quem se deu bem nesse sorteio.

Com Nadal fora de ação, não há mistério na briga pela liderança do ranking. A única dúvida é saber o quanto Djokovic (que tem 360 pontos a defender) se distanciará do espanhol. Embora o evento canadense não costume trazer surpresas (os últimos dez troféus forma para as mãos de Djokovic, Nadal, Federer ou Murray), fazer previsões é complicado. Metade do top 10 não entra em quadra há um mês, e uma parte dos tenistas vem de torneios no saibro. No fim das contas, o Masters de Cincinnati será um indicativo melhor do que esperar no US Open, o último Grand Slam de 2014.

Ainda assim, Toronto promete ser um torneio interessante, com jogos ótimos já na primeira rodada. Quer um exemplo? Tomic e Karlovic se encontram de novo, e o vencedor pega quem avançar entre Gasquet e Pospisil. Não ficou satisfeito? Que tal o explosivo encontro de Fognini e Youzhny? Ou o duelo de estilos entre Simon e Thiem? Isso, claro, sem esquecer o imprevisível Monfils x Stepanek que define o primeiro rival de Nole no torneio!

Sobre o autor

Alexandre Cossenza é bacharel em direito e largou os tribunais para abraçar o jornalismo. Passou por redações grandes, cobre tênis profissionalmente há oito anos e também escreve sobre futebol. Já bateu bola com Nadal e Federer e acredita que é possível apreciar ambos em medidas iguais.
Contato: ac@cossenza.org

Sobre o blog

Se é sobre tênis, aparece aqui. Entrevistas, análises, curiosidades, crônicas e críticas. Às vezes fiscal, às vezes corneta, dependendo do dia, do assunto e de quem lê. Sempre crítico e autêntico, doa a quem doer.