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Saque e Voleio

O Independência de Marcelo

Alexandre Cossenza

21/02/2014 10h22

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Dois jogos, duas vitórias. Mesmo longe do croata Ivan Dodig, seu parceiro habitual, Marcelo Melo vem tendo boas atuações ao lado do espanhol David Marrero. Os dois venceram seus dois desafios no Rio Open até agora e disputarão, nesta sexta-feira, uma vaga na final do torneio carioca.

Uma das vantagens do mineiro é atuar mais uma vez na Quadra 1, onde disputou as partidas anteriores e já se sente à vontade. Depois de vencer Pablo Cuevas e Horacio Zeballos, Melo conversou com a imprensa na zona mista (aquela área esquisita na porta do banheiro masculino) e comparou a Quadra 1 com o estádio Independência, onde o Atlético Mineiro fez boa parte de sua campanha vitoriosa na Copa Libertadores do ano passado.

"Até comentei com o Daniel (Melo, irmão e técnico) que pareço o Atlético, escolhendo o Independência para jogar por ser um caldeirãozinho e não jogar no Mineirão. Eu gostei da quadra. Desde o início, a questão de jogar na Central ou ali… Acho que é melhor você ter uma quadra daquele tamanho lotada do que uma Central média (de público). Para nós é melhor continuar ali para depois ir para a Central. Acho melhor manter o ritmo de estar jogando lá. Às vezes acontece de mudar, e o feeling é diferente. A quadra é maior, o espaço é maior, não tem a torcida tão perto. Se puder continuar no Independência, tá bom (risos)."

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A chave de duplas do Rio Open tem Melo/Marrero contra Bracciali/Fognini em uma das semifinais, e Soares/Peya contra Cabal/Farah na outra. Existe, portanto, a possibilidade de uma final com dois brasileiros. Sobre o próximo jogo, Melo já parece entrar preparado para a tradicional catimba do italiano Fabio Fognini.

"Vai ser um jogo além das quatro linhas. A gente jogou contra eles (Bolelli e Fognini) lá na Austrália, e o comportamento dele (Fognini) todo mundo já conhece, sabe como é. A gente vai entrar para fazer o nosso jogo, vamos deixar fazer o que ele quiser fazer, e vamos para a vitória. Espero que não aconteça nada além do normal, que seja só o jogo mesmo. O Fognini, às vezes, enrola demais ou tenta acertar uma bolada quando poderia ganhar o ponto de outra forma, mas não gosto de tocar muito nesse caso não, para não gerar polêmica."

Sobre a chance de uma final com dois brasileiros, Melo adotou uma postura cautelosa, mas ressaltou que será ótimo para o tênis do país se acontecer.

"Eu gosto de pensar jogo a jogo. Joguei contra o Bruno duas vezes este ano já (perdeu em Doha e venceu em Auckland), então se acontecer, não vai ser a primeira e não vai ser a última. Nós dois vamos estar bem preparados. Ele tem um jogo duro: Cabal e Farah vêm jogando muito bem. Vai ser muito bom se acontecer, pela temporada que a gente vem fazendo. Imagina ter um título no primeiro torneio aqui no Brasil. Você pode ver o tanto de gente que fala mais de tênis, você imagina com eu e o Bruno fazendo a final! Isso é que é o importante, independentemente de quem ganhe ou perca."

Sobre o autor

Alexandre Cossenza é bacharel em direito e largou os tribunais para abraçar o jornalismo. Passou por redações grandes, cobre tênis profissionalmente há oito anos e também escreve sobre futebol. Já bateu bola com Nadal e Federer e acredita que é possível apreciar ambos em medidas iguais.
Contato: ac@cossenza.org

Sobre o blog

Se é sobre tênis, aparece aqui. Entrevistas, análises, curiosidades, crônicas e críticas. Às vezes fiscal, às vezes corneta, dependendo do dia, do assunto e de quem lê. Sempre crítico e autêntico, doa a quem doer.