A um passo do play-off na Fed Cup
O Brasil está de volta à final do Grupo I do Zonal das Américas na Fed Cup. Uma vitória diante do Paraguai, neste sábado, coloca o time de Teliana Pereira e companhia em um cenário que não se repete desde 2004: um play-off valendo vaga no Grupo Mundial II da competição. Ano passado, o Brasil foi à final e perdeu por 2 a 1 do Canadá. Agora, a sensação é de que a vitória está mais perto.
Confiança, preparo físico, experiência e controle de nervos são as chaves do dia. Pelo menos foi com essas palavras que Teliana Pereira me definiu, por telefone, a decisão contra o Paraguai. Nas simples, a número 1 do Brasil encara Verónica Cepede Royg, enquanto Paula Gonçalves enfrenta Montserrat González. Vejam como foi meu bate-papo com Teliana antes da final.
A sensação de estar na final do Zonal este ano é muito diferente do que vocês viveram no ano passado? É possível comparar?
No ano passado, a gente foi para a final e não ganhou por muito pouco. A gente deixou escapar ali na dupla. Acho que todo mundo aprendeu bastante no ano passado, então a gente está tentando não repetir, melhorar no que tiver que melhorar. Acho que este ano a gente está mais confiante do que no ano passado.
E essa confiança a mais vem de onde?
Acho que da experiência. Cada vez que você vai jogando, vai controlando um pouco melhor a ansiedade, o nervosismo. Este ano, a gente conseguiu controlar um pouco melhor. Na final, talvez os nervos apareçam, só que a gente consegue controlar. Estou muito confiante para a final. É entrar na quadra e dar o melhor.
Olhando pelos nomes, a impressão que dava é que a Colômbia seria o adversário mais forte – entre os dois grupos. Vocês também tinham essa impressão?
A Colômbia sempre tem uma equipe muito boa, mas a gente sempre soube que o Paraguai também, assim como a Venezuela também está com um time bom. E pelo fato de elas (paraguaias) estarem jogando em casa, isso prevalece, elas jogam confiantes e vão com a torcida. Sempre achei bem equilibrado ali. Todos esses três times estão com jogadoras boas, e a gente também. Na verdade, não vejo a Colômbia tão acima assim.
Qual a expectativa para amanhã? Vai fazer calor também?
Na verdade, todos os dias aqui faz um calor incrível, mas todo mundo está acostumado. A gente estava treinando em Rio Claro, que estava bem quente, e a gente se acostumou bem à temperatura. Está todo mundo sentindo bem a bola. Na questão de jogo, a gente está bem confiante. E o calor é para todo mundo. Claro que elas estão mais acostumadas, mas acho que na quadra não é o calor que vai decidir, e sim o que você está fazendo na quadra.
Uma das coisas que a Laura me falou foi sobre a importância de você e a Paula não terem precisado jogar duplas. Fisicamente, ajuda…
Estar 100% fisicamente sempre ajuda e te dá mais confiança. As meninas (Laura Pigossi e Gabriela Cé) jogaram todas as duplas, a gente treinou também dupla, e o bom é que todo mundo tem jogo. Caso precise jogar amanhã, ninguém vai estranhar. Isso já é um ponto positivo.
Você está feliz com o tênis que jogou ate agora, imagino.
Venho numa fase muito boa. Claro que a gente sempre tem o que melhorar, mas todos jogos que eu fiz aqui eu joguei bem. Na final, vai ser um jogo duro. Joguei várias vezes conta a Cepede, ganhei e perdi (são cinco vitórias da brasileira em sete confrontos), mas o principal é ser sólida. É um jogo que é bom para mim.
Você espera muita torcida para elas na final?
A gente está com uma torcida menor, mas está todo mundo empolgado, muito unido. Vai ter mais gente porque é sábado e também é final, mas está todo mundo acostumado a jogar com torcida contra, torcida a favor… Não vai mudar nada.
Última pergunta: você já deu uma espiada nos confrontos do Grupo Mundial II para olhar quem pode ser um possível adversário de play-off?
Não, primeiro a gente tem que ganhar amanhã, depois a gente olha (risos).
—fim—
Coisas que eu acho que acho:
– A última vez que o Brasil disputou uma vaga em um Grupo Mundial foi em 2004, quando a Fed Cup ainda adotava um formato com 16 países na primeira divisão. Em 2005, o Grupo Mundial foi dividido em I e II, com oito nações em cada. Assim, soa um tanto injusto escrever (como eu mesmo fiz ontem) que o Brasil disputa a terceira divisão. A equipe da Fed, no fundo, vive cenário parecido com o time da Copa Davis, que disputa o Zonal das Américas (na prática, uma segunda divisão), abaixo de 16 países do primeiro escalão.
– Em 2004, vale lembrar, o time brasileiro tinha Nanda Alves, Letícia Sobral, Bruna Colosio e a atual capitã, Carla Tiene. Naquele play-off, disputado em São Paulo, a Croácia levou a melhor por 4 a 1. Ivana Abramovic, Jelena Kostanic Tosic, Darija Jurak e Ivana Lisjak formavam aquela equipe.
– Como este post é mais uma prévia da final do que um resumo da vitória sobre a Colômbia, não coloquei os placares de sexta-feira lá no alto do texto. Registro, então, aqui. Paula Gonçalves bateu Catalina Castaño por 6/4 e 6/3, Teliana derrotou Mariana Duque Mariño por 6/0 e 7/6(6). O jogo de duplas foi cancelado por causa da chuva.
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