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Zvonareva volta ao Brasil

Alexandre Cossenza

27/12/2013 02h10

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O título deste post também poderia muito bem ser "Vera Zvonareva volta no Brasil", já que a russa de 29 anos, primeira tenista estrangeira anunciada pela organização do Rio Open, não disputa um torneio há um ano e meio – seu último jogo oficial valeu pelas Olimpíadas de Londres 2012. No entanto, a tenista marcou  sua volta às quadras para a última semana de dezembro, no WTA de Shenzhen.

Pouca gente lembra, mas Bepa (ou Vera, como queiram) já jogou no Brasil. Ela esteve na Costa do Sauípe em 2002, quando ocupava o top 50. Na ocasião, mais de 11 anos atrás, a russa desembarcou na Bahia em cima da hora, vindo do US Open, e perdeu logo na primeira rodada do qualifying – sim, ela precisou jogar o torneio qualificatório apesar de seu ranking.

Mas vamos ao que interessa, certo? O que significa a presença de Vera Zvonareva no Rio Open? E mais: o que significa ter a russa como primeiro nome de peso anunciado pela organização? Correndo o risco de adotar a versão copo-meio-vazio, acredito que Bepa não seja um bom sinal para a chave feminina.

Não é sonho de nenhum diretor de torneio anunciar uma tenista que não joga há mais de um ano e meio. Sim, Bepa foi número 2 do mundo apenas três anos atrás, mas seu afastamento do circuito dá a impressão de que sua melhor fase aconteceu há uma década. Ainda assim, é de se imaginar que seu tênis e seus olhos azuis sejam suficientes para vender alguns ingressos na Cidade Maravilhosa.

E se Zvonareva não era o nome dos sonhos do torneio, temos um indício de que será uma chave fraca tecnicamente. Não que se esperasse algo muito diferente. Trata-se, afinal de um torneio da série International, com premiação de US$ 250 mil – o menor escalão no calendário da WTA.

Só que o Rio tem um problema maior do que a pequena premiação: o calendário. Como já foi explicado aqui neste espaço, o Rio Open é realizado uma semana depois do WTA de Doha, obrigatório para as tops, e na mesma semana do WTA de Dubai, que distribui US$ 2 milhões em prêmios. Não é lá muito fácil atrair uma tenista de alto nível para a América do Sul.

O lado bom para o tênis brasileiro é que uma chave com poucas estrelas dá mais chances a Teliana Pereira, que jogará em seu piso favorito e com torcida a favor. Com dois torneios nada forte seguidos em casa, a pernambucana terá uma valiosa chance de somar pontos e pelo menos se manter no top 100.

Sobre o autor

Alexandre Cossenza é bacharel em direito e largou os tribunais para abraçar o jornalismo. Passou por redações grandes, cobre tênis profissionalmente há oito anos e também escreve sobre futebol. Já bateu bola com Nadal e Federer e acredita que é possível apreciar ambos em medidas iguais.
Contato: ac@cossenza.org

Sobre o blog

Se é sobre tênis, aparece aqui. Entrevistas, análises, curiosidades, crônicas e críticas. Às vezes fiscal, às vezes corneta, dependendo do dia, do assunto e de quem lê. Sempre crítico e autêntico, doa a quem doer.