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Saque e Voleio

Querido Papai Noel...

Alexandre Cossenza

24/12/2013 15h16

Eu me comportei razoavelmente bem em 2013. Não fiz fofoca, não critiquei ninguém injustamente (o Brasil Open mereceu!) e não fui hipócrita a ponto de ficar julgando as farras de Gulbis e Tomic. Cada um na sua. Também acho que consegui publicar um bom número de histórias e entrevistas interessantes aqui no blog, apesar de nem sempre ser fácil conversar com tenistas brasileiros.

Por isso, deixo aqui minha cartinha para o senhor, Papai Noel. Sou bem sortudo, admito. Não tem muita coisa que eu queira de presente, a não ser uma TV nova. A minha está com um defeito no volume, que sobe e desce sozinho. Coisa louca, viu? Só o senhor vendo! Mas eu divago. Minha listinha de Natal é um pouco diferente este ano. Eu peço presentes para os outros. Será que o senhor aceita um pedido assim? Espero que sim. Aí vai!

– Uma dúzia de troféus para os meninos mineiros. Bruno Soares e Marcelo Melo são dois rapazes especiais, e 2013 mostrou que eles também são pessoas ótimas. Ganharam um bocado no circuito mundial e continuam os meninos simples de antes. Eles merecem mais dessas peças de metal que distribuem nos domingos.

– Ingressos para o povo que quer ver o Rio Open. É uma galera simpática, viu, Papai Noel? E todo mundo só quer ter o direito de estar lá e ver uns joguinhos de tênis. Se o senhor puder dar aquela força…

– Patrocinadores e tenistas para o Brasil Open. Só deus sabe o quanto aquele caos da última edição está atrapalhando o torneio de 2014, mas juntando tudo isso com o calendário ingrato do ano que vem… Até agora, o torneio paulista não anunciou nem um tenistazinho nem um patrocinador. E lembre-se de deixar lá também uns tubos de bolas de boa qualidade. Sim, eu sei que eles não se comportaram muito bem em 2013, mas será que o senhor consegue dar um crédito aos moços da organização? Vai que eles acertam em 2014, né?

– Raquetes, bolinhas, roupas, passagens aéreas e hospedagens pra turma do Alexandre Borges, que mantém um projeto social fantástico aqui no Rio de Janeiro chamado Tênis na Lagoa. É uma das iniciativas mais bacanas que existem no tênis do Brasil, e todo mundo lá merece tudo de bom.

– Eu sei que o senhor não cuida de etéreos, mas se for possível entregar umas boas histórias para o pessoal do tênis… Tem o Giuliander, a Sheiloka (que me ajudou a escrever esta carta!) e um monte de gente boa que vai saber contar tudo como ninguém. Aproveite e mande um envelopinho com algumas cédulas dentro. Sabe como é, jornalista ganha mal nesse país. Ah! E se não der muito trabalho, será que o senhor entrega também um saquinho de vírgulas? Tem umas pessoas que até hoje não sabem usar isso, viu? Vai que, de repente, com o incentivo certo…

– Um kit com 3 mil exames antidoping e um guia de faça-seu-próprio-site para divulgar os resultados em "tempo real". Pode entregar em Londres, na sede da ITF, tá? Por enquanto, tem tenista reclamando de pouco teste e de pouca transparência. Esse presentão, já mata os dois problemas. E se der, o senhor pode incluir no pacote um guia de regras padronizadas pro povo que julga doping no tênis. Tá uma bagunça aquilo ali. Tem exceção pra um, punição rígida pra outro…

– Um 4-pack de aces pro Wawrinka. O moço joga, joga, joga, e não consegue uma vitória realmente grande. E ele merece umazinha, né? Poucos rapazes se comportam tão bem no circuito. E quatro aces no último game resolvem essa história. Quebra essa para nós, Papai Noel?

– Um contrato milionário para o Redfoo fazer uma série de shows em Marte. Começando amanhã e terminando em 2018.

É isso, querido Papai Noel. Espero que minha lista não esteja além do seu alcance. Até por isso, evitei pedir o fim dos gritos no tênis feminino e dos gemidos do Granollers. Que sua noite de Natal seja tranquila, sem contratempos. Que o senhor viaje pelos ares com seu trenó tranquilamente, sem ser atingido por um balão de um tenista espanhol ou pelo ego de um certo suíço.

Um abraço,
Alexandre

Com este post, aproveito para desejar um Feliz Natal a todos que me acompanham aqui no blog, no Twitter ou no Facebook. Desde 2007, quando comecei a escrever o Saque e Voleio (lá na casa antiga), conheci pessoas incríveis, fiz amizades e passei ótimos momentos com gente que conheci "aqui" na internet. Que todos tenham um dia de Natal maravilhoso, com ou sem presentes, com ou sem uma ceia chique. O mais importante, no fim das contas, sempre é a companhia de pessoas especiais, como as que passam sempre por aqui.

Sobre o autor

Alexandre Cossenza é bacharel em direito e largou os tribunais para abraçar o jornalismo. Passou por redações grandes, cobre tênis profissionalmente há oito anos e também escreve sobre futebol. Já bateu bola com Nadal e Federer e acredita que é possível apreciar ambos em medidas iguais.
Contato: ac@cossenza.org

Sobre o blog

Se é sobre tênis, aparece aqui. Entrevistas, análises, curiosidades, crônicas e críticas. Às vezes fiscal, às vezes corneta, dependendo do dia, do assunto e de quem lê. Sempre crítico e autêntico, doa a quem doer.