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Orlandinho perde jogo, desconta raiva na bolinha e dá raquetada acidental em juíza de linha

Alexandre Cossenza

05/06/2019 14h03

Orlandinho foi eliminado na segunda rodada do Challenger de Little Rock, nos Estados Unidos, nesta quarta-feira, mas não foi o placar de 6/4 e 6/3 a favor do americano Noah Rubin (#172 do mundo) que marcou o fim da partida. O brasileiro de 21 anos, atual #457, perdeu a calma e descontou a raiva na bolinha, só que a raquete escorregou de suas mãos e atingiu uma juíza de linha. Vejam o momento a partir da marca de 1h36min do vídeo abaixo:

Pouco antes, sacando em 3/5 para sobreviver na partida, o gaúcho reclamou intensamente de uma marcação do árbitro de cadeira (é desde momento a imagem do alto do post), que apontou bola boa em uma curtinha cruzada de Rubin. A decisão significou o terceiro match point para o tenista da casa. Em seguida, Orlandinho cometeu uma dupla falta e perdeu o jogo.

O narrador da partida disse que a raquete acertou o tornozelo da juíza de linha. Orlandinho, por meio de sua assessoria de imprensa, disse que a raquete não tocou na árbitra. Ele também declarou que pediu desculpas após o incidente. Segue a declaração do tenista na íntegra, sem edição:

"Quando acabou o jogo, eu fui bater na bola e a raquete voou da minha mão. A raquete foi pro lado, não tocou na juíza de linha, eu pedi desculpas pra ela, falei com ela e com o árbitro, os dois entenderam que não foi intencional, a raquete voou da minha mão sem querer. Não tocou nela, ela levantou na hora por causa do susto, porque passou perto. Ela entendeu, falou 'não tem problema, eu vi que a raquete voou, não foi por gosto'. Aqui está muito úmido, muito quente, o tempo todo pingando, tanto que no final, quando fui cumprimentar ele (o árbitro), eu mostrei minha munhequeira, dobrei e escorreu água. Estava bem difícil de sacar no final, eu já estava com medo da raquete voar."

O torneio de Little Rock era apenas o quarto Challenger disputado por Orlandinho este ano – o terceiro na chave principal. O gaúcho, que começou a temporada como número 472 no ranking da ATP, venceu apenas dois jogos em chaves principais nesse tipo de torneio em 2019.

Número 1 do mundo como juvenil em 2015, ano em que foi campeão do Banana Bowl e da Copa Gerdau, Orlandinho ainda não conseguiu reproduzir o sucesso entre os profissionais. Ele hoje treina na Espanha, na academia BTT, na região de Barcelona, e recebe auxílio financeiro da Confederação Brasileira de Tênis.

Sobre o autor

Alexandre Cossenza é bacharel em direito e largou os tribunais para abraçar o jornalismo. Passou por redações grandes, cobre tênis profissionalmente há oito anos e também escreve sobre futebol. Já bateu bola com Nadal e Federer e acredita que é possível apreciar ambos em medidas iguais.
Contato: ac@cossenza.org

Sobre o blog

Se é sobre tênis, aparece aqui. Entrevistas, análises, curiosidades, crônicas e críticas. Às vezes fiscal, às vezes corneta, dependendo do dia, do assunto e de quem lê. Sempre crítico e autêntico, doa a quem doer.