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Saque e Voleio

Federer vence filho de velho colega de circuito e alcança as oitavas em Roland Garros

Alexandre Cossenza

31/05/2019 12h00

Quando Roger Federer tinha 17 anos e disputou Roland Garros pela primeira vez, a chave do torneio francês incluía um tenista norueguês chamado Christian Ruud. Então com 26 anos, Ruud era o número 57 do mundo e avançou até a terceira rodada daquele evento, enquanto o adolescente suíço caiu na estreia, superado por Patrick Rafter.

Pois 20 anos depois coube a Roger Federer ver outro Ruud na terceira rodada. Casper Ruud, filho de Christian, tem 20 anos, é o atual 63º colocado do ranking mundial e faz a melhor campanha de sua carreira em um slam. Ou melhor, fazia. Roger foi muito superior ao garotão, fez 6/3, 6/1 e 7/6(8) e avançou às oitavas de final da edição 2019 de Roland Garros.

O encontro com o filho de um ex-colega de circuito não foi a única prova da incrível longevidade de Federer. A partida desta sexta-feira, na quadra Suzanne Lenglen, também foi a de número 400 na carreira do suíço em torneios do Grand Slam. Ele se torna o primeiro a alcançar essa marca.

O próximo adversário do campeão de Roland Garros em 2009 e atual #3 do planeta sairá do jogo entre o argentino Leo Mayer, #68, e o francês Nicolas Mahut, #252 e que entrou no torneio graças a um wild card – convite – dos organizadores.

O relato

Ruud começou bem a partida, agredindo bastante no saque e nas bolas de fundo de quadra. O jovem norueguês obteve até certo sucesso ao manter o suíço se movimentando no fundo de quadra. Era uma estratégia arriscada, contudo, e portanto difícil de aplicar por tanto tempo contra Federer. Isso ficou claro no sétimo game, com erros de Ruud que deram ao favorito seu primeiro break point. Federer não vacilou. Com um espetacular bate-pronto de backhand na paralela, quebrou o serviço do rival. Foi o game que "abriu a porteira". No nono game, outra quebra encerrou a parcial em 6/3.

O #3 do mundo anotou a terceira quebra seguida e logo abriu 3/0 na segunda parcial. Com o jogo nas mãos, ficava cada vez mais evidente a eficiência de Federer em seus games de serviço. Até a metade do segundo set, ele havia encaixado 67% de seus primeiros saques, ganhando 86% dos pontos com eles. Ruud somava apenas oito pontos vencidos com a devolução. Logo, o que começou como um jogo equilibrado já era um passeio, e Roger fechou a parcial em 31 minutos: 6/1.

No terceiro set, um pequeno susto: um game ruim do suíço que terminou com uma direita na rede e a primeira quebra de Ruud no jogo. O norueguês abriu 2/0, mas a vantagem durou pouco. Federer se recuperou rápido e igualou o placar dois games depois, mas Ruud, que voltou a atual em um belo nível, ainda teve um break point para abrir 5/3. O suíço, impecável, se salvou com um ace e igualou a parcial em 4/4. A decisão foi para o tie-break, e Federer precisou salvar um set point antes de ver Ruud cometer uma dupla falta com o placar em 8/8. Na sequência, o suíço fechou com um ponto bem trabalhado, encerrado com um smash.

Sobre o autor

Alexandre Cossenza é bacharel em direito e largou os tribunais para abraçar o jornalismo. Passou por redações grandes, cobre tênis profissionalmente há oito anos e também escreve sobre futebol. Já bateu bola com Nadal e Federer e acredita que é possível apreciar ambos em medidas iguais.
Contato: ac@cossenza.org

Sobre o blog

Se é sobre tênis, aparece aqui. Entrevistas, análises, curiosidades, crônicas e críticas. Às vezes fiscal, às vezes corneta, dependendo do dia, do assunto e de quem lê. Sempre crítico e autêntico, doa a quem doer.