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Saque e Voleio

Tarefa do Brasil nos playoffs da Fed será duríssima

Alexandre Cossenza

12/02/2019 11h58

Ainda que o momento do tênis brasileiro me permitisse escrever o título acima em qualquer cenário nos playoffs do Grupo Mundial II, o sorteio desta terça-feira não ajudou em nada as chances do time da capitã Roberta Burzagli. Para subir à segunda divisão da Fed Cup, o Brasil precisará derrotar a Eslováquia fora de casa nos dias 20 e 21 de abril.

Não que as outras possibilidades fossem muito melhores. Os outros oponentes em potencial eram a Grã-Bretanha de Johanna Konta (#39), Katie Boulter (#83), e Heather Watson (#110); a Holanda de Kiki Bertens (#8), Arantxa Rus (#128) e Richel Hogenkamp (#150); e a Rússia de Kasatkina (#14), Pavlyuchenkova (#32), Makarova (#66), Rodina (#74), Zvonareva (!!!, #76) e, quem sabe, até Sharapova (#27) – afinal, Tóquio 2020 está chegando.

Em vez disso, as brasileiras podem encarar Cibulkova (#30), Kuzmova (#46), Schmiedlova (#61) e Rybarikova (#69), um time forte o bastante para vencer mesmo desfalcado. Um time que foi parar nos playoffs porque enfrentou a forte combinação letã de Ostapenko e Sevastova e ainda sofreu com o desfalque de última hora de Kuzmova, que teve bolhas na mão. Um time que não conta com Cibulkova desde 2016, mas com a proximidade dos Jogos Olímpicos e critérios a serem preenchidos, pode muito bem ter de volta sua melhor tenista nos playoffs.

Para piorar, o sorteio que definiu o local do jogo machucou ainda mais o Brasil. Em vez de jogar em casa e no saibro (embora nunca se saiba com a CBT), é de se esperar um duelo numa quadra dura e indoor. Hoje, com a série disputada em melhor de cinco partidas, fica difícil imaginar um cenário em que o Brasil saia vencedor.

Carol Meligeni, que foi brilhante no Zonal, ainda não tem no currículo triunfos contra tenistas do nível das eslovacas (dois triunfos sobre top 200, nenhum sobre top 100). Sem uma vitória inesperada da campineira, Bia Haddad Maia teria que vencer suas duas simples e ainda anotar uma vitória nas duplas junto de Luisa Stefani (imaginando o mesmo time do Zonal). Tudo isso numa quadra rápida, na casa das adversárias. Definitivamente, um cenário improvável. Hoje em dia, contra o time mais forte da Eslováquia, subir à segunda divisão requer um pequeno milagre.

Sobre o autor

Alexandre Cossenza é bacharel em direito e largou os tribunais para abraçar o jornalismo. Passou por redações grandes, cobre tênis profissionalmente há oito anos e também escreve sobre futebol. Já bateu bola com Nadal e Federer e acredita que é possível apreciar ambos em medidas iguais.
Contato: ac@cossenza.org

Sobre o blog

Se é sobre tênis, aparece aqui. Entrevistas, análises, curiosidades, crônicas e críticas. Às vezes fiscal, às vezes corneta, dependendo do dia, do assunto e de quem lê. Sempre crítico e autêntico, doa a quem doer.