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Saque e Voleio

Djokovic passa por qualifier e vai reeditar final de 2008 já na segunda rodada do Australian Open

Alexandre Cossenza

15/01/2019 07h27

Novak Djokovic não foi lá muito exigido em sua primeira apresentação neste Australian Open. O número 1 do mundo e hexacampeão do torneio estreou contra o qualifier Mitchell Krueger, #230 do mundo, e venceu em três sets, sem drama: 6/3, 6/2 e 6/2. Não dá para dizer, contudo, que o sorteio das chaves foi generoso com o sérvio. Já na próxima rodada, ele vai precisar encarar o francês Jo-Wilfried Tsonga, contra quem fez a final do torneio em 2008.

Sobre o desempenho desta terça, Djokovic se viu atrás no placar apenas uma vez. Foi logo no comecinho do jogo, no terceiro game, quando Krueger quebrou seu serviço. O prejuízo, porém, foi mais consequência de um início em marcha lenta de Nole do que de uma ameaça real por parte do americano. Além disso, o número 1 do mundo acordou rápido. Com uma devolução vencedora na cruzada, empatou o jogo logo no quarto game e, aos poucos, foi tomando as rédeas nas trocas de bola.

À medida em que lia melhor o saque do adversário, o sérvio descomplicava as coisas. Foi com mais uma devolução vencedora que ele abriu o oitavo game e, pouco depois, conquistou outra quebra. Depois disso, foi questão de tempo para fechar a parcial em 6/3.

Com os golpes cada vez mais calibrados, Djokovic não deixou mais Krueger ameaçá-lo. Com duas paralelas de backhand seguidas, quebrou o americano já no primeiro game do segundo set e disparou na frente. Não foi diferente na terceira parcial. Só não foi mais rápido porque o número 1 deixou de converter várias chances de quebra. O azarão salvou cinco break points no terceiro game e mais um no quinto, mas Djokovic acabou se impondo com duas curtinhas incríveis para abrir 3/2.

Final de 2008 na segunda rodada

Próximo adversário de Djokovic, Jo-Wilfried Tsonga ganhou um convite para este Australian Open e, na estreia, superou o eslovaco Martin Klizan por 6/4, 6/4 e 7/6(5). Sérvio e francês fizeram a final de 2008 em Melbourne, quando Nole vinha de vitória sobre Roger Federer, e Jo havia eliminado Rafael Nadal. Aquele jogo marcou o primeiro título de slam de Djokovic, que fez 4/6, 6/4, 6/3 e 7/6(2).

Na época, os dois atletas estavam em ascensão. Hoje, a situação é muito diferente. Enquanto Nole é número 1 do mundo e campeão dos dois últimos slams (Wimbledon e US Open), Tsonga vem se recuperando de uma cirurgia no joelho realizada no ano passado. O francês ficou sete meses sem competir, despencou no ranking e hoje é apenas o atual #177 no ranking mundial.

O ranking, contudo, não indica seu bom momento. Tsonga vem jogando seu melhor tênis desde que voltou ao circuito, em setembro do ano passado. Há pouco mais de dez dias, o francês disputou a semifinal do ATP 250 de Brisbane. Foi seu melhor resultado desde o retorno, e é de se imaginar que Tsonga será um belo teste para Djokovic.

E o que mais?

A rodada masculina não trouxe muitas surpresas nesta terça-feira. Quase todos cabeças de chave que entraram em quadra avançaram. A lista inclui Alexander Zverev, Kei Nishikori, Borna Coric, Fabio Fognini, Daniil Medvedev, David Goffin, Pablo Carreño Busta, Hyeon Chung, Denis Shapovalov, Lucas Pouille, Gilles Simon e Philipp Kohlschreiber. O único eliminado – até a publicação deste texto – foi o italiano Marco Cecchinato, que tombou diante de Filip Krajonivic em cinco sets.

Na seção mais comentada dessa parte da chave, Stan Wawrinka avançou com uma pitada de sorte. Após perder o primeiro set por 6/3, o suíço viu seu adversário, Ernests Gulbis, sentir dores nas costas. O letão, que fazia uma ótima partida, recebeu atendimento médico, mas não conseguiu seguir adiante no confronto e abandonou quando perdia a segunda parcial por 3/1. Wawrinka vai enfrentar na segunda rodada o canadense Milos Raonic, que derrotou o australiano Nick Kyrgios em três sets: 6/4, 7/6(5) e 6/4.

Sobre o autor

Alexandre Cossenza é bacharel em direito e largou os tribunais para abraçar o jornalismo. Passou por redações grandes, cobre tênis profissionalmente há oito anos e também escreve sobre futebol. Já bateu bola com Nadal e Federer e acredita que é possível apreciar ambos em medidas iguais.
Contato: ac@cossenza.org

Sobre o blog

Se é sobre tênis, aparece aqui. Entrevistas, análises, curiosidades, crônicas e críticas. Às vezes fiscal, às vezes corneta, dependendo do dia, do assunto e de quem lê. Sempre crítico e autêntico, doa a quem doer.