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Saque e Voleio

Djokovic doma algoz de Federer para voltar às semifinais do US Open

Alexandre Cossenza

06/09/2018 00h55

Não foi exatamente fácil, e Novak Djokovic novamente apresentou sinais de desgaste físico jogando com 80% de umidade na noite nova-iorquina, mas o ex-número 1 foi competente, fez o dever de casa e colocou fim à bela campanha do australiano John Milllman, #55 do mundo, que eliminou Roger Federer duas noites antes. Por 6/3, 6/4 e 6/4, o sérvio avançou às semifinais do US Open e segue em busca do tricampeonato do torneio.

O set inicial não foi exatamente fácil e durou quase uma hora, mas Djokovic entrou mais firme em quadra e abriu 3/0, o que acabou fazendo a diferença. Os dois jogaram vários games longos, com pontos longos e corridos. Ambos tiveram suas chances. Djokovic teve mais quatro break points. Millman teve um. Não houve, porém, mais quebras, e o sérvio fez 6/3.

A segunda parcial foi estranha. Foi quando o calor começou a afetar os dois atletas, forçando uma incomum paralisação com a partida empatada em 2/2. Millman trocou de roupa, enquanto Djokovic usou uma solução nasal e pediu uma bebida especial para sua equipe. Quando o jogo recomeçou, o sérvio dava sinais de desgaste, e o australiano seguia forçando ralis e exigindo regularidade do adversário. No nono game, contudo, Millman vacilou. Perdeu game point e, mais tarde, o saque ao cometer uma dupla falta. Na sequência, Djokovic confirmou para fazer 6/4.

Shot clock equilibra terceiro set

Mais sólido do fundo de quadra, Djokovic aproveitou o embalo para começar melhor no terceiro set. Foi assim, insistindo em longas trocas e esperando erros do rival, que o sérvio quebrou para abrir 2/1. O favorito parecia rumar para um fim de jogo tranquilo, mas, quando sacava em 3/2, estourou os 25 segundos entre os pontos e recebeu uma advertência. Em seguida, fez uma dupla falta. No ponto seguinte, com break point contra, nova advertência por estourar o shot clock (nome dado ao relógio que marca os 25 segundos), o que significava a perda do primeiro serviço. Nole começou o ponto com o segundo saque, mandou uma direita para fora e foi quebrado.

O #6 do mundo, porém, não demorou a se recompor. Com Millman sacando em 4/4, Djokovic jogou três pontos quase perfeitos e chegou a três break points. No terceiro, viu o australiano jogar uma direita na rede e conseguiu a quebra decisiva. Depois, foi só confirmar o saque e acenar para a galera.

E as semifinais?

Campeão do US Open em 2011 e 2015, Djokovic segue sua busca pelo tricampeonato e agora vai enfrentar o japonês Kei Nishikori, que abateu o croata Marin Cilic por 2/6, 6/4, 7/6(5), 4/6 e 6/4. Atual #19 do mundo, Nishikori já enfrentou o sérvio 16 vezes, mas venceu em apenas duas oportunidades: no ATP da Basileia de 2011 e no US Open de 2014. Desde então, Djokovic acumula 13 triunfos consecutivos sobre o japonês.

A outra vaga na final, vale lembrar, será decidida em uma repetição de uma das semifinais do ano passado. Rafael Nadal, que venceu no ano passado, reencontra Juan Martín del Potro. As duas semifinais masculinas serão realizadas nesta sexta-feira, dia 7 de setembro de 2018.

Sobre o autor

Alexandre Cossenza é bacharel em direito e largou os tribunais para abraçar o jornalismo. Passou por redações grandes, cobre tênis profissionalmente há oito anos e também escreve sobre futebol. Já bateu bola com Nadal e Federer e acredita que é possível apreciar ambos em medidas iguais.
Contato: ac@cossenza.org

Sobre o blog

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