Susto diante de italiana ajudou a mostrar os recursos de Serena
Serena Williams já tinha feito uma partida dura em Wimbledon este ano. Foi contra Kristina Mladenovic, na terceira rodada. A francesa sacou para o primeiro set e levou a ex-número 1 ao tie-break na segunda parcial. Nesta terça-feira, contudo, Serena foi ainda mais exigida.
Diante da potente baixinha (1,68m) Camila Giorgi, #52 do mundo, a heptacampeã de Wimbledon se viu na defensiva por mais tempo do que gostaria. Vacilou em um game, perdeu o serviço e, de repente, já estava um set atrás no placar. Colada na linha em todos os pontos, a italiana foi agressiva o tempo inteiro, fosse atacando ou tentando contra-atacar uma bola funda de Serena. Não havia muita margem para a americana.
É nessas horas que fica clara a superioridade de Serena em relação ao resto do circuito. Se a oponente agride na devolução, a americana passa a sacar melhor. Se alguém saca horrores, Serena encontra um jeito de encaixar uma sequência de devoluções e chegar a uma quebra de saque. Enfim… Serena sempre acha um caminho. E o caminho de hoje foi não dar chances em seus games de saque (Giorgi venceu apenas 14 pontos na devolução em três sets) e agredir nas devoluções.
Bastaram duas quebras – uma no segundo e outra no terceiro set – para resolver o problema. Por 3/6, 6/3 e 6/4, Serena triunfou novamente e passou às semifinais de Wimbledon para enfrentar Julia Goerges. A alemã, #13 do mundo, bateu Kiki bertens de virada por 3/6, 7/5 e 6/1. O jogo entre Serena e Goerges será uma repetição da terceira rodada de Roland Garros. No saibro parisiense, a ex-#1 venceu por 6/3 e 6/4. No papel, o favoritismo de Serena é ainda maior na grama. No entanto, a alemã, que nunca havia ido tão longe num slam, vem se encontrando na grama e conseguindo jogar um tênis mais agressivo. Pode ser um duelo interessante.
A outra semifinal será entre Angelique Kerber e Jelena Ostapenko. Kerber derrotou Daria Kasatkina por 6/3 e 7/5 em uma partida que foi muito mais divertida do que bem jogada. Valeu pelo equilíbrio, pelos muitos match points que a russa salvou em um game maluco e por uma dúzia de pontos bonitos. No geral, contudo, as duas tenistas oscilaram além do esperado para um momento tão importante e somaram 45 erros não forçados, além de golpes mal executados, mal pensados e que resultaram em winners da oponente (foram 49 winners ao todo).
A regularidade de Kerber, apesar de seu saque vulnerável, será testada outra vez na semi contra Ostapenko, que disparou 33 winners em dois sets e fez 7/5 e 6/4 sobre Dominika Cibulkova. A letã, que vem jogando livre, leve e solta, pode muito bem dominar os pontos desde o saque da alemã e disparar na frente. Apostar numa favorita aqui é difícil. Apesar de a grama, em tese, favorecer o jogo mais agressivo de Ostapenko, são duas campeãs de slam que nunca se enfrentaram. Vai ser interessante ver como será a dinâmica do jogo.
E o que mais?
Juan Martín del Potro completou a vitória sobre Gilles Simon e avançou para as quartas de final no único jogo masculino que não terminou ontem. Não foi fácil para o argentino. Simon, aliás, teve quebras de vantagem em três sets. O argentino, que não fez uma partida espetacular – teve momentos ótimos, mas oscilou um bocado – foi melhor nos momentos decisivos, venceu três tie-breaks e deixou o placar final assim: 7/6(1), 7/6(5), 5/7 e 7/6(5).
Pelo que vi tanto de Delpo quanto de Rafael Nadal até agora, o argentino vai precisar jogar e sacar muito melhor do que fez contra Simon para conseguir derrubar o número 1 do mundo. Obviamente, cada jogo é um jogo e Del Potro terá suas chances, mas Nadal, até agora, foi um tenista superior e, principalmente, mais consistente no torneio.
Coisas que eu acho que acho
Se você é fã do argentino, a estatística acima é animadora. Entre tenistas que nunca foram número 1 do mundo, Del Potro é quem mais derrotou adversários que estavam no topo da lista da ATP. Por enquanto, são nove vitórias.
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