Lesão tira Serena de duelo com Sharapova
No fim do domingo, quando jogava duplas com sua irmã Venus, Serena Williams começou estranhamente a sacar muito fraco durante o terceiro set. Em vez de alcançar ali sua média de 165 km/h no primeiro saque – números obtidos contra Julia Goerges, um dia antes – a americana encaixava serviços perto dos 130 km/h. Ela e Venus foram eliminadas por 6/4, 6/7(4) e 6/0 pela dupla formada por Andreja Klepac e Mará José Martínez Sánchez.
Hoje, veio a confirmação. Por causa da lesão no braço, Serena Williams está fora de Roland Garros, o que coloca Maria Sharapova direto nas quartas de final do torneio francês. A americana anunciou a desistência em uma coletiva, dizendo que tentou de tudo para estar em condições de jogo, mas que não conseguiu melhorar o suficiente a tempo.
"É muito difícil porque adoro jogar contra a Maria. É um jogo para o qual eu sempre me empolgo."
Foi a primeira vez na carreira que Serena Williams abandonou num torneio do grand slam. Voltando de gravidez e sem ritmo de jogo, a ex-número 1 do mundo surpreendeu ao encontrar um ritmo de jogo impressionante e avançar até as oitavas em Roland Garros.
Para o duelo com Maria Sharapova, partida mais aguardada desta segunda-feira, a americana levava um retrospecto assustadoramente favorável, com 19 vitórias e apenas duas derrotas. A última vitória da tenista russa aconteceu no fim de 2004, mais de 13 anos atrás.
Serena não quis culpar a participação na chave de duplas pela lesão. Pelo contrário: disse que o jogo de domingo ao lado de Venus seria o teste perfeito para ver como reagiria durante uma partida. Infelizmente, não passou no teste. "Estou além de desapontada. Abri mão de tanta coisa e dei tudo em quadra, tudo por este momento."
O retorno
Serena, que conquistou o título do Australian Open de 2017 enquanto grávida, deu à luz no início de setembro do ano passado. Dividida entre os treinos e à atenção à filha, Alexis Olympia, a ex-número 1 do mundo voltou a competir em março, nos WTAs de Indian Wells e Miami. O retorno mostrou-se precoce. Sem ritmo e muito acima de seu peso de competição, Serena foi eliminada na terceira rodada em Indian Wells e na segunda em Miami. Depois disso, decidiu treinar mais antes de competir novamente.
O torneio seguinte foi justamente Roland Garros. Na primeira rodada, Serena não se mostrou nem tão calibrada nem tão móvel. Mesmo assim, superou Kristyna Pliskova, #70 do mundo. Em seguida, a americana passou aperto diante da australiana Ashleigh Barty (#17), que venceu o primeiro set e teve uma quebra de vantagem no segundo set. Serena, contudo, começou uma reação furiosa e terminou com uma atuação soberba. Na terceira rodada, contra Julia Goerges (#11), Serena foi ainda melhor, vencendo em dois sets e dominando a partida do início ao fim. Com sua evolução dentro do torneio, o duelo com Sharapova prometia incendiar a Quadra Philippe Chatrier.
Coisas que eu acho que acho:
– Era uma rara chance para Sharapova voltar a derrotar Serena. Ainda que a americana viesse evoluindo dentro do torneio, as duas raramente se encontram quando Serena está jogando abaixo do seu nível "normal" (também conhecido como "espetacular"). Desta vez, além de encarar a rival em um instante vulnerável, Sharapova o faria no saibro, piso em que vem obtendo mais sucesso no circuito.
– Não é segredo nenhum que Serena Williams odeia perder para Sharapova. Até hoje, ela guarda mágoa da final de Wimbledon/2004. Desde aquela temporada, a americana sempre em quadra concentradíssima e dando pouquíssimas chances a Sharapova.
– A julgar pelo que afirmou na coletiva, Serena teria abandonado o torneio de qualquer modo, mas sempre ficará uma pulguinha atrás a orelha dos fãs: será que ela teria mesmo desistido de um slam – algo que nunca tinha feito na vida – se a adversária não fosse Maria Sharapova?
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