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Mesmo sem Nadal, Federer precisa somar para manter #1

Alexandre Cossenza

05/03/2018 06h30

Rafael Nadal anunciou que não vai mais disputar os Masters de Indian Wells e Miami. Enquanto treinava em Acapulco, o espanhol voltou a sentir as dores que o fizeram abandonar o Australian Open. Por isso, abortou os torneios americanos e vai tentar voltar na temporada europeia de saibro, que é sempre seu melhor momento no circuito.

A principal consequência disso é que Roger Federer, atual número 1 do mundo, será menos ameaçado nas próximas quatro semanas. O suíço foi campeão tanto em Miami quanto em Indian Wells no ano passado e teria que suar para manter a ponta do ranking caso Nadal estivesse em boa forma. Mesmo assim, Federer ainda precisa somar pontos para continuar no topo.

A matemática é assim: Nadal vai perder 90 pontos pelas oitavas de Indian Wells em 2017 e mais 600 pelo vice em Miami. Por isso, sairá dos atuais 9.460 pontos e ficará com 8.770. Federer, atualmente, soma 10.060, mas defende 2 mil pelos dois títulos. Logo, cairia para 8.060. Assim, para continuar como número 1, o suíço precisa somar pelo menos 711 pontos .

As possibilidades para somar esses 711 pontos são várias. Se levantar o troféu em Indian Wells ou Miami, já garantirá mil pontos e a ponta. Federer também pode somar um vice (600) e uma quarta de final (180). Ou ainda duas semifinais (360 cada). Combinações que, pelo que o atual número 1 vem jogando, não são tão difíceis assim de conseguir – ainda mais com Djokovic, Murray, Wawrinka, Goffin e Tsonga ausentes.

Coisas que eu acho que acho:

– Para quem não lembra, no tapete vermelho do Oscar em 2016, Federer tomou uma tequila e brindou a "voltar ao número 1". E olha só o que aconteceu…

– Em últimas notinhas sobre o Brasil Open, é relevante apontar que o torneio recebeu 42.548 pessoas ao longo do evento. Foi o segundo melhor público da história do evento – perdendo apenas para a edição de 2013, quando Rafael Nadal estava na chave. Os fãs de tênis de São Paulo são mesmo incríveis. A paixão pelo esporte nesta cidade é fascinante.

– Após as finais, o diretor do torneio, Roberto Marcher, concedeu uma coletiva onde mencionou um par de coisas importantes: que São Paulo vê com bons olhos a eventual mudança para quadras duras que Rio de Janeiro e Buenos Aires tanto querem; e que a organização do Brasil Open segue na luta por uma data melhor.

– O torneio paulista tem possivelmente a pior data de todo calendário, já que é o único ATP 250 que divide o período com dois ATPs 500 (Dubai e Acapulco). É um feito e tanto que o Brasil Open ainda consiga atrair nomes como Monfils, Fabio Fognini, Pablo Cuevas e Albert Ramos Viñolas.

Sobre o autor

Alexandre Cossenza é bacharel em direito e largou os tribunais para abraçar o jornalismo. Passou por redações grandes, cobre tênis profissionalmente há oito anos e também escreve sobre futebol. Já bateu bola com Nadal e Federer e acredita que é possível apreciar ambos em medidas iguais.
Contato: ac@cossenza.org

Sobre o blog

Se é sobre tênis, aparece aqui. Entrevistas, análises, curiosidades, crônicas e críticas. Às vezes fiscal, às vezes corneta, dependendo do dia, do assunto e de quem lê. Sempre crítico e autêntico, doa a quem doer.