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Dominika Cibulkova, o retrato de 2016

Alexandre Cossenza

30/10/2016 12h16

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Duas novas campeãs de torneios do Grand Slam; o fim do domínio de Serena Williams, derrotada por Angelique Kerber em Melbourne e Garbiñe Muguruza em Paris; uma ex-número 1 suspensa por doping; uma ex-número 1 afastada por gravidez; uma nova número 1; uma porto-riquenha campeã olímpica; e, por fim, para completar um ano dos mais atípicos para o tênis feminino e consolidar um novo momento na modalidade, Dominika Cibulkova conquistou o WTA Finals.

Foi uma final memorável para eslovaca, que jogou em nível altíssimo desde o primeiro game e só engasgou quando sacou para o jogo e cometeu seguidos erros. Mesmo assim, se recuperou, salvou um break point da forma mais esquisita possível e fechou o jogo em 6/3 e 6/4, com um match point que ilustrou bem o quanto tudo deu certo para ela neste domingo.

Foi, como ela mesma disse, o maior título da carreira de Cibulkova. Um momento especial, que premia uma temporada belíssima, com títulos em Katowice, Eastbourne e Linz, além de vices em Wuhan, Madri e Acapulco. Não por acaso, a eslovaca de 27 anos termina 2016 na quinta posição do ranking – a melhor de sua carreira – e com um paquidérmico cheque de US$ 2.054.000.

Sobre esse novo momento da WTA, escrevi um pouco nesse texto. Embora o Finals não tenha sido o mais empolgante dos torneios, foi uma mistura interessante de surpresas (Cibulkova perdeu as duas primeiras partidas, enquanto Kuznetsova se classificou em primeiro na outra chave), decepções (Halep e Muguruza não passaram da fase de grupos) e partidas empolgantes, ainda que não tecnicamente espetaculares.

Kerber termina a temporada como líder, dona de dois títulos de Slam (Australian Open e US Open) e com resultados consistentes ao longo do ano. Não é (ainda?) uma número 1 dominante, mas fecha 2016 com dois mil pontos de vantagem sobre Serena Williams e 3.400 de frente para Agnieszka Radwanska, atual #3.

Ainda que a americana tenha disputado apenas um terço dos eventos de Kerber (somou 7.050 pontos em sete torneios, enquanto Kerber disputou 21 e acumula 9.080), o cenário parece indicar o que será da WTA após a aposentadoria de Serena Williams.

Nas férias (porque não consigo ver relevância no WTA Elite, torneio caça-níqueis de consolação), fico aqui a imaginar o que será do circuito se Kvitova voltar a jogar consistentemente, se Sharapova retornar em forma, se Azarenka conseguir se concentrar no circuito outra vez e se Wozniacki continuar a mostrar o tênis que reencontrou no fim deste ano. Seria um circuito incrível, não?

Sobre o autor

Alexandre Cossenza é bacharel em direito e largou os tribunais para abraçar o jornalismo. Passou por redações grandes, cobre tênis profissionalmente há oito anos e também escreve sobre futebol. Já bateu bola com Nadal e Federer e acredita que é possível apreciar ambos em medidas iguais.
Contato: ac@cossenza.org

Sobre o blog

Se é sobre tênis, aparece aqui. Entrevistas, análises, curiosidades, crônicas e críticas. Às vezes fiscal, às vezes corneta, dependendo do dia, do assunto e de quem lê. Sempre crítico e autêntico, doa a quem doer.