NY, dia 8: Murray domina, Serena bate recorde e Brasil vai a semifinal
Venus Williams e Agnieszka Radwanska ficaram pelo caminho, Karolina Pliskova finalmente chegou às quartas, e Del Potro contou com um problema físico para avançar sem se desgastar. Quanto aos principais candidatos a título no US Open, Serena Williams passeou e quebrou recorde, enquanto Andy Murray deu uma aula na sessão noturna. Ah, sim: e o Brasil terá um semifinalista na chave de duplas. O resumaço explica tudo. É só rolar a página!
O jogo do dia
Venus Williams (#6) jogou com o estádio inteiro lhe apoiando contra Karolina Pliskova (#11). Fez um bom primeiro set e parecia rumar para a vitória, não só porque abriu 3/1 na segunda parcial mas também porque Pliskova tinha um histórico de participações decepcionantes em Slams. Estar nas oitavas deste US Open já era a melhor campanha de sua carreira.
A tcheca, entretanto, mudou levemente a estratégia durante a segunda parcial. Parou de arriscar tanto e fez Venus jogar um pouco mais. Com menos pontos de graça, a tenista da casa também falhou mais, e Pliskova equilibrou a partida. Virou o segundo set e forçou um terceiro set cheio de variações.
Foram duas quebras para cada lado, um match point salvo fria e corajosamente por Pliskova, outros três match points salvos por Venus e um punhado de erros de juízes de linha. Resumindo, a coisa estava quente. O maior mérito da tcheca talvez tenha sido não se abalar com tudo contra. Nem com as oportunidades perdidas quando sacou em 6/5 e 40/0.
Pliskova entrou no tie-break como se nada tivesse acontecido e nem esquentou a cabeça quando a partida acabou-mas-não-acabou. No 6/2, um desafio corrigiu a chamada que havia dado a vitória à tcheca. No ponto seguinte, porém, Pliskova pôde finalmente comemorar: 4/6, 6/4 e 7/6(3).
Com o resultado, Pliskova não é mais a única top 20 a não ter no currículo uma passagem pelas quartas de final de um Slam. E o momento parece bastante favorável. Além das nove vitórias seguidas (A tcheca foi campeã em Cincinnati antes do US Open), Pliskova contou com a derrota de Agnieszka Radwanska (#4) nesta segunda. A polonesa tombou diante da croata Ana Konjuh (#92) por 6/4 e 6/4. E por que isso é especialmente bom para Pliskova? Porque em seis jogos contra Aga, a tcheca jamais havia vencido um set.
A melhor atuação do dia
Torneios não se ganham na segunda-feira, mas Andy Murray (#2) mostrou tênis de campeão no jogo que abriu a sessão noturna do Ashe. Concentrado e preciso desde os primeiros games, o escocês atropelou Grigor Dimitrov (#24): 6/1, 6/2 e 6/2. E Murray poderia ter perdido menos games.
Poderia ter sido um jogo perigoso – e o histórico entre eles indicava isso – mas a boa forma de Murray abafou a tentativa de Dimitrov de mostrar seu melhor tênis. No meio do segundo set, o búlgaro, que até mostrou sinais de evolução nos últimos meses, já parecia perdido em quadra. Soltou o braço, atacou aqui e ali, mas aparentemente sem propósito específico e, principalmente, sem a consistência necessária para bater o atual número 2 do mundo.
Murray, que enfrentará Nishikori nas quartas de final, segue como o tenista que foi mais consistente até agora. Repito: não, ninguém ganha título jogando bem na primeira semana. Até agora, contudo, o campeão de Wimbledon e medalhista de ouro olímpico, não deu sinais de que a boa forma vai desaparecer. Um momento brilhante que empolgou até a sóbria BBC (vide tweet acima).
A recordista
Se Venus não avançou, Serena Williams (#1) não teve lá grandes dificuldades para superar Yaroslava Shvedova (#52): 6/2 e 6/3. A líder do ranking não só avança às quartas de final como se mantém na briga pelo posto de número 1 com Angelique Kerber.
Serena também se tornou a maior vencedora de jogos em torneios do Grand Slam, deixando Roger Federer para trás. A americana agora acumula 308 triunfos, enquanto o suíço tem 307. Martina Navratilova somou 306.
Nas quartas, Serena terá seu primeiro grande teste deste US Open. O jogo contra Simona Halep (#5), afinal, poderia muito bem ser a decisão do torneio. A romena chega cheia de moral, tendo avançado em uma chave dificílima, que teve Flipkens, Safarova, Babos e Suárez Navarro. Babos inclusive teve uma quebra de vantagem no terceiro set, mas Halep escapou brilhantemente, mantendo a cabeça no lugar quando as coisas não andavam a seu favor.
Não que isso tudo faça da romena uma favorita contra Serena. A boa fase da número 1 e o retrospecto favorável (7 a 1) jogam o favoritismo inteiro para a dona da casa. Maaas como disse no começo do parágrafo anterior, será o primeiro obstáculo de peso para a americana neste torneio.
O jogão que não foi
Havia uma expectativa enorme para o confronto entre Juan Martín del Potro (#142) e Dominic Thiem (#10). Era o duelo que abriria quente a sessão diurna no Estádio Arthur Ashe. E até começou empolgante, com o austríaco quebrando na frente, enquanto o argentino pedia atendimento médico no ombro direito.
Del Potro, contudo, se recuperou, quebrou de volta e acabou vencendo a parcial por 6/3. O segundo set ainda estava mais ou menos caminhando para a metade quando Thiem começou a sentir dores. O austríaco acabou abandonando quando perdia a parcial por 3/2.
Dono do calendário mais lotado entre tenistas de ponta do circuito masculino, Thiem disse que vinha sentindo dores no joelho há três dias. Segundo o tenista, a lesão provavelmente foi consequência de bolhas no dedão de seu pé direito. Sem poder apoiar o pé como de costume, o austríaco teria começado a correr de forma diferente, o que teria causado o problema no joelho.
De qualquer modo, Del Potro avança rumo às quartas para o que promete ser um jogaço contra Stan Wawrinka (#3). Os dois se enfrentaram na segunda rodada em Wimbledon. O argentino venceu em quatro sets e saiu de quadra chorando de felicidade. Aquela partida, de certo modo, marcou a "volta" de Del Potro às vitórias em grandes palcos. Depois daquilo, a gente lembra bem, veio a prata nos Jogos Olímpicos Rio 2016 com direito a triunfos sobre Djokovic e Nadal.
Para chegar às quartas, Wawrinka teve de jogar quatro sets contra o ucraniano Illya Marchenko (#63): 6/4, 6/1, 6/7(5) e 6/3. Um dos momentos mais divertidos aconteceu quando o número 1 da Suíça destruiu uma de suas raquetes.
Os brasileiros
Um brasileiro estará nas semifinais de duplas. A vaga foi garantida nesta segunda-feira, quando Bruno Soares e o britânico Jamie Murray derrotaram Brian Barek e Marcus Daniell: 6/3 e 7/6(7). O resultado põe mineiro e escocês nas quartas de final contra André Sá e Chris Guccione.
Thomaz Bellucci e Marcelo Demoliner também entraram em quadra hoje em busca de um lugar nas quartas, mas foram superados por Feliciano López e Marc López: 6/3 e 6/3.
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