Força de número 1, “cara” de Bellucci
Thomaz Bellucci sempre soube e disse a todos que quiseram ouvir desde que chegou a São Paulo. Uma vitória brasileira sobre a Espanha, em casa e no Ibirapuera, passaria quase necessariamente por dois pontos vindos de sua raquete. E, no fim das contas, depois de polêmicas, dramas, um match point salvo por centímetros e até fantasmas, foi o que aconteceu. O dono do time, o número 1 do país, saiu de quadra com seus dois pontos em um dos bolsos. No outro, a vaga do Brasil no Grupo Mundial, a primeira divisão da Copa Davis. Vitórias com a postura típica de um líder e com todas marcas registradas de Thomaz Bellucci.
Se não foi tecnicamente espetacular no primeiro jogo, o paulista aproveitou as mais importantes chances que teve. Escapou da derrota por um fio e, em melhores condições físicas do que o adversário (algo sempre importante de ressaltar porque não acontece sempre), arrancou uma virada em cinco sets, lembrando aquela sobre Alejandro Falla, em Rio Preto, onde também evitou que o Brasil terminasse o primeiro dia perdendo por 2 a 0.
O desafio deste domingo era mais complicado do que aquele do interior. O adversário era Roberto Bautista Agut, número 15 do mundo, dono de um currículo com pouquíssimas derrotas para adversários de ranking inferior. Começou errático e viu o espanhol abrir 4/1, mas logo mudou o rumo da partida. Começou a agredir mais e tirou o oponente de sua zona de confronto. Logo, o espanhol se viu forçado a atacar mais e, consequentemente, errou mais. Sacando bem e atacando melhor ainda (à exceção das costumeiras curtinhas fora de hora e/ou mal executadas), tomou conta do jogo. Venceu cinco games seguidos e fez 6/4.
O segundo set foi instável, mas que graça teria um jogo de Bellucci sem momentos assim? Ainda assim, nem quando Bautista Agut abriu 5/1, a superioridade do espanhol era evidente. O brasileiro teve break points em três games diferentes, mas converteu tarde demais. O espanhol fez 6/3. Paciência. Não era o caso de mudar a postura, e o número 1 do Brasil não mudou. Seguiu na montanha russa, confiando em fazê-la funcionar a seu favor, e assim foi no terceiro set. Uma quebra para cá, outra para lá, e Bautista piscou no 3/4, depois de abrir 40/0. Bellucci capitalizou.
E o jogo nunca perdeu a "cara" de Thomaz Bellucci. Atacando e aceitando a relação winner/erros não forçados do jeito que estava, o brasileiro trouxe Bautista Agut para o seu jeito de jogar. Foi nervoso, mas deu certo. Nos seis primeiros games, conseguiu duas quebras, perdeu um saque e salvou cinco break points. Abriu 4/2. Quando soltou um backhand kamikaze na paralela e quebrou o espanhol outra vez, aumentou de vez o volume do Ibirapuera e levou seu time – seu mesmo! – de volta à elite.
Coisas que eu acho que acho:
– Obviamente, não dá para esquecer a participação essencial de Bruno Soares e Marcelo Melo, que venceram uma parceria fortíssima e contribuíram para que o time não dependesse de uma vitória do segundo simplista brasileiro. Esperar algo do quinto jogo, entre Rogerinho (ou Clezar, ou ainda Feijão, mesmo em melhor fase) e Pablo Andújar, não era o melhor dos cenários.
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