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Frases de Copa Davis

Alexandre Cossenza

11/09/2014 14h31

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O pequeno mistério foi desfeito, e Rogerinho foi confirmado como segundo simplista do Brasil no confronto deste fim de semana contra a Espanha, válido pelos playoffs da Copa Davis – quem vencer, fica no Grupo Mundial e vê o adversário voltar para o Zonal, uma espécie de segunda divisão.

Chamo de "pequeno mistério" porque não faria sentido Zwetsch escalar o jovem Guilherme Clezar depois de todas declarações que deu elogiando Rogerinho, inclusive afirmando que, desde o último confronto, no Equador, só uma situação muito especial tiraria o paulista deste duelo com a Espanha. A real dúvida desta quinta-feira estava na escalação dos visitantes, que ficaram sem Granollers por causa de uma lesão. Assim, o capitão Carlos Moyá escalou Pablo Andújar e Roberto Bautista Agut nas simples. David Marrero e Marc López jogarão no sábado contra Marcelo Melo e Bruno Soares.

O sorteio desta quinta-feira decidiu que Rogerinho e Bautista Agut farão o primeiro confronto no Ibirapuera. O segundo jogo é entre Bellucci e Andújar. No domingo, Bellucci e Bautista fazem o primeiro jogo, com Rogerinho e Andújar se enfrentando em um eventual quinto jogo. Os jogos começam às 16h na sexta-feira, às 14h30min no sábado e às 14h no domingo.

A coletiva, em seguida, não teve lá muitas surpresas. Rogerinho, ocupando a vaga mais polêmica dos últimos tempos, não se mostrou muito disposto a falar. Bellucci e Zwetsch reforçaram o discurso do "torcida a favor faz diferença". Moyá, com uma equipe que está longe de ser a principal da Espanha, adotou a postura politicamente correta e disse que os integrantes de seu time atual estão capacitados para vencer o confronto.

Zwetsch_Rogerinho_Zambrana_blog

O único momento curioso veio quando Bellucci não lembrava de um duelo anterior com Bautista Agut. Quando lembrado por um jornalista que os dois se enfrentaram no US Open/2013, com vitória do espanhol por 3 sets a 0, o número 1 do Brasil riu e disse "é verdade, tomei um pau dele". Provocou gargalhadas de todos na sala. Abaixo, uma seleção das declarações mais relevantes.

Rogerinho, sobre começar os treinos sem saber que iria jogar
Estou tranquilo. Sabia que iria ser uma disputa sadia, e o João iria escolher quem estivesse melhor na semana. Estou me sentindo bem. Agora é fazer uma boa partida e tentar sair com a vitória.

Rogerinho, sobre a pressão de ocupar uma vaga contestada
Jogar Copa Davis sempre tem pressão. é uma competição totalmente diferente e você tem que estar bem, cara. Você tem que estar preparado para jogar. Minha função aqui é chegar, estar bem, treinar melhor ainda e tentar sair com a vitória. Acho que essa é a minha função. O resto eu não tenho muito que ficar olhando, escutando, enfim…

João Zwetsch, sobre o quanto o ranking pesa no confronto
Ranking obviamente que faz diferença, mas dentro de um jogo de Copa Davis isso pode ser superado de certa forma ou equilibrado de uma certa forma pela questão emocional, pela questão física, de competitividade, de superação, que estão sempre muito presentes em partidas de Copa Davis. A gente sabe que o Rogério e o Thomaz estão cada vez melhores nisso. O Rogério tem uma característica muito legal que é essa da superação. Em todas oportunidades que jogou a Copa Davis, elevou seu nível, buscou uma situação até de um certo conforto dentro da quadra numa competição em que não é tão fácil isso acontecer.
O Thomaz, não precisa nem falar. A cada jogo, a cada confronto, vem crescendo. Está jogando um tênis de nível altíssimo de novo. Jogos de Copa Davis são diferentes. Mas obviamente, a questão técnica sempre tem seu valor e seu espaço dentro desse contexto.

João Zwetsch, sobre a inexperiência do time espanhol em Copa Davis
Pode (fazer diferença), sim. Sem dúvida. Entra um pouco na pergunta anterior. O Bautista, em Copa Davis, ainda não tem uma experiência muito grande, apesar de estar jogando num nível muito alto. Talvez aí seja um exemplo a mais de como a Copa Davis é diferente do circuito. O Andujar é um ótimo jogador também, mas sem experiência em Copa Davis. Enfim, essas situações foram aparecendo na nossa frente nos últimos dias e tomara que a gente consiga… É para isso que a gente está a cada dia se preparando melhor e construindo bem melhor uma equipe para entrar no confronto e trazer essas situações para o nosso lado. Acho que a presença da nossa torcida, em casa… Essas situações podem faezr um pouco de diferença. Tomara que isso se concretize no fim de semana, e a gente possa buscar aproveitar as chances que a gente vai ter no confronto.

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Bruno Soares, sobre a entrada de Marrero no lugar de Granollers
Muda muito mais o estilo de jogo deles do que a dificuldade do confronto. O Marcel e o Marc vêm jogando há um bom tempo no circuito, mas o Marc já jogou muito com o Marrero também. Inclusive eu e o Marcelo, a gente já enfrentou eles no circuito em 2011, no saibro. A parte estratégica nós vamos ter que conversar e repensar, estudar a melhor forma de enfrentá-los. No quesito dificuldade, vai ser pedreira do mesmo jeito. Acho extremamente importante o Marcelo e eu, a gente focar muito mais nas coisas que a gente tem que fazer, a maneira com que a gente vai encarar essa situação, do que nas coisas que eles vão fazer. Acho que isso aí, ao longo do jogo, a gente vai conseguir perceber. Copa Davis tem o capitão dentro de quadra, que nos ajuda a enxergar alguma coisa que pode estar acontecendo. A meu ver, é focar nas coisas que a gente tem que fazer e pode fazer de bom.

Marcelo Melo, sobre o mesmo assunto
O nível praticamente vai ser o mesmo. Só muda um pouco a maneira de jogar. O Marrero não tem o mesmo estilo do Marcel, mas a gente já conhece bem como os dois jogam. É só repensar um pouco na estratégia e ir para cima deles.

Thomaz Bellucci, sobre as frustração que a torcida tem com ele e a preparação psicológica para o confronto
Estou bem. Acho que a sensação de estar dentro de quadra defendendo o Brasil já aconteceu muitas vezes comigo. Isso só vai me trazer mais energia e motivação. Tenho que olhar para a vitória, e não posso olhar e ficar pensando se vou frustrar a torcida se perder ou ganhar. Dentro da quadra você não pode ficar pensando em coisas extraquadra. Estou preparado para o confronto, já joguei jogos importantes também, então vai ser um fator muito importante estar com a torcida a meu favor. Pode ser decisivo a meu favor.

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Thomaz Bellucci, sobre o confronto com Pablo Andujar
O Pablo, por ele estar jogando a primeira vez a Copa Davis, é uma incógnita. Alguns jogadores podem render mais ou render menos. O emocional é importante. Espero um jogo complicado. O Pablo é um cara que já teve bons resultados, ganhou Gstaad este ano, que é um torneio com condições muito parecidas com São Paulo. Ele é muito sólido no saibro, mas ao mesmo tempo o fator da torcida pode ser muito relevante para ele. Isso pode incomodar um pouquinho nesse quadra.

Thomaz Bellucci, sobre Roberto Bautista Agut
Sobre o Bautista, nunca joguei com ele, mas já treinei várias vezes. É um jogador muito perigoso… (interrompido)
"Você já jogou com ele, no US Open, não foi?", lembrou um jornalista.
Nossa, é verdade, nem lembrava. Tomei um pau dele lá no US Open. Mas são condições bem diferentes do US Open. É outro momento, uma situação totalmente diferente. Estou jogando dentro de casa. Altura, bola diferente. Vai ser totalmente irrelevante. A torcida contra pode fazer a diferença para o nosso lado.

Carlos Moyá, sobre a responsabilidade de manter a Espanha no Grupo Mundial
Sempre há essa pressão. A Espanha, obviamente, com o potencial que tem, praticamente estamos obrigada a vencer todos os confrontos, sejam onde forem. Jogadores seriam titulares na maioria das equipes que estão no Grupo Mundial. Entendo que me pergunte, mas todos estão capacitados para dar um passo adiante. Estamos aqui com muita vontade de ganhar essa eliminatória.

Sobre o autor

Alexandre Cossenza é bacharel em direito e largou os tribunais para abraçar o jornalismo. Passou por redações grandes, cobre tênis profissionalmente há oito anos e também escreve sobre futebol. Já bateu bola com Nadal e Federer e acredita que é possível apreciar ambos em medidas iguais.
Contato: ac@cossenza.org

Sobre o blog

Se é sobre tênis, aparece aqui. Entrevistas, análises, curiosidades, crônicas e críticas. Às vezes fiscal, às vezes corneta, dependendo do dia, do assunto e de quem lê. Sempre crítico e autêntico, doa a quem doer.