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Saque e Voleio

O que muda sem Wawrinka e Nishikori?

Alexandre Cossenza

26/05/2014 20h22

Rafael Nadal passeou. Novak Djokovic, idem. Roger Federer, Serena Williams e Maria Sharapova fizeram o mesmo. Primeira rodada de Grand Slam nunca traz muitas surpresas. Em compensação, quando elas aparecem, vêm para mudar consideravelmente o panorama. Foi o que aconteceu com as eliminações de Kei Nishikori e Stanislas Wawrinka nesta segunda-feira.

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Não que tenham sido resultados muito inesperados. O japonês não jogava desde o abandono na final do Masters de Madri, quando não resistiu a dores nas costas. Em Paris, dentro de uma quadra muito mais lenta do que as espanholas, encontrou problemas e tombou em três sets diante de Martin Klizan. O suíço, que jogou lesionado em Roma, teve dois problemas: o espanhol Guillermo García-López, um adversário perigosíssimo e em ótima fase, e ele mesmo, Wawrinka. Impreciso e impaciente, Stan, the Man não resistiu muito. Tombou em quatro sets.

Parece paradoxal dizer que os resultados não foram totais surpresas e, ao mesmo tempo, afirmar que mudaram consideravelmente o panorama do torneio. É preciso entender, porém, que Grand Slams são assim – nem todos precisam começar o evento afiadíssimos. Com uma semana de jogos e vitórias, Nishikori e Wawrinka teriam condições de ameaçar Djokovic e Nadal na segunda semana. Suas quedas facilitam consideravelmente as caminhadas dos favoritos.

Nishikori poderia enfrentar Nole nas quartas. Sim, o japonês precisaria passar por Milos Raonic antes, mas o ponto é que Kei parece, hoje, um rival que oferece mais perigo ao sérvio. Raonic, embora em grande momento, ainda não se mostrou capaz de tirar três sets de um tenista tão consistente do fundo de quadra. Muito menos no saibro. Muito menos ainda na segunda semana de um Slam, quando todos esperam que o atual número 2 do mundo esteja perto do máximo de sua performance.

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A eliminação de Wawrinka abre caminho não só para Nadal, mas para Andy Murray, que poderia enfrentá-lo nas quartas. O britânico, cabeça de chave 7, agora tem uma chave com Golubev na estreia, Matosevic/Brown na segunda fase, Kohlschreiber na terceira e Gasquet/Verdasco nas oitavas. Não é nada impossível ver o campeão de Wimbledon nas quartas. E se chegar lá, terá Fognini/Monfils/Feliciano (ou algum azarão, claro) como adversário…

Sobre o autor

Alexandre Cossenza é bacharel em direito e largou os tribunais para abraçar o jornalismo. Passou por redações grandes, cobre tênis profissionalmente há oito anos e também escreve sobre futebol. Já bateu bola com Nadal e Federer e acredita que é possível apreciar ambos em medidas iguais.
Contato: ac@cossenza.org

Sobre o blog

Se é sobre tênis, aparece aqui. Entrevistas, análises, curiosidades, crônicas e críticas. Às vezes fiscal, às vezes corneta, dependendo do dia, do assunto e de quem lê. Sempre crítico e autêntico, doa a quem doer.