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Saque e Voleio

Dor para Djokovic, alívio para Nadal

Alexandre Cossenza

04/05/2014 16h06

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O domingo começou com uma notícia importante para o tênis masculino. Novak Djokovic está fora do Masters 1.000 de Madri. O motivo é o mesmo que atrapalhou seu desempenho em Monte Carlo: a lesão no braço direito. O número 2 do mundo, que saiu do torneio monegasco incerto da gravidade do problema, informou poucos dias depois que não se tratava de nada grave. Logo, estaria na capital espanhola. As dores, contudo, ressurgiram, e o sérvio optou por uma postura cautelosa.

"Fiz tudo possível para jogar em Madri, que e um dos maiores eventos do ano, mas infelizmente a lesão no meu braço direito se manifestou outra vez. Agora tomarei tempo para me recuperar, esperando estar pronto para Roma", diz Djokovic, em declaração reproduzida no site da ATP. Atenção para o uso de "outra vez", que sugere que as dores haviam reduzido, mas voltaram.

Além de derrubar a tese de Djokovic exagerou, fingiu ou "valorizou" as dores diante de Roger Federer, nas semifinais em Monte Carlo, a ausência do sérvio em Madri dá uma certa folga a Rafael Nadal. O número 1 do mundo, que perdeu pontos e viu o rival encostar nas últimas semanas, poderá jogar o torneio madrilenho com um pouco mais de calma. Um título o deixaria com quase dois mil pontos de frente no ranking – uma vantagem importante para quem ainda tem os títulos de Roma e Roland Garros para defender na temporada europeia de saibro.

A chave, aliás, não é nada ruim para quem vem de derrotas inesperadas para David Ferrer e Nicolás Almagro, dois belos tenistas, mas habituais fregueses. Nadal estreará contra Mónaco ou Melzer e, nas oitavas, duelará com quem avançar entre Nieminen/Haase/Sijsling/Haas. Nas quartas, Berdych e Dimitrov aparecem como adversários mais prováveis, enquanto Federer, Murray, Tsonga e Almagro estão no grupo que definirá um dos semifinalistas.

Na metade de baixo, a ausência de Djokovic facilitou a vida de David Ferrer, que pode chegar às semifinais sem enfrentar nenhum dos oito principais cabeças de chave. Stanislas Wawrinka, cabeça 3, tem Raonic como tenista de melhor ranking em seu caminho até as semis. Confira a chave completa aqui, já com os qualifiers e com o nome de Paul-Henri Mathieu no lugar do número 2 do mundo.

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Sem ir na toalha (para ler em até 25 segundos):

– Na chave de duplas, Bruno Soares e Alexander Peya, cabeças de chave 2, estreiam contra Treat Huey e Dominic Inglot. Filipino e briiânico venceram sua primeira rodada contra Julien Benneteau e Edouard Roger-Vasselin por 6/2, 4/6 e 10/7. Marcelo Melo e Ivan Dodig, cabeças 3, também entram adiantados na chave e vão encarar Juan Sebastian Cabal e Robert Farah. Os embalados colombianos bateram Marx Mirnyi e Mikhail Youzhny por 6/3 e 6/4.

Coisas que eu acho que acho:

– Thomaz Bellucci disputou o qualifying da chave de simples em Madri, mas foi derrotado na segunda (e última) rodada pelo holandês Igor Sijsling por 6/2, 3/6 e 6/3. A decisão por jogar na capital espanhola foi estranha, já que o número 1 do Brasil foi eliminado do ATP de Munique na sexta-feira, queixando-se de dores no abdômen, e, no sábado, já estava atuando em Madri. Agora, com a derrota na Espanha, Bellucci disputará o Challenger de Bordeaux, na França, em vez de tentar o qualifying em Roma.

Sobre o autor

Alexandre Cossenza é bacharel em direito e largou os tribunais para abraçar o jornalismo. Passou por redações grandes, cobre tênis profissionalmente há oito anos e também escreve sobre futebol. Já bateu bola com Nadal e Federer e acredita que é possível apreciar ambos em medidas iguais.
Contato: ac@cossenza.org

Sobre o blog

Se é sobre tênis, aparece aqui. Entrevistas, análises, curiosidades, crônicas e críticas. Às vezes fiscal, às vezes corneta, dependendo do dia, do assunto e de quem lê. Sempre crítico e autêntico, doa a quem doer.