Topo

Saque e Voleio

Decolou

Alexandre Cossenza

31/03/2014 07h00

Djokovic_Mia_pos_get_blog

Rafael Nadal teve uma chance. Umazinha, ainda no primeiro game, mas não conseguiu converter seu único break point do dia. Tudo bem, nem parecia tão importante no momento. Era só o primeiro game, e o espanhol confirmou bem o seu serviço na sequência. Até o 3/2 do set inicial, o número 1 parecia ligeiramente superior na partida. Não duraria muito.

Entrou em cena, então, Novak Djokovic. Não o sérvio que ganhou Indian Wells com altos e baixos. O número 2 do mundo que disputou a final do Masters 1.000 de Miami, neste domingo, estava mais para aquele tenista que atropelou todo mundo – Nadal inclusive – em 2011, a melhor temporada de sua vida. Neste domingo, como naquela temporada inteira, o espanhol não teve muito a fazer. Em 1h26min de jogo, o troféu estava nas mãos do adversário: 6/3, 6/3.

> on March 30, 2014 in Key Biscayne, Florida.

Nole não fez nada de novo. Devolveu saques com profundidade, foi agressivo, preciso e profundo do fundo de quadra, e também conseguiu bom aproveitamento de primeiro serviço. O que impressionou foi a consistência com que Djokovic fez isso tudo. E logo contra alguém do calibre de Rafa Nadal, que jogou um tênis belíssimo durante todo o torneio. Na final, contudo, pressionado quase sempre desde o primeiro golpe, o espanhol não conseguiu encontrar uma solução.

O resultado, claro, tem certo peso na briga pelo posto de número 1 do mundo. Novak Djokovic (11.810 pontos) sai de Miami com 1.920 de diferença para Rafael Nadal (13.730). E, vale apontar, o sérvio agora é quem mais somou pontos em 2014: são 2.690 pontos, contra 2.600 de Nadal, 2.470 de Wawrinka, 2.190 de Roger Federer e 2.045 de Tomas Berdych. É seguro dizer que se trata da temporada mais equilibrada dos últimos dez anos. Após um Grand Slam e dois Masters 1.000, apenas 645 separam o primeiro do quinto colocado.

Serena domina

Serena_NaLi_Mia_get_blog

Não foi um torneio fantástico-do-início-ao-fim, mas Serena Williams fez o suficiente para tornar-se campeã perdendo apenas um set. Nas semifinais, a americana nem jogou tão bem assim diante de Maria Sharapova e venceu por 6/4 e 6/3, mantendo a freguesia (já são 15 vitórias seguidas). A final foi uma história bem diferente, mas que ilustrou igualmente a superioridade da número 1 do mundo.

Serena entrou em quadra errando um bocado além da conta, e Na Li disparou no placar. No entanto, quando a chinesa sacou para o set em 5/2, a favorita acordou. Quebrou o saque uma vez, duas vezes (salvando set point no décimo game), três vezes. Por 7/5, Serena levou a parcial. E nem dá para dizer que a chinesa desandou a errar ou a cometer duplas faltas. A número 1 foi buscar o jogo com méritos próprios, sem esperar que uma oportunidade lhe caísse no colo.

O fato é que depois que Serena acordou, venceu 11 de 12 games, mostrando que ainda está um nível acima de suas adversárias, embora não tivesse demonstrado isto ainda na temporada.

Sobre o autor

Alexandre Cossenza é bacharel em direito e largou os tribunais para abraçar o jornalismo. Passou por redações grandes, cobre tênis profissionalmente há oito anos e também escreve sobre futebol. Já bateu bola com Nadal e Federer e acredita que é possível apreciar ambos em medidas iguais.
Contato: ac@cossenza.org

Sobre o blog

Se é sobre tênis, aparece aqui. Entrevistas, análises, curiosidades, crônicas e críticas. Às vezes fiscal, às vezes corneta, dependendo do dia, do assunto e de quem lê. Sempre crítico e autêntico, doa a quem doer.