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Saque e Voleio

Brasil Open: a salvação pode ser caseira

Alexandre Cossenza

25/02/2014 10h00

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Sai o Rio Open, entra o Brasil Open. O circuito masculino deixa a Cidade Maravilhosa para fazer uma parada mais modesta em São Paulo. Em uma data ruim (concorre com Acapulco e Dubai, dois ATPs 500) e com a péssima impressão deixada pela edição do ano passado, a Koch Tavares tenta fazer um belo torneio, mesmo com poucos nomes, sem patrocinador máster e com o alemão Tommy Haas sendo seu principal nome. Não é lá muito fácil.

Cheguei ao Ibirapuera na tarde desta segunda-feira, e o movimento fora do ginásio era quase inexistente. Do lado de dentro, não era muito melhor. Uns gatos pingados testemunhavam o fim do jogo entre Guido Pella e Leonardo Mayer. Pouco depois, foi a vez de Feijão entrar em quadra para encarar Robin Haase, e foi aí que o Brasil Open ganhou vida em sua edição 2014.

O paulista fez um belíssimo jogo e ganhou com gente grande. Saiu de um 4/5 e 0/40 no primeiro set com coragem, atacando, e acabou ganhando 13 de 14 pontos na sequência. Quebrou Haase, encaixou uma série de ótimos saques e fez 7/5 na primeira parcial. No segundo set, esperou suas chance e aproveitou quando ela apareceu. Empurrado por uma pequena, mas barulhenta torcida (o ginásio coberto ajuda neste quesito), conquistou um excelente resultado contra o atual número 45 do mundo. Foi sua primeira vitória em um torneio de nível ATP desde – olha que curioso – o Brasil Open do ano passado.

"Em comparação ao ano passado, contra o Nadal, (tinha) dez vezes menos (público). Mas se você for ver, não estava tão vazio. É que o estádio é muito grande, então a impressão que dá é que estava vazio. Mas o apoio, com certeza, fez a diferença para mim."

A vitória de Feijão é um indício do que pode acontecer de bom para o torneio e o público paulistas. Não é muito diferente no que aconteceu no WTA do Rio de Janeiro. Com uma chave nada forte, aumentam as chances de os brasileiros irem longe. Nesta terça-feira, saberemos mais. Não antes das 14h30min, Rogerinho enfrenta Guillermo García-López. Não antes das 17h30min, Guilherme Clezar encara Martin Klizan. Depois, após as 19h, tem reedição de um dos duelo da primeira rodada no Rio de Janeiro: Thomaz Bellucci x Santiago Giraldo.

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Coisas que eu acho que acho:

– Muito já se comentou sobre as melhorias que o Brasil Open prometeu para este ano. Uma delas é a nova Quadra 1, que aposentou o velho Mauro Pinheiro. Ainda que desprovida do "charme" de um balde amarrado com arame no teto (é brincadeira, gente, calma!), a Quadra 1 é um grande avanço. Quem assistir a algum jogo lá ficará pertinho dos tenistas. O ambiente promete.

– A Koch Tavares também instalou climatizadores de ar para reduzir a temperatura dentro do Ibirapuera. Com o ginásio vazio nesta segunda, ficou difícil julgar a eficiência da medida. Não senti calor, mas também não me lembro de ter sentido calor em dias sem muito público aqui em São Paulo. Esta terça, com três brasileiros nas simples, pode ser um teste melhor.

– Os ingressos estão a preços bem acessíveis. De segunda a quarta, entradas para anéis superior e inferior custam, respectivamente R$ 15 e R$ 50. Se você está com um pé atrás por causa do caos do ano passado, sugiro que compre um bilhete para esta terça e veja as mudanças. Os assentos agora são numerados, há mais lojas, e mais opções de comida.

Sobre o autor

Alexandre Cossenza é bacharel em direito e largou os tribunais para abraçar o jornalismo. Passou por redações grandes, cobre tênis profissionalmente há oito anos e também escreve sobre futebol. Já bateu bola com Nadal e Federer e acredita que é possível apreciar ambos em medidas iguais.
Contato: ac@cossenza.org

Sobre o blog

Se é sobre tênis, aparece aqui. Entrevistas, análises, curiosidades, crônicas e críticas. Às vezes fiscal, às vezes corneta, dependendo do dia, do assunto e de quem lê. Sempre crítico e autêntico, doa a quem doer.