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Saque e Voleio

Rio Open: primeiras impressões

Alexandre Cossenza

15/02/2014 06h15

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Coluna, coluna, calor e Guga. Fora, estes os temas das quatro primeiras perguntas feitas a Rafael Nadal em sua primeira entrevista coletiva no Rio de Janeiro. Não teve nada de bombástico. Foi bem diferente da chegada do espanhol a São Paulo. Ano passado, Rafa disparava contra o controle antidoping, contra as bolinhas escolhidas para o torneio paulista e contra a rigidez na regra dos 25 segundos.

Rafa chegou ao Rio sem tanto assunto. Espera que a lesão nas costas tenha sido pontual, falou o óbvio sobre o calor, voltou a elogiar Ronaldo e Guga, disse que quer conhecer o Maracanã afirmou, mais uma vez, ser lenda a velha história de que ele teria uma carreira curta por causa de seu estilo de jogo. É um ponto que Nadal gosta de ressaltar – e já o fez muitas vezes. Quem começa a carreira profissional aos 16 e chega aos 27 com número 1 do mundo já tem 11 anos de circuito. E Rafa adota esse discurso há pelo menos umas três temporadas.

O líder do ranking treinou na quadra central e teve nas mãos uma camisa do Flamengo (veja aqui), já que tem sempre alguém para alimentar essa grande bobagem que é ver o uniforme de seu clube nas mãos de qualquer famoso que aparece no Rio de Janeiro.

Há várias pontos dignos de elogios antes mesmo de o torneio começar. Alguns tenistas com quem conversei disseram que a alimentação é de nível altíssimo. O mesmo vem sendo dito a respeito da sala dos jogadores. Aparentemente, os atletas estão satisfeitos com o que vêm encontrando até agora. O único porém que ouvi foi em relação ao espaço não muito longo entre a linha de base e a tela do fundo de quadra. Em um dia com as bolas quicando bastante, deve ter gente jogando colado na grade, especialmente nas quadras secundárias. Vale observar.

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Como o Rio Open não começou, não dá para afirmar, mas é possível que o público reclame da falta de estacionamento. O comunicado enviado pelo torneio nesta sexta lembra que "ônibus de integração do Metrô e demais vindos pelo sentido Jardim Botânico têm como ponto mais próximo da entrada o Baixo Gávea", só que o Baixo Gávea fica a 800 metros da entrada do Jockey Club. E a entrada do Jockey fica a uns 400 metros das quadras. Não é tão perto assim.

O comunicado não falava em estacionamento, então fui averiguar e encontrei um post na página do Rio Open no Facebook que recomenda o uso de bicicletas, com a seguinte justificativa: "Como não haverá estacionamento no local, você se exercita e ainda aproveita as lindas vistas da cidade maravilhosa." Está longe de ser o cenário ideal, mas vale aguardar a reação do público e acompanhar como ficará o trânsito na região durante as rodadas noturnas – todas com ingressos esgotados. Lembrando sempre que a arena vai receber mais de 6 mil pessoas por noite.

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Sem ir na toalha:

– Voltando a falar de tênis, ainda não havia, até o fim do dia, uma definição sobre a participação de alguns brasileiros na chave de duplas. Marcelo Demoliner, por exemplo, treinava na Quadra 1 enquanto esperava a resposta sobre seu pedido de wild card. Não parece improvável que ele forma parceria com André Sá, seu parceiro no treino, ou com Feijão.

– O qualifying começa neste sábado, às 10h. Entre os brasileiros, estarão em quadra Ana Clara Duarte, Wilson Leite, André Ghem, José Pereira, Rogerinho, Gabriela Cé, Marcelo Zormann, Ricardo Hocevar e Luisa Stefani. Os horários estão aqui e a entrada é gratuita.

– A gafe do dia ficou por conta do Jornal Nacional, que afirmou ser a primeira vez de Rafael Nadal no Brasil. Na verdade, é a terceira passagem do espanhol por aqui. Ele foi campeão do Brasil Open em 2005 e 2013. O telejornal da Globo teve de corrigir a informação. Veja aqui.

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– O sorteio das chaves será realizado no Shopping Leblon, neste sábado, às 18h. Quem aparecer por lá vai encontrar Thomaz Bellucci e Teliana Pereira. O Rio Open promete participação ativa do público no sorteio. A chave de duplas será sorteada no domingo, no Jockey.

– Bacana ver que Nadal, antes da coletiva, assinou um bocado de peças para alunos do projeto social Tênis na Lagoa. Vide foto.

Sobre o autor

Alexandre Cossenza é bacharel em direito e largou os tribunais para abraçar o jornalismo. Passou por redações grandes, cobre tênis profissionalmente há oito anos e também escreve sobre futebol. Já bateu bola com Nadal e Federer e acredita que é possível apreciar ambos em medidas iguais.
Contato: ac@cossenza.org

Sobre o blog

Se é sobre tênis, aparece aqui. Entrevistas, análises, curiosidades, crônicas e críticas. Às vezes fiscal, às vezes corneta, dependendo do dia, do assunto e de quem lê. Sempre crítico e autêntico, doa a quem doer.